A aguardada derrubada nos preços dos imóveis com a passagem da Copa do Mundo, em junho, parece estar longe de se concretizar, segundo analistas do mercado imobiliário. Depois de acumular aumento médio de 13,7% no último ano, segundo o índice Pipe - Zap da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (APE), o preço do metro quadrado deve se man - ter estável, porém ainda em alta nas sete principais capitais do país.
O ano que se inicia também deve ser aquecido, com mais vendas e novos lançamentos. Segundo o índice FipeZap, apenas duas das sete cidades avaliadas tiveram pequena redução na onda de supervalorização dos preços dos imóveis: Recife, que saiu de uma alta de 17,8% em 2012 para 13,4% no ano passado; e São Paulo, com valorização de 15,8% em 2012, e em 2013 teve aumento menor, de 13,9%.
Apesar do aparente resfriamento do setor, com a queda da onda de preços altos, São Paulo deve manter o recorde de vendas que vem atingindo nos últimos anos. Em apenas dez meses, foram comercializados mais de 100% de todas as unidades vendidas em 2012. Em números reais, foram 27.751 unidades compradas até outubro de 2013 - 793 imóveis a mais. Os dados são do Sindicato da Habitação da capital. "A tendência é de certa estabill - dade nos preços dos imóveis, que têm crescido em média de 7% a 8% do valor real. Mas esse crescimento não deve passar disso, já que a economia brasileira não tem aberto espaço para uma grande ex - pansão ", avalia Claudio Bernardes, presidente do Secovi-SP. Bernardes, no entanto, diz que os empresários estão otimistas. "Ainda mantemos as condições necessárias para que o mercado funcione: pleno emprego e renda", completa ele.
Cidade que mais vem sentindo a supervalorização com o valor médio do metro quadrado marcando os R$ 9.937, em dezembro de 2013 de acordo com o índice FipeZap, o Rio de Janeiro também deve seguir a tendência nacional e apresentar preços altos, porém sem super elevações. Vice-presidente do Secovi-Rio, Leonardo Schneider arrisca a di zer que, em algumas regiões da cidade, o valor dos apartamentos deve crescer no ritmo da inflação. Cidade que mais sofreu a supervalorização imobiliária, o Rio de Janeiro tem o metro quadrado mais caro do país.
Segundo dados do Secovi-Rio, o preço mais alto é de R$ 22.134 no Leblon, Zona Sul "2014 vai ser um ano de acomodação e ajustes no mercado imobiliário. Não se fala em queda nos preços e sim da manutenção da tendência de 2013, com preços variando em torno da inflação media. Mesmo a economia não apresentando bons números no PIB, na parte imobiliária, o déficit de moradias e o pleno emprego têm ajudado o setor a se manter aquecido", avalia Schneider.
Segundo o Secovi-Rio, o preço do metro quadrado para venda na cidade chega a R$ 22 mil, no Leblon, Zona Sul. Já em números de lançamentos, o Rio de Janeiro ganhou 17.975 novas unidades, 1.234 a mais do que em 2012, segundo dados da Ademi-Rio (Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário). Os números da Ademi são referentes ao período de janeiro a novembro de 2013. Apenas Brasília vem vivendo um movimento atípico do observado no país. Depois de um Iongo período de altas, os preços dos imóveis estão abaixo da inflação, registrando aumento de 4% em 2012 e de 4,2% em 2013. De acordo com o Sindicato da Construção Civil (Sinduscon-DF), os preços menores vêm garantindo o ritmo alto de vendas. O setor espera aumentar os lançamentos neste ano para 36 imóveis.