quinta-feira, 26 de abril de 2018

Ipanema ganha shopping feito de contêineres


Quem passa pela Rua Gomes Carneiro, em Ipanema, percebe que algo de diferente chegou para se integrar ao ambiente, trazendo um sopro de inovação para o comércio local. Trata-se do Ipanema Harbor, um centro comercial feito inteiramente a partir de contêineres. Em seus 850 metros quadrados há capacidade para até 60 contêineres expostos ao ar livre que podem virar lojas de roupas, consultórios, escritórios, entre outros empreendimentos, ao gosto do locador.

- Entendemos que o uso do espaço vai mudar no planeta. Por isso, é necessário pensar em novas formas de utilizá-lo. Sempre buscamos projetos que fogem do convencional. Neste caso, existe um lado de sustentabilidade forte, pois usamos contêineres marítimos que não são mais utilizados - afirma o idealizador do empreendimento, Roberto Kreimer.

Para alugar um espaço no Ipanema Harbor, basta pagar aluguel mensal, sem fiador ou tempo mínimo de contrato. Segundo Kreimer, dessa forma garante-se maior liberdade a quem arrendar um contêiner. O valor varia entre R$ 3 mil e R$ 5 mil mensais, incluindo aluguel, condomínio e IPTU:

- A liberdade de entrar e sair é total. Sem falar que eliminamos o fiador, que é um problema operacional grave nesse processo - diz Kreimer.

Ele explica que os contêineres podem ser usados por grandes marcas ou por quem está começando e não tem como arcar com custos de uma loja em shopping. Ou ainda por quem quer expor algum produto por menos tempo:

- Ou seja, é mais flexível e não exige burocracia. Os contêineres podem ser organizados e empilhados de várias maneiras, e a loja pode ser montada em apenas 24 horas.

Nesse novo formato de negócio, os custos de instalação também são mais baratos em comparação aos de uma loja de shopping, por exemplo. Os contêineres de 15 metros quadrados, cada, podem ser adaptados de acordo com as necessidades do locador: podem ser de vidro ou totalmente fechados. O conceito e o projeto de arquitetura são do arquiteto Vitor Niskier, que está ajudando no trabalho de curadoria.

- Estamos sentindo a demanda, mas apostamos num mix em que a tendência mais forte será a moda, voltada para um público jovem. Já tivemos mostra de arte, mas há espaço para negócios que vão de consultório de psicanálise a studio de tatuagem. O modelo do Ipanema Harbor facilita a interação entre as pessoas. Está sendo um prazer tocar um projeto como esse - diz Niksier.



O Globo-Zona Sul, Patricia Paula, 26/abr