Expectativa para o IPCA deste ano subiu de 5,97% para 6,07%, segundo o boletim Focus, divulgado pelo Banco Central. Já para o PIB, a previsão de crescimento passou para 5,18%.
Os analistas do mercado financeiro elevaram para 6,07% a estimativa média de inflação em 2021, ao mesmo tempo em que passaram a ver um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 5,18% neste ano. Já para a Selic, a taxa básica de juros da economia, a previsão se manteve em 6,50% ao ano.
As previsões constam no boletim "Focus", divulgado nesta segunda-feira (5) pelo Banco Central (BC). Os dados foram levantados na semana passada, em pesquisa com mais de 100 instituições financeiras.
Inflação
Para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, a expectativa do mercado para este ano subiu de 5,97% para 6,07%. Foi a 13ª alta seguida.
O centro da meta de inflação para este ano é de 3,75%. Pelo sistema vigente no país, que prevê intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais e para menos, a meta será considerada cumprida se ficar entre 2,25% e 5,25%.
Com isso, a projeção do mercado fica cada vez mais acima do teto do sistema de metas. Se confirmado o resultado, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, terá de redigir uma carta aberta explicando os motivos para o descumprimento da meta.
A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia.
Para 2022, o mercado financeiro reduziu de 3,78% para 3,77% a estimativa de inflação. No ano que vem, a meta central de inflação é de 3,5% e será oficialmente cumprida se oscilar de 2% a 5%.
Produto Interno Bruto
No caso do Produto Interno Bruto (PIB) de 2021, os economistas do mercado financeiro subiram a estimativa para o crescimento de 5,05% para 5,18%. Foi a 11ª alta seguida do indicador.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.
No começo do ano, o mercado previa que o PIB iria crescer apenas 3,4%. Porém, a economia tem mostrado forte reação nos últimos meses, influenciada, entre outros motivos, pela alta dos preços das commodities – produtos básicos, como alimentos, minério de ferro e petróleo, cotados no mercado internacional em dólar.
Para 2022, o mercado reduziu a previsão de alta do PIB de 2,11% para 2,10%.
Taxa de juros
O mercado financeiro manteve em 6,50% ao ano a previsão para a taxa Selic no fim de 2021. A Selic é a taxa básica de juros da economia. Com isso, os analistas seguem projetando alta dos juros neste ano.
Em março, na primeira elevação em quase seis anos, a taxa básica da economia passou de 2% para 2,75% ao ano. Em maio, foi para 3,5% ao ano e, em junho, avançou para 4,25% ao ano.
O objetivo das altas recentes, promovidas pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, é conter a pressão inflacionária.
Para o fim de 2022, os economistas do mercado financeiro elevaram a expectativa para a taxa Selic de 6,50% para 6,75% ao ano.
Outras estimativas
Dólar: a projeção para a taxa de câmbio no fim de 2021 recuou de R$ 5,10 para R$ 5,04. Para 2022, a previsão se manteve em R$ 5,20.
Balança comercial: para o saldo da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações) a projeção para este ano caiu de US$ 68,80 bilhões para US$ 68,41 bilhões de resultado positivo. Para 2022, está em US$ 60,20.
Investimento estrangeiro: a previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil neste ano recuou de US$ 58 bilhões para US$ 55,50 bilhões. Em 2022, a expectativa é de uma entrada de US$ 69 bilhões.
Jéssica Sant'Ana, G1, 05/jul