terça-feira, 24 de dezembro de 2024

Lançamentos imobiliários para classe média podem reduzir em 2025, afirma CBIC

Para presidente da entidade, elevação dos juros terá como impacto direto uma redução importante nos lançamentos de projetos imobiliários fora do MCMV.

O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Renato Correia, acredita que a elevação dos juros terá como impacto direto uma redução importante nos lançamentos de projetos imobiliários no setor de médio padrão, fora do Minha Casa Minha Vida (MCMV).

O segmento abarca imóveis com preços acima de R$ 350 mil. Nesta modalidade, o financiamento bancário para a compra e a construção das moradias vem das cadernetas de poupança, onde os recursos estão escassos.

A saída dos bancos tem sido recorrer a outras fontes de recursos, como emissão de títulos como as Letras de Crédito Imobiliário (LCI). No entanto, os custos desses títulos acompanham a Selic. Ou seja, estão em alta.

"Acreditamos que em 2025 deve ter bem menos lançamentos no setor de classe média", estimou Correia. Com a escassez de recurso, os bancos têm priorizado liberar crédito para a pessoa física fazer a compra dos imóveis, enquanto as construtoras têm sido direcionadas a outras modalidades de financiamento.

O presidente da CBIC concorda com essa postura dos bancos, mas vê consequências. "Para a empresa, ser levado a usar recursos fora de FGTS e SBPE para financiar a obra é algo que representa um aumento de custo financeiro", citou. "Isso estreita a margem das empresas, que restringe os lançamentos. Muitos empresários vão aguardar as coisas se encaixarem de novo para voltar a lançar", estimou Correia.

Na última semana, o Banco Central elevou a Selic para 12,25% ao ano e já indicou que tem pela frente mais duas altas de 1 ponto porcentual cada, colocando a Selic no patamar de 14,25% nos primeiros meses do ano que vem.

"A alta da Selic é uma grande preocupação para 2025. E o indicativo de subida de 2 pp é uma surpresa, é uma alta é muito rápida. Isso é muito danoso para investimento em infraestrutura e habitação", afirmou o presidente da CBIC.

A Gazeta, 24/dez