segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016
Prêmio de arquitetura
O 3º Prêmio de Arquitetura Instituto Tomie Ohtake Akzonobek tem inscrições abertas a partir de amanhã. O concurso é destinado exclusivamente a arquitetos brasileiros ou estrangeiros que vivam no Brasil há pelo menos dois anos, com até 45 anos de idade, e projetos arquitetônicos construídos durante os últimos oito anos. As inscrições devem ser feitas até 10 de abril, no site institutotomieohtake.org.br, onde também se encontram as informações completas sobre a premiação.
O Globo, Morar Bem, 28/fev
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016
Veja as dicas de planejamento do consultor Gustavo Cerbasi
Marque aquele amigo que precisa de um empurrãozinho para começar a poupar;
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016
Prévia da inflação oficial de fevereiro é a maior em 13 anos
Com uma alta de quase 2% nos preços de alimentos - resultado dos problemas climáticos e da alta do dólar -, a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 ( IPCA15) subiu 1,42% em fevereiro, acima dos 0,92% de janeiro e da taxa de 1,33% de fevereiro de 2015. É a maior taxa mensal do índice - considerado uma prévia do IPCA, a inflação oficial do país - desde fevereiro de 2003, quando chegou a 2,19%. O número veio acima do esperado pelo mercado, mas a expectativa é que o resultado fechado do IPCA em fevereiro venha menor que no IPCA- 15.
Apenas três grupos - alimentos, transportes e educação - responderam por 75% da inflação registrada entre 15 de janeiro e 15 de fevereiro, quando foram coletados os preços do IPCA- 15 deste mês. O custo dos alimentos avançou 1,92% e respondeu por 0,49 ponto percentual da taxa, ou quase um terço da inflação do mês. Já o grupo Transportes teve alta de 1,65% e fatia de 0,30 ponto percentual na taxa, puxado pelos reajustes nas tarifas de ônibus urbanos. O grupo Educação, por sua vez, teve aumento de 5,91%, influenciado pela alta das mensalidades escolares no início de ano. O salto nos preços de cursos regulares foi de 7,41%. No acumulado nos doze meses encerrados em fevereiro, o IPCA- 15 ficou em 10,84%, o maior desde novembro de 2003.
- O que teve de surpreendente foi que o El Niño intensificou a piora do grupo alimentação. O número do IPCA- 15 de fevereiro veio muito ruim. Apesar de apenas três grupos responderem por mais de 70% do índice, a alta de preços está disseminada - afirma o economista-chefe do banco ABC Brasil, Luis Otavio de Souza Leal.
Economista da consultoria Rosenberg & Associados, Leonardo Costa França lembra ainda o impacto da alta do dólar nos preços de alimentos:
- Houve excesso de chuvas no Sul e seca no Nordeste, afetando os preços de alimentos. Mas também há impacto da desvalorização cambial, que demora mais a aparecer nos preços.
AUMENTO DENTRO E FORA DE CASA
A alta dos alimentos pesou dentro de casa - alimentação no domicílio subiu 2,37% - e também fora dela, 1,08%. Itens importantes na cesta de consumo das famílias tiveram aumento expressivo: o preço da cenoura subiu 24,36%, enquanto o da cebola avançou 14,16%, e o do tomate, 14,11%. Em um ano, a cebola ficou 84,61% mais cara.
A taxa de difusão - que indica a fatia dos mais de 400 itens pesquisados pelo IPCA- 15 que tiveram alta de preços no mês - subiu de 75,34% em janeiro para 77,53% em fevereiro, segundo o ABC Brasil. Em fevereiro de 2015, o percentual era de 68,49%. Luis Otavio de Souza Leal lembra que os preços de alimentos respondem por mais de 40% dos itens pesquisados. Ou seja, se a tendência é alta entre os alimentos, maior é a difusão. Ainda assim, ele acredita que há um espalhamento maior dos reajustes.
Ele estima que o IPCA de fevereiro fique perto de 1%, previsão semelhante à da Rosenberg & Associados. O banco Brasil Plural projeta alta de 1,05%. Para 2016, as estimativas estão perto de 8%. Pelo Boletim Focus, do Banco Central, que reúne as projeções do mercado, a expectativa é 7,62%, acima do teto da meta de inflação do governo, de 6,5%.
- Talvez a variação de 1,42% seja a maior do ano para um mês, seja pelo IPCA ou IPCA- 15. Acreditamos que o resultado fechado de fevereiro já mostre desaceleração, para fechar 2016 em 8% - disse Leonardo França.
O Globo, Lucianne Carneiro, 24/fev
terça-feira, 23 de fevereiro de 2016
ALTERAÇÕES IMPOSTO DE TRANSMISSÃO CAUSA MORTIS E DOAÇÃO DE QUAISQUER BENS E DIREITOS (ITD) - VIGÊNCIA 28/03/16
O Governador do Estado do Rio de Janeiro sancionou, e foi publicada no Diário Oficial de 29/12/15 a Lei 7.174/2015. Dentre as alterações, 2 têm grande impacto no mercado imobiliário. A primeira diz respeito a alteração da alíquota de 4% para 4,5% para doações de bens até 400.000 UFIR-RJ (R$1.200.920) e para 5% para as doações de bens acima de 400.000 UFIR-RJ.
A segunda diz respeito as doações com reserva de usufruto (casos em que o proprietário do imóvel – doador – transfere o imóvel para outra pessoa, mas permanece morando no mesmo até sua morte, por exemplo). Com as alterações o imposto de transmissão (ITD) deverá ser pago de forma integral no ato da doação. Anteriormente era permitido pagar 50% no ato da doação e 50% no ato da extinção do usufruto.
Essas duas alterações entrarão em vigor no dia 28/03/2016, portanto se você tem que dar entrada num inventário, por exemplo, não perca tempo.
Rodrigo Lima Campos de Moura
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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016
Luzes para dar leveza
Quem passa pelas obras da Linha 4 do metrô, na altura do Jardim Oceânico, pode constatar que os trabalhos se encaminham para a fase final. Já é possível ver como vai ficar a região quando as primeiras composições começarem a passar pela ponte estaiada. Uma incógnita, porém, permanece: ao cair da noite, como ficará a iluminação? Quem tem a resposta está no escritório de light design Peter Gasper e Associados, responsável pelo projeto, que deve terminar até julho deste ano, junto com as obras do metrô.
- Estamos esperando as luminárias chegarem para instalá- las na ponte e vermos se elas estão de acordo com o que se espera do projeto, porque o fornecedor mudou - explica a coordenadora de projetos do escritório, Liane Catanhede.
Ela diz que, se tudo correr bem no período de testes, serão necessários mais 90 dias até a conclusão da instalação dos equipamentos, de LED. O Consórcio Construtor Rio Barra, responsável pelas obras, informa que as luminárias chegarão em março e afirma que elas atendem às especificações do projeto.
Normalmente, um teste deste tipo não traria tanta tensão, mas o trabalho carrega o peso de ser um dos últimos deixados por Peter Gasper, que dá nome ao escritório. O especialista em iluminação morreu em maio do ano passado, aos 73 anos.
- Foi um dos últimos trabalhos do Peter. Queremos que tudo dê certo - conta Liane, acrescentando que, caso haja qualquer problema nesta fase, o escritório decidirá junto com o consórcio o que fazer.
A iluminação da ponte será similar à usada na Ponte do Saber, localizada na entrada do campus da UFRJ na Ilha do Fundão, que também teve projeto feito por Gasper. O escritório está acostumado a grandes projetos: é responsável pela iluminação do Cristo Redentor, do Planalto Central e da primeira edição do Rock in Rio, em 1985.
Ao contrário da iluminação do Cristo, a luz na ponte estaiada não será colorida. Segundo Liane, haverá diferentes tons de branco, para fazer variar a "temperatura". Quanto mais "fria", mais amarelada. Todas as bases serão iluminadas de baixo para cima, assim como os tirantes, que são os fios de metal ligando a viga central à ponte.
- Vai existir uma programação, para fazer a diferença de cor ficar mais evidente para quem passa por lá - conta Liane. - Essa programação é concebida para causar um efeito. Queremos que as luzes criem um movimento similar ao de se estar tocando uma harpa.
A decisão de quando a iluminação será estática e quando haverá luzes em movimento ficará a cargo do Rio Barra:
- Pode ser que o consórcio decida fazer a iluminação especial só em datas festivas. É mais um elemento cênico para tirar a dureza da construção, torná- la mais leve. Queremos dar um pouco de aconchego, para fazer o morador se sentir familiarizado com a ponte.
O Globo-Barra, Fábio Teixeira, 18/fev
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016
Um trem que flutua em direção a um futuro sustentável
Como um tapete mágico, flutuando silenciosamente e sem poluir o meio ambiente, o trem de levitação magnética (Maglev-Cobra), desenvolvido há 16 anos pela Coppe/UFRJ, abriu as portas ontem para o público na Ilha do Fundão. As viagens na linha experimental de 200 metros, que liga o Centro de Tecnologia (CT) ao Centro de Tecnologia 2 (CT 2), serão realizadas todas as terças-feiras em dois horários distintos: das 11h às 12h e das 14h às 15h.
Com os testes, os pesquisadores do Laboratório de Aplicações de Supercondutores da Coppe/ UFRJ pretendem conseguir, ano que vem, a certificação para operar o trem comercialmente. Para o professor Richard Stephan, coordenador do projeto, seria viável a construção, a partir de 2020, de uma linha de cinco quilômetros ligando o BRT Transcarioca ao Parque Tecnológico.
- Essa construção seria a nossa abertura para o mundo. O veículo está sendo desenvolvido para ser usado na malha urbana, não é de alta velocidade. No ano passado, conseguimos fazer os ajustes necessários para agora abrir ao público com segurança - disse Stephan, ressaltando as vantagens do novo modal. - Além do silêncio e do menor consumo de energia, o custo chega a ser três ou até cinco vezes menor do que o metrô subterrâneo. Se formos comparar com o VLT ou um monorail, é bem provável que chegue a um custo similar.
O professor, que sugere a criação de oito estações no campus da UFRJ, explica que em vez de roda, o trem de quatro módulos utiliza levitação. A pista de testes possui placas de ímãs instaladas nos dois lados. No meio, supercondutores impedem a passagem do campo magnético, fazendo o veículo flutuar cerca de um centímetro.
Por ser uma linha experimental, o Maglev-Cobra transporta 10 passageiros por viagem (podendo chegar até 30 pessoas) a uma velocidade de 10 km/hora. No entanto, de acordo com Stephan, é possível conectar novos módulos, de 1,5m de comprimento cada, e aumentar a capacidade do veículo, que, em percursos mais longos, pode chegar a 100km/h.
Assim como alunos, funcionários e professores, a pesquisadora Marta Amorim, de 54 anos, resolveu dar um passeio no novo veículo na manhã de ontem. Agora, ela espera que o novo modal seja aplicado em larga escala.
- Não teve trepidação. Gostei mais do silêncio e da maciez. Parecia que eu estava flutuando. O metrô sacode, por exemplo - afirmou.
Desde 2000, quando começaram as pesquisas para a aplicação da levitação voltada para o transporte urbano, já foram investidos cerca de R$ 15 milhões, segundo o coordenador do projeto. A maior parte dos recursos veio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio (Faperj) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O professor aguarda novos investidores para que o veículo possa ser fabricado em escala comercial.
De acordo com Stephan, o Maglev-Cobra é o primeiro veículo no mundo a transportar passageiros utilizando levitação magnética por supercondutividade e ímãs. A mesma tecnologia vem sendo testada na China e na Alemanha. Outros três veículos desenvolvidos no Japão, na China e na Coreia do Sul utilizam outra forma de levitação.
O Globo, Guilherme Ramalho, 17/fev
terça-feira, 16 de fevereiro de 2016
FGTS pode ser usado para prestações em atraso
Quem está com a prestação da casa própria em atraso e tem conta vinculada do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) pode usar os recursos para ficar adimplente. É uma alternativa em tempos de crise e evita que o mutuário perca o imóvel por falta de pagamento, além de deixar nome negativado.
Mas para lançar mão do fundo é preciso cumprir algumas regras como ser o primeiro imóvel comprado e o bem tem que custar até R$ 750 mil, além do contrato assinado pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH). Segundo a Caixa Econômica Federal, que administra os recursos do FGTS, o mutuário pode pagar até três prestações em atraso.
Porém, a Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABMH) afirma que as pessoas que têm mais de três parcelas em aberto devem recorrer à Justiça para usar o dinheiro da sua conta vinculada do fundo. De acordo com o diretor-executivo do escritório de representação da ABMH no Rio de Janeiro, Sérgio Rodrigo Campos Monteiro, apesar de não haver uma previsão expressa na Lei 8.036/90 (Lei do FGTS), é direito assegurado ao mutuário utilizar o seu saldo em conta do fundo para quitação de prestações em aberto do financiamento habitacional.
"A lei assegura o uso do fundo de garantia para aquisição da casa própria, abatimento e liquidação de saldo devedor de contratos de financiamento ou consórcio habitacional, vinculados ou equiparados ao SFH. Quanto às prestações em atraso, os tribunais brasileiros são unânimes em aceitar os recursos da conta vinculada do FGTS para sua quitação. O objetivo é garantir ao mutuário (ou consorciado) o direito à casa própria", explica Monteiro.
Ele ressalta ainda que por conta deste cenário político e econômico, que o país vive, tem aumentado o número de inadimplentes. Para quem tem apenas três parcelas em atraso, a recomendação é procurar a Caixa Econômica. Já para o mutuário que está com mais prestações em aberto, a saída é a Justiça. Se comprovar que não tem como pagar os honorários advocatícios e as custas processuais, a orientação é procurar a Defensoria Pública da União.
Redução do prazo de financiamento
Para quem está com as parcelas em dia, a recomendação é utilizar o dinheiro do FGTS para amortizar o saldo devedor e, por consequência, reduzir o tempo de financiamento, que pode chegar a 35 anos. Neste caso, o valor da prestação deverá ser mantido.
A orientação é do diretor da Estrutura Consultoria em Financiamentos Bruno Teodoro. O especialista orienta ainda que se o mutuário perder uma fonte de renda, por exemplo, poderá usar o FGTS para diminuir o valor da parcela mensal em até 80%. Vale lembrar que com este procedimento, o prazo de pagamento será o mesmo, ou seja, sem redução no tempo de contrato. O que não é recomendado. "O ideal seria diminuir outra despesa, mas se não tiver jeito, é melhor adotar este modelo do que ficar inadimplente e correr o risco de perder o imóvel".
Caixa explica as regras para usar recursos do fundo
A Caixa Econômica informou que para amortizar o saldo devedor, o contrato de financiamento não pode estar em atraso. E para liquidação, o montante total será utilizado para quitar o saldo devedor e o atraso em conjunto. Nos casos em que o FGTS não pode ser usado pelas regras da lei ou instrução normativa, a Caixa respeitará a decisão judicial das ações julgadas em favor do cliente.
O Dia, Cristiane Campos,14/fev
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016
Crédito para imóveis é facilitado
O governo adotou uma medida que pode estimular os bancos a oferecerem mais crédito imobiliário. Segundo resolução aprovada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e publicada ontem pelo Banco Central (BC), as instituições financeiras vão poder melhorar a gestão das carteiras de crédito imobiliário e ampliar a oferta dos empréstimos aos clientes. As instituições financeiras ganharam um prazo de 12 meses para aplicar recursos de poupança no crédito para imóveis, quando venderem parte da sua carteira imobiliária.
Por regra, os bancos são obrigados a destinar 65% do saldo médio dos depósitos de poupança para o crédito imobiliário. Quando esse percentual é descumprido, os bancos são obrigados a recolher ao montante equivalente à insuficiência de aplicações imobiliárias. Ao vender parte da carteira imobiliária, o valor cedido tinha que ser total e imediatamente deduzido do saldo de operações de financiamentos imobiliários consideradas para efeito de verificação do cumprimento das exigibilidades de aplicação da poupança.
Agora, em vez de recolher o dinheiro ao BC e assim ter menos dinheiro para conceder crédito, os bancos têm um prazo para obter novos recursos e aplicar nos financiamentos imobiliários. Segundo o BC, a medida é complementar à anunciada pelo Ministério da Fazenda na semana passada de aquisição de R$ 10 bilhões de CRI pelo Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), gerido pela Caixa Econômica Federal. A iniciativa libera mais recursos para a Caixa conceder crédito imobiliário.
O Dia, 12/fev
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016
Dinheiro garantido
Com ou sem crise, vender o imóvel ou se desfazer do veículo são soluções emergenciais adotadas por muitos brasileiros que buscam liquidez para pagar dívidas, investir em um negócio próprio ou realizar um sonho pessoal ou familiar. Uma modalidade de empréstimo que vem ganhando força no Brasil em anos recentes, entretanto, permite que o tomador coloque a casa própria ou o carro como garantia da operação e contrate recursos mais baratos e com prazos de pagamento alongados sem a necessidade de abrir mão do ativo.
Valor Econômico, Felipe Datt, 11/fev
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016
O Rio pode repetir o sucesso de Barcelona nas Olimpíadas?
A construção de centros esportivos e estradas para os Jogos Olímpicos avança no Rio de Janeiro, mas a grave crise econômica e alguns fracassos emperram o desejo dos organizadores de imitar "o milagre olímpico" de Barcelona em 1992.
A Cidade Maravilhosa, icônica, porém maltratada, deseja brilhar a partir de 5 de agosto, quando se tornará a primeira cidade olímpica da América do Sul.
Algumas melhorias já são visíveis, como em vários estádios, na construção de uma via que atravessa a principal avenida do centro da cidade e vai até o aeroporto doméstico e grandes projetos de transporte que incluem rotas expressas de ônibus e uma nova linha de metrô.
"Vamos dar mil voltas em Barcelona", afirmou no ano passado um confiante prefeito do Rio, Eduardo Paes.
Mas a ambição parece desmedida nesta cidade em grande parte pobre e violenta, que sofre com engarrafamentos constantes e uma espetacular, porém poluída baía, onde serão realizadas as provas olímpicas de vela.
Transporte para todos?
Quando a tocha olímpica se apagar em 21 de agosto, o Rio contará com um sistema de transporte ampliado, que permitirá incrementar a porcentagem da população que usufrui destes serviços de 38% para 66%.
Uma extensão de 16 km da linda de metrô conectará em 13 minutos os turísticos bairros de Ipanema e Copacabana à Barra da Tijuca, uma viagem que antes podia demorar mais de uma hora durante os horários de pico no trânsito infernal da cidade.
"Será o maior legado dos Jogos Olímpicos", declarou o subsecretário de Transporte do Rio, Bernardo Carvalho.
Se terminada a tempo, a nova linha 4 transportará 300.000 pessoas por dia e impulsionará a retirada de circulação de 2.000 carros por hora durante o rush.
O metrô estará integrado a um sistema de ônibus por 59 km de vias exclusivas (BRT) e se estima que cada unidade retirará 126 carros de circulação.
Contudo, o crítico Comitê Popular da Copa e das Olimpíadas considera que o novo sistema beneficia principalmente os bairros mais abastados e ignora quem mais precisa, a população mais humilde.
Com mais e 4.000 famílias desalojadas de suas casas devido às obras olímpicas, em sua maioria em zonas de forte especulação imobiliária, o Comitê acredita que um dos legados dos Jogos será uma cidade "mais segregada".
Elefantes brancos?
O prefeito do Rio garantiu que os ginásios, quadras, campos e piscinas não acabarão virando "elefantes brancos", como aconteceu com muitos dos estádios da Copa do Mundo de 2014.
Duas das instalações do parque olímpico foram construídas seguindo o modelo da "arquitetura nômade": a quadra de basquete será desmontada e transformada em quatro escolas públicas, enquanto que o parque aquático será dividido em dois centros de natação.
Das instalações fixas, um dos ginásios se tornará uma escola experimental esportiva e outro um centro de treinamento de alto rendimento. O parque olímpico de Deodoro ficará aberto para 1,5 milhões de pessoas de uma das zonas mais pobres da cidade.
Com a economia em sérias dificuldades, contudo, cresce a incerteza em relação ao interesse imobiliário pós-Jogos nos novos apartamentos da Vila Olímpica.
Também é incerto o uso que se dará ao polêmico campo de golfe, construído dentro de uma reserva ecológica e o primeiro público do Brasil, apesar do esporte não ser nada popular no país.
E a água?
A maior divida da promessa olímpica é a baía de Guanabara, onde serão realizadas as competições de vela e windsurf e onde são despejados todos os dias toneladas de lixo e esgoto, em sua maioria sem tratamento.
Os projetos fracassados de limpeza consumiram em vários anos cerca de 10 bilhões de reais.
O governo do estado do Rio de Janeiro havia prometido limpar 80% da famosa baía para os Jogos, mas a meta foi abandonada ao chegar a 49%. Um novo plano foi anunciado em agosto e estará pronto... para 2035, 20 anos depois das olimpíadas.
Também segue pendente a descontaminação da Lagoa Rodrigo de Freitas, onde serão realizadas as provas de remo. As autoridades juram que não há riscos à saúde dos atletas.
"O Brasil tende a aproveitar a euforia destes grandes eventos para prometer mais do que pode cumprir efetivamente. Acham que os eventos por si só vão resolver elementos estruturais da cidade", lamentou Pedro Trengrouse, assessor da ONU durante a Copa e coordenador do curso de Direito Esportivo da Fundação Getúlio Vargas, no Rio.
Melhor que Barcelona?
"A influência de Barcelona em muitos aspectos ainda existe e teve um peso nos Jogos do Rio", afirmou à AFP Emilio Fernández Peña, diretor do centro de estudos olímpicos da Universidade Autônoma de Barcelona.
Para os Jogos Olímpicos de 1992, Barcelona dedicou cerca de 80% do orçamento em melhorias para a cidade, impactando fortemente o turismo da cidade, que subiu de 1,7 milhão de visitantes em 1991 para 7,9 milhões em 2014.
O Rio investiu 64% de seu orçamento olímpico de quase 40 bilhões de reais em obras de legado e recebe atualmente cerca de 1,5 milhão de turistas por ano.
Mas com a economia em franco declínio e uma grave crise política em andamento, superar Barcelona não parece fácil.
Entre as áreas renovadas se destacam a zona portuária, que agora exibe uma nova cara, com um museu concebido pelo espanhol Santiago Calatrava e uma praça espetacular, grandes avenidas e túneis modernos, assim como novas ciclovias.
Contudo, as zonas de pobreza se mantêm intactas e a violência vem retomando o controle de áreas que estavam "pacificadas" por um programa de ocupação policial.
À taxa nacional de desemprego de 9% se junta a dúvida em relação a o que acontecerá com os 30.000 operários que trabalham nas obras olímpicas.
A nova Barcelona? Só os anos dirão.
Exame Online, 04/fev
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016
Conta de luz pode cair 7% em março
Depois de a tarifa de energia ter disparado em 2015, com uma alta de 48,99% para as famílias, o governo anunciou, ontem, uma redução. A partir de março, com a bandeira amarela substituindo a vermelha (espécie de gatilho que altera o custo), a expectativa é de uma queda de 7% na conta de luz. Para o ano, o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, projetou um reajuste menor que o observado em 2015 e até abaixo da inflação.
Braga participou, ontem, do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), grupo que decidiu desligar mais 7 usinas térmicas em março. Juntas, essas usinas geram até 2 mil megawatts de energia e, sem a operação delas, a expectativa é uma economia de R$ 7 bilhões. Em agosto do ano passado outras usinas já haviam sido paralisadas, o que também representou uma economia na geração de energia e colaborou para a redução no custo das tarifas que será observado a partir de março.
O ministro avaliou ainda que, mantidas as condições climáticas, existe a possibilidade de se chegar à bandeira verde em abril, o que representaria nova redução. Braga ponderou que ainda é cedo para garantir essa redução. Com o desligamento das térmicas, apenas no sistema de bandeiras, haverá uma queda de R$ 3 da vermelha para R$ 1,50 na amarela.
"Estamos entrando em novo ciclo, com viés de baixa no custo de geração e tarifa para consumidor", afirmou. De acordo com o ministro, os reservatórios das hidrelétricas estão em níveis elevados e a expectativa para novembro, no Sudeste, quando chegar o período de seca, é de que os reservatórios estejam em 30%. "Nós estamos com todos os cenários sendo analisados para que possamos chegar a novembro com capacidade de armazenamento de energia melhor que em 2015."
Térmicas
Ele afirmou que manter a bandeira vermelha seria impor um custo desnecessário ao consumidor. Contando as térmicas que foram desligadas em agosto de 2015, cerca de 40% delas foram paralisadas. "Não vai haver desabastecimento, as decisões foram tomadas de forma prudente", garantiu.
Romeu Donizete Rufino, diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), afirmou que o Brasil conseguiu inverter o ciclo de alta das tarifas. "O processo tarifário em 2016 deve ser bem mais comportado que no ano passado."
O Conselho ainda considerou que o risco de desabastecimento de energia continua em zero em fevereiro nas regiões Sudeste/Centro-Oeste e no Nordeste e que o cenário indica suficiência de suprimento energético neste ano. No fim da entrevista coletiva em que anunciou a redução de tarifas, Braga disse que o governo deve lançar depois do carnaval medidas de estímulo para a indústria de petróleo.
O Estado de São Paulo, Victor Martins, 04/fev
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