sexta-feira, 10 de abril de 2020

Como uma fintech de crédito imobiliário contorna a crise


O mercado imobiliário prevê meses de lentidão na compra de imóveis, diante das incertezas quanto à economia e à interação social causadas pela pandemia do novo coronavírus. Mas as crises também apresentam oportunidades.

A CrediHome viu crescimento acima da média em um de seus nichos de crédito imobiliário: o home equity, ou financiamento pessoal em que o tomador dá um imóvel como garantia. O principal público são pequenos e médios empreendedores em busca de caixa para trocar dívidas ou manter seu fluxo de caixa.

A vertical faz parte da estratégia da fintech para crescer mesmo em um ano tão difícil: a CrediHome busca ir de R$ 400 milhões para R$ 1 bilhão de operações de crédito concedidas ou mediadas.

Ideia de negócio: crédito imobiliário pela internet

Bruno Gama trabalha há doze anos com crédito imobiliário. "Percebia a oportunidade de melhorar a relação com clientes finais, encontrando a melhor opção de financiamento para cada um deles. É a transação mais importante da vida de muitas pessoas e a experiência continua ruim na média", conta o empreendedor.

A CrediHome foi lançada em junho de 2018. O usuário cadastra seu pedido de crédito imobiliário ou de home equity.

A fintech passa esse pedido de crédito por vários bancos e pelos seus produtos próprios de crédito. A Credi Home está conectada a seis instituições financeiras no crédito imobiliário (como Banco Inter, Bradesco e Itaú Unibanco) e a oito delas no home equity (como Itaú Unibanco e Santander). Também tem financiamentos próprios que apostam em condições como seguros acessíveis e primeiras parcelas simbólicas caso você tenha tomado um crédito recentemente.

O usuário recebe todas as propostas e pode filtrá-las por menor parcela inicial e melhor taxa de juros, por exemplo.

Outro diferencial da fintech é a análise feita por meio de uma inteligência artificial própria. Um dos pontos analisados é a qualidade do imóvel adquirido ou dado como garantia: qualidade, idade, metragem e liquidez da região são indicadores chaves para estimar a capacidade de pagamento ou de tomada do imóvel no caso de inadimplência.

O crédito imobiliário tem um tíquete médio de R$ 330 mil, representando cerca de 60% do preço do imóvel.

O público fica entre 25 e 35 anos de idade, composto por jovens procurando uma forma mais digital e simples de conseguir um financiamento. "Eles procuram o crédito quando a parcela se assemelha ao valor do aluguel, movimento puxado também por uma queda na taxa de juros", diz Gama.

O tíquete médio do home equity fica entre R$ 150 mil e R$ 200 mil. O público principal é de empresários que dão o imóvel como garantia em troca de financiamento para trocar dívidas ou para manter o fluxo de caixa.



Pequenas Empresas & Grandes Negócios, Mariana Fonseca, 09/abr