Quintal privativo para crianças e facilidade de acesso para idosos são diferenciais desse tipo de unidade,
Os apartamentos garden, aqueles que têm uma planta estilo casa, com área aberta privativa, são objetos de desejo no segmento econômico. Essas unidades atraem desde casais com filhos, que não abrem mão de um quintal com espaço para as crianças, até idosos em busca de imóveis no térreo para facilitar a locomoção. Esses apartamentos, em geral, têm metragens maiores e preços que se aproximam do teto da faixa 3 do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), que é de R$ 350 mil.
Na Jeronimo da Veiga, a equipe de vendas costuma apresentar o apartamento garden aos clientes somente após a avaliação e aprovação da renda e da capacidade de financiamento deles. É uma estratégia para não gerar frustração, comenta o diretor Comercial, Maurício Corrêa.
— Se mostramos o garden primeiro, o cliente logo fica apaixonado pela unidade e dificilmente aceita migrar para um apartamento padrão se a ficha dele não for aprovada. O quintal com área aberta privativa chama muito a atenção do público — explica Corrêa.
Todos os empreendimentos econômicos da Jeronimo da Veiga têm um percentual de unidades garden no térreo, mas a área de lazer dos projetos acaba ficando um pouco menor, justamente para ceder espaço aos apartamentos com quintal. O que justifica a oferta dessas unidades é a liquidez, segundo o diretor.
— Fazemos tudo pensando na privacidade do morador, com muro para garantir que a unidade não fique devassável, mas com uma boa ventilação. Só a área do quintal tem em média 20 metros quadrados, e a unidade toda, cerca de 65 metros quadrados. O custo fica em cerca de R$ 30 mil a R$ 40 mil a mais em relação ao preço de um apartamento-tipo de 45 metros quadrados — informa.
Em 2025, a empresa deve lançar um empreendimento no Grajaú com parte das unidades enquadrada no programa MCMV. A ideia é deixar o quintal dos garden com infraestrutura de elétrica e hidráulica para que os moradores coloquem ducha, churrasqueira e outros itens.
O próximo lançamento da empresa, em Campo Grande, será o Residencial Laranjeiras, com 400 apartamentos-tipo e 80 gardens com área privativa de até 15 metros quadrados.
Felipe Macedo, gerente Comercial da Direcional, ressalta que essas unidades se tornam ainda mais desejadas nos empreendimentos que não têm elevador.
— Geralmente oferecemos gardens nos projetos localizados em regiões com mais casas, para incentivar o cliente a trocar sua propriedade de rua por outra em condomínio com lazer e segurança. A experiência de um garden é muito parecida com a de uma casa — diz Macedo.
Nos projetos da Direcional, segundo o gerente, os gardens vêm com área gramada e cercada, além de instalações elétricas e hidráulicas básicas. Para ele, essas unidades diferentes das demais são um chamariz para atrair os compradores.
— Os gardens têm um papel semelhante ao das coberturas nos projetos de médio e alto padrões. Morar em um garden é ter a mesma qualidade de vida oferecida por uma casa, mas com a segurança e o lazer de um condomínio.
O Tall, com 160 unidades (quatro gardens), será o primeiro empreendimento da Kadima Construções em Nova Iguaçu. A opção de colocar essa tipologia tem a ver com o perfil do bairro onde o projeto será erguido, segundo Rodrigo Roiseman, diretor da empresa.
— O público da região gosta de casa com quintal. Essas unidades vão custar entre R$ 320 mil e R$ 350 mil, um valor mais alto se comparado ao preço de uma unidade-tipo, que é de R$ 260 mil. Mas, colocando na ponta do lápis e diluindo esse valor pelo prazo de financiamento, não há grande diferença no fluxo mensal para o cliente.
Análise do perfil do público determina a oferta
Tipologia é muito procurada pelos compradores, mesmo tendo valor mais alto
Saber qual é o público do empreendimento, suas necessidades e desejos é sempre uma preocupação da Vivaz na hora de decidir que tipologias oferecer em cada projeto, afirma Alain Deveza, gerente geral da empresa. Os gardens da construtora são entregues, em geral, com piso gramado na área externa.
— Nem todos os nossos projetos têm garden, porque estudamos os desejos e as necessidades do público da região antes de lançar um empreendimento. Como projetamos cada um de maneira única, a oferta dessas unidades pode variar de um para outro — afirma Deveza.
Em Campo Grande, a Novolar lançou o Atlanta, com 320 unidades, sendo 32 gardens no térreo das quatro torres do empreendimento. O projeto foi lançado em dezembro do ano passado e ainda há 12 gardens disponíveis para venda.
— Mesmo sendo mais caras, essas unidades têm bastante liquidez, pois despertam muito o interesse dos clientes. Antes da pandemia, não tínhamos foco nos gardens, isso mudou depois do período de confinamento, quando essas plantas passaram a ser muito demandadas — diz Waldecy Eustáquio do Prado, diretor adjunto Comercial da Novolar.
Extra, 24/out