quinta-feira, 28 de julho de 2016

O legado olímpico do Airbnb


Desde que o Rio de Janeiro foi escolhido como a sede dos Jogos Olímpicos de 2016, há sete anos, as discussões sobre qual será o legado do evento são freqüentes. A duas semanas do início da maratona de competições, ainda não é possível cravar se essa herança trará benefícios para a Cidade Maravilhosa. Para o Airbnb, no entanto, o saldo já é positivo. Parceiro oficial de hospedagem alternativa da Rio 2016, o site americano enxerga a participação na Olimpíada como um trampolim para popularizar o serviço e levá-lo a um novo patamar no País.

"O Rio é nossa porta de entrada no Brasil e a Olimpíada é um marco da nossa estratégia no País", diz Leonardo Tristão, diretor-geral do Airbnb no Brasil. "Tivemos um crescimento de quase 100% em acomodações no País em menos de um ano e o evento foi o grande catalisador." Nos últimos nove meses, o número de acomodações da plataforma disponíveis em solo brasileiro saltou de 50 mil para 95 mil. Quarto destino mais procurado pelos usuários, atrás apenas de Paris, Nova York e Londres, o Rio saiu de 20 mil anúncios para 38 mil nesse período. Para a Olimpíada, o Airbnb já contabiliza 55 mil reservas na capital carioca, com turistas de mais de 110 países.

Como parte da preparação para a Olimpíada, o Airbnb investiu em encontros e reuniões periódicas com a sua comunidade de anfitriões, com o objetivo de adequá-los ao padrão de atendimento da plataforma. Atualmente, 72% das avaliações dos usuários sobre as hospedagens e anfitriões no Brasil são de cinco estrelas. A média global é de 70%. A empresa também montou uma grande operação de suporte para o evento esportivo. No Rio, uma equipe de 60 pessoas dará apoio aos turistas. O time reúne profissionais locais do Airbnb e também de outras subsidiárias. Ao mesmo tempo, eles terão suporte de centros da companhia nos Estados Unidos, na Irlanda e em Cingapura.

Apesar da legião de estrangeiros que estará no País, Tristão entende que a Olimpíada é a chance para consolidar o Airbnb como uma opção de hospedagem para os brasileiros, especialmente em tempos de aquecimento do turismo interno. "Do total de reservas, 49% foram feitas por usuários locais", diz. Na Copa do Mundo, esse índice foi de 6%, e em 2015, de 53%. Para Gabriela Otto, fundadora da GO Consultoria, o maior beneficio será a quebra do paradigma de segurança das hospedagens e dos pagamentos. "O brasileiro já confia nas ofertas do Airbnb no exterior, mas ainda tem um pé atrás com as opções locais do serviço", diz. "O evento será essencial para superar essa barreira." Tristão engrossa o coro. "O grande legado para o Airbnb será o brasileiro entender a experiência que podemos oferecer."



IstoÉ Dinheiro, Moacir Drska, 27/jul