O Rio de Janeiro registrou aumento de 1,9% no valor de locação dos seus imóveis no primeiro trimestre de 2020, isto é, antes das medidas de isolamento social provocadas pela pandemia da Covid-19. É o que aponta um estudo realizado pelo Imovelweb, um dos três mais conceituados portais de imóveis do país; o site traz todo tipo de informações sobre o mercado imobiliário assim como anúncios de imóveis para locação e venda. Especialistas do mercado imobiliário informam, porém, que após a pandemia a queda nos negócios foi "vertiginosa".
Após alta de 1,1% no mês de março, o aluguel médio de um imóvel padrão (65m², 2 dormitórios e 1 vaga de garagem) na cidade maravilhosa ficou no patamar de R$ 1.764,00/mês. Contudo, em todo o ano de 2019 foi observada uma queda de 1%.
Como já é de praxe, a região mais cara para alugar imóveis na cidade é a Zona Sul, com média de R$ 2.603,00/mês. Em seguida vem o Centro (R$ 1.965,00/mês) e, completando o pódio, Barra da Tijuca e Baixada de Jacarepaguá (R$ 1.408,00/mês). Os valores de aluguel mais acessíveis estão nas Zonas Oeste e Norte, nas regiões da Grande Bangu e do Grande Méier, com valores médios de aluguel em torno de R$ 956,00/mês, R$ 999,00/mês e R$ 1.194,00/mês, respectivamente.
Para Wilton Alves, da Sergio Castro Imóveis, os números não causaram surpresa. "Vínhamos notando antes da pandemia um aumento na procura de imóveis para aluguel nestas regiões, e uma subida de preços. A Zona Sul liderando em valorização, e Santa Teresa, Gamboa e Laranjeiras liderando no número de negócios concluídos em nossa carteira residencial. Infelizmente o caso é oposto agora: a queda vertiginosa na procura de imóveis ocasionou uma queda de preços, que provavelmente vai se demonstrar na pesquisa do próximo trimestre", lamentou o veterano executivo de administração de imóveis.
No quesito valorização, o levantamento mostrou que, nos últimos 12 meses, o bairro com o maior aumento no valor do aluguel foi o Catete, na Zona Sul (R$ 2.696,00/mês), com índice de 14%. Seguido de Cachambi, na Zona Norte (R$ 1.320,00/mês) e Santa Teresa, no Centro (R$ 2.246,00/mês), que registraram crescimento de 13%. Especialistas atribuem o fato à queda nos índices de violência em Santa Teresa, bairro que recebeu diversos novos negócios nos últimos meses antes da pandemia.
Por outro lado, o Engenho de Dentro, na Zona Norte (R$ 1.206,00/mês), foi o que mais sofreu queda no preço médio de locação, no mesmo período, tendo uma desvalorização de 19%. Vargem Grande (R$ 1.367,00/mês) e Camorim (R$ 1.578,00/mês), ambos na Zona Oeste, aparecem em seguida, com baixa de 13%.
Veja os bairros onde estão os alugueis mais caros e baratos na cidade do Rio
A pesquisa se baseia na rentabilidade imobiliária, fator que avalia se o investimento feito na compra do imóvel terá um retorno rápido ou mais demorado. No mês de março, a média da rentabilidade anual da cidade do Rio ficou em 4,4%, sendo necessários 22,6 anos de aluguel para rever o valor aplicado na aquisição do imóvel. Tempo 4,5% menor que há um ano.
Os bairros de Senador Vasconcelos, na Zona Norte (7,4%), Santo Cristo, no Centro, (7,4%), e Vila Valqueire, na Zona Oeste (6,3%), foram apontados como os mais atrativos do Rio. Gávea (3,0%), Lagoa (3,1%) e Jardim Botânico (3,2%), na Zona Sul, são os locais com a rentabilidade mais baixa.
Após uma leve alta no mês de janeiro, o valor médio do m² voltou cair, e apresentou, em março, uma desvalorização de 0,9%, ficando no patamar de R$ 7.655,00/m². Porém, o primeiro trimestre do ano revela uma queda 0,7% no preço dos imóveis da cidade do Rio de Janeiro. Enquanto nos últimos 12 meses a baixa foi de 3,9%.
A Zona Sul apresenta o m² mais caro da cidade, com média de R$ 12.917,00/m². Seguido de Centro (R$ 6.332,00/m²) e Grande Tijuca (R$ 6.112,00/m²). Do outro lado da tabela, zonas Oeste (R$ 3.146,00/m²), Grande Bangu (R$ 3.174,00/m²) e Norte (R$ 3.767,00/m²) são as mais econômicas.
O estudo, realizado mensalmente, também aponta como foi a evolução do m² no último ano. Os bairros que se destacaram com os maiores índices de alta foram: Encantado (18%), Bento Ribeiro (15%) e Gamboa (14%), apresentando médias de R$ 4.728,00/m², R$ 4.301,00/m² e R$ 4.751,00/m², respectivamente. Já Inhaúma (R$ 3.777,00/m²), Rocinha (R$ 9.749,00/m²) e Cacuia (R$ 4.532,00/m²) foram as áreas mais desvalorizadas nesses últimos 12 meses, com quedas de 19%, 16% e 14%, nesta mesma ordem.