terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Imóvel volta ao radar do investidor de alta renda dos EUA


Os investidores de alta renda americanos vão concentrar suas atenções, neste ano, em ativos imobiliários, aponta o levantamento "Morgan Stanley Wealth Management Investor Pulse Pool", divulgado na última quinta-feira, dia 6, pelo banco nos EUA. Desenvolvida pela consultoria GfK, a pesquisa encomendada pelo Morgan Stanley entrevistou 1.004 investidores, com idades entre 25 e 75 anos e US$ 100 mil disponíveis para aplicar. Um terço dos entrevistados já possui U$$ 1 milhão ou mais em ativos financeiros como parte de seu patrimônio.

Grande parte - 77% dos entrevistados - afirmou que tem investimentos imobiliários ou pretende aplicar nesse mercado em 2014. "Imóvel é visto como um investimento atrativo porque os investidores de alta renda enxergam a aplicação como uma maneira de diversificar o portfólio, além de uma fonte potencial de valorização do capital investido e a possibilidade de geração de renda", destacou o banco, em entrevista por e-mail.

Os chamados ativos colecionáveis, "collectibles", também estão no radar dos endinheirados americanos. Cerca de 34% dos entrevistados afirmaram que pretendem incluir as aplicações passionais em seu portfólio. Também considerados investimentos alternativos, os metais preciosos apareceram na terceira posição entre as prioridades dos endinheirados, com 28%.

A diversificação dos riscos é apontada pelo banco como um dos fatores preponderantes para essa escolha. "Os investidores de alta renda poderiam buscar alguns desses ativos para diversificar risco e, potencialmente, ganhar com a valorização de capital", afirmou o banco. Para a instituição, tais alternativas não têm correlação com ações e títulos, por exemplo. "Isso significa que elas não se movem na mesma direção desses mercados. Desta forma, podem oferecer proteção em um mercado em baixa."

Entre as demais aplicações citadas pelos endinheirados estão fundos de private equity e hedge funds - investimento de risco elevado, geralmente recomendado para aplicadores agressivos. A aposta em venture capital, que aplicam em empresas nascentes, também aparece na lista dos investimentos preferidos pelos ricos.

Ainda segundo o levantamento, os investidores que recebem aconselhamento de um assessor ou consultor disseram que o profissional costuma ter informações importantes sobre as classes de ativos existentes no mercado, inclusive os alternativos. Isso, segundo eles, ajuda na hora da estratégia e seleção de aplicações para compor o portfólio. Dos entrevistados, 7 entre 10 investidores afirmaram que seus consultores são bem-informados, e 4 entre 10 disseram que os conselheiros são "muito bem-informados".

Os investidores mais abastados apontaram também algumas preocupações que poderão "deixá-los acordados durante a noite". As perspectivas da economia americana, o déficit no orçamento do governo, o déficit comercial, possíveis conflitos externos e efeitos do terrorismo no país foram os temores destacados pelos investidores. Mesmo com o medo de entraves com outros países, boa parcela dos endinheirados disse que apostará as fichas em China, Índia, Japão e Brasil. Países do Oriente Médio e Rússia, por sua vez, foram considerados pelos entrevistados "lugares ruins" para investir.

Em relação às perspectivas para o mercado de gestão de fortunas neste ano, o Morgan Stanley afirmou que "o segmento é uma fonte importante e crescente de receita para o banco e a expectativa é de que essa tendência continue para 2014".



Valor Econômico, 11/fev