quinta-feira, 20 de dezembro de 2018
Pós em gestão de negócio
A ABADI vai lançar, em fevereiro, a Pós-Graduação em Gestão Empresarial para o Negócio Imobiliário, com parceria da AVM Educacional. Informações: nufei@abadi.com.br ou 2217-6950.
O Globo, Morar Bem, 16/dez
quarta-feira, 19 de dezembro de 2018
Copacabana Palace agora é da rede Louis Vuitton
O conglomerado francês de luxo LVMH - Moët Hennessy Louis Vuitton fechou ontem acordo para adquirir a Belmond, empresa britânica proprietária e operadora de hotéis de luxo, como o Copacabana Palace, no Rio, e o Cipriani, em Veneza, por US$ 3,2 bilhões - US$ 2,6 bilhões em ações e o restante em dívidas. A LVMH, empresa que está por trás das marcas Louis Vuitton, Dior e Céline, entre outras, já tem hotéis como o Cheval Blanc, na prestigiosa estação de esqui de Courchevel, nos Alpes franceses, e a rede hoteleira Bvlgari. Além do Copacabana Palace, o acordo com a Belmond dará à LVHM outras propriedades, incluindo o único hotel na cidadela de Machu Picchu, no Peru, e o Hotel Splendido, em Portofino, na Riviera italiana.
A operação foi anunciada na véspera da inauguração, na frente principal do Copacabana Palace, de uma loja da Gucci, que pertence ao grupo Kering, concorrente do LVMH. -A relação (entre LVMH e Kering) vai ser comercial. A vinda da Gucci só agrega valor ao hotel. Vai ficar incrível. Quem sabe um dia a Louis Vuitton também abra uma loja, vamos ver - diz a diretora-geral do Copacabana Palace, Andrea Natal, que também comentou a mudança.
- O período de aquisição demora de quatro a seis meses. Para Paula Acioli, coordenadora do curso de Gestão Estratégica em Negócios de Moda da Fundação Getulio Vargas (FGV), a aquisição da rede Belmond é reflexo da mudança nos hábitos de consumo.
- Pesquisas comprovam que as novas gerações, muitas enriquecendo com startups que se transformam em negócios bilionários, preferem viagens e experiências, inclusive em hotéis de luxo, ao consumo de roupas de grifes ou joias. Como hotéis de alta categoria costumam hospedar joalherias e grifes de moda luxuosas, parte dos negócios do grupo LVMH, considero essa operação uma jogada de mestre - afirma Paula. quinta-feira.
Ontem, as ações da Belmond saltaram 39,8%, enquanto as da LVMH recuaram 1,5%. O grupo Belmond teve lucro de US$ 140 milhões antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) nos 12 meses encerrados em 30 de setembro, com receita de US$ 572 milhões. Aos 95 anos recém-completados, símbolo de elegância e glamour que projetou o Rio internacionalmente, o Copacabana Palace pertencia à família Guinle, que em 2012 vendeu o hotel à Belmond.
O Globo, Marcia Dizitzer, 15/dez
terça-feira, 18 de dezembro de 2018
Agora sim: Cassino da Urca vai renascer
Esta semana, o BNDES deu um passo importante para que a outra "banda" do antigo Cassino da Urca, onde funcionava o teatro que recebeu nomes como Carmen Miranda e Grande Otelo, hoje em ruínas, seja revitalizada. Como se sabe, desde 2014, o salão onde ficavam os jogos e onde funciona o Istituto Europeo di Design (IED), já está nos "trinques".
O banco resolveu bancar 53% da obra de restauração de todo o conjunto arquitetônico da Urca (o prédio será completamente sustentável), inaugurado em 1933. Serão R$ 11,4 milhões. O restante ficará a cargo do próprio IED ou de patrocinadores via Lei Rouanet. O investimento total está estimado em R$ 36 milhões, e as obras devem ser concluídas em 2020.
O Globo, Ancelmo Gois, 16/dez
segunda-feira, 17 de dezembro de 2018
Porto inseguro
A Prefeitura do Rio ameaça processar a Caixa Econômica Federal para que seja cumprido acordo de repasse de verba destinada à manutenção da Região Portuária. Alegando a crise no mercado imobiliário, o banco ainda não liberou um centavo sequer da verba prevista para aquela área, que é de R$ 147 milhões.
Após transformar a esquecida beira-mar do Centro numa nova área de lazer e atrair milhares de visitantes, o Porto Maravilha - a maior parceria público-privada do Brasil - está mais uma vez sob ameaça. A Prefeitura avalia recorrer à Justiça para que a Caixa Econômica Federal cumpra o acordo firmado em agosto, no qual se comprometia repassar recursos para a manutenção da região, suspensos sob a alegação da crise no mercado imobiliário. Até hoje, o banco não liberou um centavo sequer dos R$ 147 milhões para infraestrutura e limpeza que deveriam ser transferidos em 12 parcelas.
O problema se arrasta. Há dois anos, o município arca com as despesas para recolher lixo e cuidar de calçadas e da iluminação da área revitalizada. Mas esses custos seriam da Caixa, que é a responsável pela gestão de um fundo imobiliário do qual deveriam sair os recursos para garantir a manutenção do espaço sem a necessidade de usar dinheiro público.
- Notificamos a Caixa extrajudicialmente. O próximo passo é buscar um acordo em uma câmara de conciliação de conflitos. Se não der certo, vamos cobrar em juízo o repasse dos recursos - disse o presidente da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Porto (Cdurp), Antonio Carlos Mendes Barbosa.
GASTO DE R$ 342,2 MILHÕES
O impasse atinge serviços urbanos de uma área de cinco milhões de metros quadrados, que abrange partes de cinco bairros do Rio: Centro, Caju, Gamboa, Saúde e Santo Cristo. Para tentar minimizar os efeitos do vazio deixado pela Caixa, a prefeitura já destinou, desde 2017, R$ 342,2 milhões para o Porto Maravilha.
Os repasses do banco estão suspensos desde junho de 2016. Com a crise financeira, o mercado imobiliário se retraiu, e o banco viu encalhar um título conhecido como Certificado do Potencial Adicional de Construção (Cepac), que permite construir na Zona Portuária acima de um gabarito mínimo. A premissa era que, desses papéis, viriam os recursos não apenas para executar as obras, mas para manter o que já foi feito.
Mas, mesmo se o acordo fosse honrado, não resolveria outro problema. Hoje, apenas 50% das intervenções em infraestrutura foram concluídas, e há dois anos nenhuma obra nova começou. O cronograma previa que os serviços terminassem em 2022, mas não há garantias de que será cumprido. Alguns projetos importantes para o setor imobiliário ainda não saíram do papel. Isso inclui a reurbanização da Avenida Francisco Bicalho, onde a legislação permite construir prédios de até 50 andares. Também não andaram intervenções como a implantação de vias de BRT no Túnel João Ricardo, para que o corredor Transbrasil chegue até a Central, bem como a urbanização no entorno da Praça da Harmonia.
- A situação é ruim para a Caixa no momento em que o mercado imobiliário reaquece. O Porto Maravilha é um ativo importante, não apenas para a cidade - disse o presidente da Cdurp, órgão da prefeitura.
A Caixa informou que "permanece em agendas periódicas com todos os agentes relacionados ao Porto Maravilha, para assegurar a continuidade do desenvolvimento da área e a valorização dos ativos que compõem sua carteira de investimentos".
Devido a essa indefinição, em junho, a prefeitura decidiu fazer por contra própria os serviços de manutenção para reduzir custos. A concessionária Porto Novo - até então responsável por essa manutenção, que no auge do projeto chegou a ter mil funcionários - hoje só conta com 170 pessoas, que operam os túneis Marcelo Allencar e Rio 450 e estão concluindo obras iniciadas antes da crise.
Mas os serviços têm deixado a desejar. No canteiro em frente ao Armazém Utopia, o mato chega a um metro de altura. O calçadão tem pedras soltas. A grama dos arredores do parquinho, ali perto, clama por água e limpeza e há lixo espalhado por toda parte. Os brinquedos também precisam passar por conservação: o paredão de escalada tem um buraco de 20 centímetros.
- Vim conhecer o Boulevard Olímpico porque tinham me recomendado. Mas está totalmente abandonado - disse o nutricionista Felipe Marangon, de Brasília, que visitou a região ontem com a mulher e os filhos.
Na Praça Mauá, boa parte das bolinhas de metal que sinaliza o caminho para cegos nos arredores dos trilhos do VLT já foi roubada.
- Com a prefeitura, a qualidade piorou. Hoje, temos dois garis para varrer e tirar o lixo. Eles não dão conta. A Porto Novo mantinha equipes quase 24 horas por dia - disse o comerciante João Santos.
O Globo, Luiz Ernesto Magalhães e Natália Boere, 13/dez
sexta-feira, 14 de dezembro de 2018
Cartão de visitas
Nas semanas que antecederam sua escolha para comandar o Ministério do Meio Ambiente, Ricardo Salles reuniu cartas de recomendação de representantes de vários setores empresariais para levar a Bolsonaro.
SERVIÇOS PRESTADOS
Em nome do mercado imobiliário, o presidente do Secovi de São Paulo, Flavio Amary, disse que ele "desburocratizou processos" e "promoveu a segurança jurídica" em sua temporada como secretário do governo Geraldo Alckmin (PSDB).
Folha de São Paulo, Painel, 11/dez
quinta-feira, 13 de dezembro de 2018
BC vê risco menor de inflação e mantém juro
Em sua última reunião do ano, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, manteve ontem a taxa de juros em 6,5% ao ano, mínimo histórico. A decisão, unânime, era amplamente esperada por economistas do mercado financeiro. A taxa está nesse patamar desde março.
A principal novidade do comunicado do Copom foi a avaliação de que o risco de frustração no processo de reformas diminuiu. O BC entende que não aprovar medidas de ajuste fiscal aumenta o grau de incerteza em relação à economia. Na prática, isso pressiona a inflação, pois investidores ficam receosos em relação à capacidade de o país honrar a dívida pública. Para o Copom, houve um "arrefecimento" desse risco.
DÓLAR CEDE 1,73%
Nos mercados, o dia foi de tranquilidade, graças ao anúncio da libertação, na noite de terça-feira, da herdeira da gigante chinesa de tecnologia Huawei, Meng Wangzhou. Analistas viram na decisão uma redução das tensões entre Estados Unidos e China. O dólar interrompeu uma sequência de seis altas consecutivas e encerrou com queda de 1,73%, a R$ 3,853. A Bolsa brasileira subiu 0,65%.
O Globo, Marcello Corrêa e Ana Paula Ribeiro, 13/dez
quarta-feira, 12 de dezembro de 2018
Zona Sul poderá ter microapartamentos
O Rio poderá ter prédios com apartamentos bem menores do que a legislação urbanística permite hoje. Projeto do prefeito Marcelo Crivella que atualiza as regras do Código de Obras - e que começa a ser votado na próxima semana na Câmara dos Vereadores - pretende dar liberdade ao mercado imobiliário para definir o tamanho das unidades. Hoje, em bairros como Ipanema, Leblon e Jardim Bo tânico, só é possível construir imóveis com metragem superiora 60 metros quadrados. Em outros bairros da Zona Sul, como Botafogo, a exigência é de 50 metros quadrados, no mínimo.
Pela proposta do Executivo municipal, a regra mudaria: os prédios poderiam ter apartamentos de 35 metros quadrados, em média, no caso de até 12 unidades, ou 45 metros, acima disso. Isso abre brecha para a construção de edifícios comunidades de diferentes tamanhos, desde que a média seja obedecida. Em São Paulo, por exemplo, já há quem more em apartamentos de 14 metros quadrados.
A arquiteta Rose Compans, consultora de Urbanismo da Federação das Associações de Moradores do Rio (FAM-Rio), fez estudos sobre o impacto da proposta na Zona Sul. Ela diz que, se o projeto for aprovado, caberiam, por exemplo, 45 apartamentos em um lote de 600 metros quadrados no Leblon ou Lagoa, onde hoje são permitidas 30 unidades.
- O projeto adensa ainda mais a Zona Sul, sem qualquer estudo prévio do impacto. Além disso, permite que os prédios ocupem áreas maiores nos terrenos. Isso dificultará manter áreas arborizadas no entorno - diz Rose.
ALGUMAS REGRAS SÃO DE 1970
O mercado imobiliário, no entanto, defende a flexibilização das regras - as mais antigas do Código de Obras são de 1970 - e argumenta que as demandas da sociedade por habitação mudaram nas últimas décadas. O presidente da Associação de Dirigentes do Mercado Imobiliário (Ademi), Claudio Hermolin, ressalta que a construção de unidades menores é uma tendência mundial:
- As famílias hoje são bem menores do que no passado. Essa proposta para o Rio é observada pela legislação de grandes cidades de todo o mundo. E a construção de prédios com unidades de tamanhos diferentes abre a possibilidade de convivência de pessoas de várias classes sociais em um mesmo espaço. Hoje, por conta da exigência de metragem, muitos não podem comprar um bom apartamento em área com infraestrutura. Mas teriam condições se as unidades fossem menores - argumenta Hermolin.
Já as associações de moradores temem que a mudança adense ainda mais a cidade, causando transtornos ao trânsito e sobrecarga da infraestrutura. A presidente da Associação de Moradores de Botafogo, Regina Chiaradia, diz que as entidades vão se mobilizar contra as mudanças:
- Se a preocupação é baratear, por que o foco é só a Zona Sul?
O pacote abre ainda a possibilidade de que prédios de até cinco andares sejam construídos sem elevador (hoje, só as obras do Minha Casa Minha Vida podem ser assim) e acaba com a exigência de apartamentos para porteiros. Outra mudança seria relativa às varandas: elas poderiam ter o tamanho que as construtoras quisessem, sem limitação. O projeto pode ser votado em primeira discussão na terça-feira. Mas não há consenso. Vereadores como Fernando William (PDT) e Carlo Caiado (DEM) são contrários às mudanças. William, por exemplo, diz que a proposta de liberar o tamanho das varandas pode fazer com que a prefeitura perca receita, já que o espaço não é levado em conta no cálculo do IPTU. Procurada, a secretária de Urbanismo, Verena Andreatta, não quis dar entrevista porque a prefeitura ainda analisa propostas de mudanças feitas por vereadores.
O que pode mudar se o projeto de lei for aprovado
Tamanho: Os prédios teriam apartamentos com 35 ou 45 metros quadrados, em média. Isso permitiria a construção de unidades menores.
Apart-hotel: Volta a ser liberado em todo o Rio.
Porteiro: Cai a exigência de imóvel para o funcionário. > Garagens: A Ademi vai sugerir aos vereadores que proponham emenda que dispense garagens em prédios a até 800 metros de estações de Metrô, trens e BRTs.
Tombados: Os imóveis poderão ser modificados e transformados em residências independentes.
O Globo, Luiz Ernesto Magalhães, 08/dez
terça-feira, 11 de dezembro de 2018
Certificado imobiliário deve voltar a ganhar mercado
A expectativa de crescimento da economia e aumento dos investimentos no setor imobiliário devem impulsionar as emissões de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) no próximo ano. Depois de queda de 21% no volume de emissão desses ativos em 2018, que soma R$ 5,147 bilhões até outubro, o mercado vê potencial desse montante dobrar no ano que vem com a retomada dos investimentos no segmento imobiliário. A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) projeta que lançamentos e vendas de imóveis no país devem crescer cerca de 10% a 15% na comparação com 2018. Com o crédito dos bancos ainda escasso para as incorporadoras e a taxa básica de juros no menor patamar histórico, aos 6,5% anuais, as empresas do ramo imobiliário têm usado as emissões de CRIs para captar recursos destinados a novos investimentos e também ao financiamento direto a clientes. Gafisa, Cyrella e Helbor foram algumas das companhias que captaram neste ano por meio de CRI.
Valor Econômico, Finanças, 11/dez
segunda-feira, 10 de dezembro de 2018
O novo Código de Obras e a revitalização urbana do Rio
Nesta semana deverá ser votado o novo Código de Obras do Município do Rio de Janeiro. É uma iniciativa da Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Urbanismo, que visa a estimular a revitalização urbana da cidade. O código atual é inadequado, pois não foi ajustado às mudanças sociais e tecnológicas dos últimos 30 anos.
Uma das principais inovações é a redução da área mínima das moradias. Seguindo a tendência da grande maioria das metrópoles, como São Paulo, Nova York etc., o novo código propõe a redução da área mínima, de forma a possibilitar que estudantes, solteiros, casais sem filhos e idosos possam viver em apartamentos pequenos. Hoje isso não é possível em boa parte da cidade, onde a área mínima é de 60 ou 50 metros quadrados. Devido ao alto custo, muitos cidadãos são impedidos de morar sozinhos. Isso se torna dramático para pessoas de baixa renda, que, por falta de opção, acabam sendo impelidas a morar em comunidades, onde regras urbanísticas não valem e proliferam moradias de 10 a 20 metros quadrados. Não é de se estranhar que essas comunidades tenham crescido vertiginosamente, e com elas se ampliou a informalidade, com todas as suas mazelas para a cidade.
Outro avanço importante é a redução de exigências de vagas de garagem. Com a recente expansão do transporte de massa e das ciclovias, o advento de aplicativos de transporte, e a tendência ao carro autônomo, muitas pessoas deixaram ou deixarão de ter um automóvel. Cidades como São Paulo não exigem que as moradias tenham vagas de automóvel, pelo contrário, limitam seu número.
A proposição do novo código é de que os imóveis que se situem a menos de 800 metros de uma estação de Metrô, ferrovia, BRT ou VLT não sejam obrigados a ter vagas. Essa é uma distância que uma pessoa pode percorrer em menos do que dez minutos. É importante notar que a construção de vagas encarece muito os imóveis, dificultando o acesso à moradia para quem não as necessita.
Outra medida revitalizante do novo Código de Obras é a permissão para que imóveis construídos há mais de 20 anos sejam retrofitados em unidades menores. Existem na cidade milhares de casas em estado de abandono e degradação por estarem em regiões sem segurança. Sua renovação dinamizará os bairros, especialmente nas proximidades das comunidades, e elas poderão se tornar excelentes alternativas de moradia. Santa Teresa, Alto da Boa Vista, Tijuca e Joá, entre outros, serão muito beneficiados.
O código estimula a composição de fachadas com varandas e elementos decorativos, o que embelezará a cidade, nossos arquitetos terão mais liberdade de criação. Confere também mais facilidades para projetar, com o conceito de prismas retangulares, a possibilidade de criar lofts, a integração dos ambientes etc.
A aprovação do código será um marco de renovação da nossa cidade, sem custar um tostão aos cofres públicos. Muito pelo contrário, trará uma era de prosperidade e impulso, em que os impostos arrecadados poderão ser canalizados para segurança, saúde, educação, e para diversos novos projetos de recuperação urbana em gestação na Prefeitura, como o do complexo da Maré.
O maior beneficiado será o cidadão, que viverá numa cidade melhor e numa moradia adequada aos seus anseios e possibilidades.
Afonso Kuenerz - arquiteto
Ademi, 12/dez
sexta-feira, 7 de dezembro de 2018
Com novo distrato, consumidor pode levar 7 meses para ser ressarcido
As mudanças nas regras do distrato de imóveis aprovadas na Câmara dos Deputados na quarta-feira ainda podem se converter em mais dor de cabeça para quem desistir da compra de um apartamento na planta. Para o comprador, além de uma multa maior sobre o valor pago, de até 50%, o ressarcimento do restante a receber pode demorar até sete meses, além do tempo da obra. Para as empresas, que celebraram a mudança, os resultados também podem demorar a aparecer. Segundo analistas, como um imóvel leva, em média, de um a dois anos para ser erguido, o efeito da lei deve ser observado nos balanços das construtoras somente a partir de 2021.
Até mesmo agências de classificação de risco, como a Moody's, que já soltaram relatórios com perspectivas positivas para o futuro das construtoras brasileiras, estão céticas sobre a capacidade de a lei resolver crises do setor, como a recuperação judicial de grandes incorporadoras como PDG e Rossi.
- Como a lei não tem efeitos retroativos, uma queda mais brusca no nível de distratos é esperada no longo prazo - diz Carolina Chimenti, analista de infraestrutura da Moody's.
Até lá, o problema do distrato segue uma batata quente no balanço das construtoras. Segundo os dados mais recentes da Abrainc, associação brasileira das incorporadoras, 27% das 115.930 unidades habitacionais entregues entre janeiro e agosto de 2018 haviam sido distratadas antes da entrega das chaves. É uma fatia menor que o recorde de 46% do 3º trimestre de 2016, mas distante do padrão até 2014, anterior à crise, quando raramente passava de 10%.
Lei pode ser 'tiro no pé'
Há quem acredite que as regras mais duras vão afastar os possíveis compradores. Para a Associação Brasileira de Mutuários da Habitação (ABMH), que reúne advogados especializados em ações judiciais por direitos habitacionais, o projeto de lei é um tiro no pé das construtoras porque pode desestimular vendas. O advogado Arthur Rollo, ex-titular da Secretaria Nacional do Consumidor, do Ministério da Justiça, concorda. Além do aumento do percentual da multa, diz ele, o consumidor terá de pensar duas vezes, já que a nova lei prevê que o ressarcimento ao comprador será feito até 30 dias após o habite-se do empreendimento:
- Na prática, significa que, além do prazo da construção, pode-se esperar mais sete meses para receber o dinheiro. Isso porque a lei prevê que as construtoras podem atrasar até 180 dias a entrega, sem penalidade. E ainda concede 30 dias para o pagamento após o habite-se.
Quando fez o distrato, em 2014, Suelen Batista teve 20% de tudo que havia pagado retido:
- Se essa regra estivesse valendo naquela época, eu sequer teria feito o negócio.
O risco de uma queda no interesse por imóvel na planta, por ora, é um mal menor na visão de lideranças do mercado. A lei, dizem, é bem-vinda por coibir a ação de "aventureiros".
- É preciso resgatar a cultura de cumprimento de contratos. O interessado num imóvel deve ter o devido preparo financeiro e pensar muitas vezes antes de assinar - diz Flávio Amary, presidente do Secovi-SP, sindicato de empresas do setor em São Paulo.
Novas regras:
Direito a arrependimento
A nova lei cria o direito de arrependimento da compra em até sete dias, contados da data da aquisição.
A nova lei cria o direito de arrependimento da compra em até sete dias, contados da data da aquisição.
Multa
A nova regra prevê multa de até 25% para empreendimentos sem patrimônio de afetação (quando o caixa do projeto é ligado ao da construtora) e de até 50% para obras com contas isoladas das demais da empresa.
A nova regra prevê multa de até 25% para empreendimentos sem patrimônio de afetação (quando o caixa do projeto é ligado ao da construtora) e de até 50% para obras com contas isoladas das demais da empresa.
Taxa de corretagem
Além da multa, a taxa de corretagem (de até 6% do preço do imóvel) pode ser retida pela construtora.
Além da multa, a taxa de corretagem (de até 6% do preço do imóvel) pode ser retida pela construtora.
Prazo para pagamento
O consumidor só receberá o valor devido depois do distrato 30 dias após o habite-se do imóvel. Assim, o reembolso pode levar mais de 200 dias, já que pela lei a construtora pode atrasar em até 180 dias a entrega.
O consumidor só receberá o valor devido depois do distrato 30 dias após o habite-se do imóvel. Assim, o reembolso pode levar mais de 200 dias, já que pela lei a construtora pode atrasar em até 180 dias a entrega.
O Globo, Leo Branco, Luciana Casemiro e Hellen Guimarães, 07/dez
quinta-feira, 6 de dezembro de 2018
Venda de imóveis para estrangeiros decola só em dois anos, diz entidade
A concessão de visto ao estrangeiro que comprar imóvel no Brasil tem potencial para adicionar de 8 mil a 10 mil transações ao mercado, diz João Teodoro da Silva, presidente do Cofeci-Creci (conselho federal de corretores).
"Durante os dois primeiros anos não vai haver muitas vendas, pois a regra demora para ser conhecida. Depois disso, será um número próximo de 10 mil unidades, o que é pouco para o Brasil."
Acontecem cerca de 700 mil negociações por ano no país, segundo Silva.
Para dar certo, será preciso um trabalho de promoção pesado por parte das agências de promoção ligadas ao governo, afirma o dirigente.
Estrangeiros que comprarem imóveis de R$ 1 milhão podem pedir visto de permanência. Se o bem estiver no Nordeste ou no Norte, o valor é menor, de R$ 700 mil.
A iniciativa é positiva e poderá atrair investidores que não teriam capital para aportar em imóveis em Portugal ou Estados Unidos, diz Flávio Amary, presidente do Secovi-SP (sindicato da habitação).
Folha de São Paulo, Mercado Aberto, 05/dez
quarta-feira, 5 de dezembro de 2018
Melhora na confiança no Brasil faz setor imobiliário apostar em momento de inflexão
O mercado imobiliário brasileiro vive um momento de possível inflexão após uma crise sem precedentes nos últimos anos, ainda que o cenário macroeconômico siga desafiador, afirmou nesta terça-feira o presidente da Federação Internacional Imobiliária (Fiabci-Brasil), Rodrigo Luna.
"Foram anos muito difíceis, em que o principal insumo para o nosso setor, que é a confiança, só foi ladeira abaixo… Esse é um momento importante, um momento de inflexão", disse Luna durante mesa redonda na sede do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP).
O vice-presidente de Relações Institucionais do Secovi-SP, Basilio Chedid Jafet, também tem uma perspectiva positiva para a indústria brasileira da construção: "Sentimos onda de otimismo varrendo o setor produtivo, com empresários falando em novos investimentos e as vendas no setor imobiliário recomeçando", disse.
De acordo com Jafet, o Secovi-SP espera encerrar o segundo semestre com resultados melhores no mercado imobiliário, após um primeiro semestre afetado pela greve dos caminhoneiros.
Outro fator que alimenta o otimismo, segundo ele, é a nomeação do presidente do sindicato, Flavio Amary, como secretário da Habitação do Estado de São Paulo pelo governador eleito João Dória. "Isso nos coloca mais próximos da nova gestão", destacou.
Jafet substituirá Amary na presidência do Secovi-SP, com mandato até o fim de 2019. Anteriormente, ele presidiu a Fiabci-Brasil entre 2011 e 2015.
Em breve aparição no evento, o futuro secretário da Habitação do Estado de São Paulo disse que focará os esforços na redução do déficit habitacional. "Dentro do programa de governo existem algumas ações propostas e é o que pretendo executar, como o cheque moradia, diminuição das favelas, processo de regularização fundiária, programa de locação social", comentou.
Amary acrescentou que também se empenhará para desburocratizar os processos de licenciamento para habitação, bem como ampliar a participação da iniciativa privada na produção de empreendimentos imobiliários, principalmente os destinados à população de baixa renda, por meio das chamadas Parcerias Público-Privadas (PPPs).
"A PPP faz parte do programa de governo e o objetivo é dar sequencia às PPPs que já estão em andamento do governo anterior e buscar outras alternativas também de PPPs que possamos usar para incentivar o investimento e trazer mais habitação para populações, principalmente de baixa renda", explicou Amary.
Extra online, Economia, 04/dez
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