sexta-feira, 25 de setembro de 2020

Setembro Amarelo: tratar de suicídio é falar de saúde mental


Um dos dados apresentados pelo Setembro Amarelo mostra que cerca de 96,8% dos casos de suicídio registrados no último ano tinham relação com transtornos mentais. Por isso, um dos pontos abordados pela campanha é exatamente a saúde mental. É preciso entender essas relações para compreender essa ação.

Doenças mentais, assim como aspectos psicológicos e sociais, são considerados fatores de risco. Na verdade, a relação com esses aspectos é mais presente do que se pensa. Por isso, é importante observar as situações a seguir.

Doenças mentais

Quando não são identificadas ou são tratadas de forma incorreta podem levar ao suicídio. Entre as doenças mentais relacionadas a ele destacam-se: depressão, transtorno de ansiedade, transtorno bipolar e esquizofrenia.

Aspectos psicológicos

São situações em que o equilíbrio psíquico é afetado. Os mais comuns são:

  • perda de pessoas próximas;
  • estresse pós-traumático;
  • abusos na infância (físicos ou sexuais);
  • questões de personalidade, como agressividade.

Aspectos sociais

Nos aspectos sociais estão incluso tratos como gênero, idade e situação familiar. São fatores relacionados ao contexto social e à forma como a sociedade se organiza. Entre os casos de suicídio registrados, homens, entre 15 e 30 anos, são mais propensos a atentar contra a própria vida. Idosos e grupos especiais também integram a população de risco.

É importante observar que estar classificado com um fator de risco não é determinante. No entanto, quando se trabalha o Setembro Amarelo, esses fatores auxiliam a identificar alertas e agir precocemente.

É preciso falar sobre saúde mental nas organizações

Segundo relatório emitido pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), anualmente, cerca de 170 mil pessoas são afastadas do trabalho por causa de transtornos mentais. Um ambiente organizacional insalubre pode atuar no desenvolvimento de transtornos mentais entre os colaboradores, incluindo depressão, síndrome do pânico, ansiedade e síndrome de Burnout ou esgotamento profissional.

Dentre os fatores que podem levar a problemas mentais, estão:

  • Jornadas de trabalho exaustivas,
  • Metas além do alcance;
  • Falta de reconhecimento;
  • Ausência de autonomia, entre outros.

Atualmente, neste momento de pandemia, pode haver agravamento dos transtornos mentais, pois o mundo precisou rever rotinas e comportamentos. O modelo de trabalho home office, para muitas pessoas, representou um outro problema, tendo que lidar consigo mesmas ou com algum contexto familiar que não estavam habituadas, entre outras questões. Pessoas com algum problema emocional passaram a se sentir pior com o novo cenário.

E nesse contexto de home office, ainda bastante presente nas empresas, é preciso que haja escuta ativa, com atenção ao que é dito, escrito em mensagens e até no que não é dito. Os colaboradores estão precisando de alguma coisa? De algum apoio? De alguma atenção especial a algo que tem ocorrido em sua vida além do profissional?

Coloque em pauta não só os assuntos relacionados a trabalho. Como as pessoas se sentem é tão ou mais importante do que como ou quando realizam as suas atividades. Uma atenção, uma simples atenção e olhar pode mudar um curso de vida.

O Setembro Amarelo é um chamado à atenção.

SECONCI, 25/set