Na terça-feira, a moeda norte-americana fechou em alta de 0,51%, cotada a R$ 5,1917. Expectativa do mercado é de aceleração na alta da Selic, para 5,25% ao ano.
O dólar opera em alta nesta quarta-feira (4), em dia de anúncio da decisão do encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central e com os investidores digerindo dados de emprego dos Estados Unidos.
Às 14h37, a moeda norte-americana subia 0,22%, cotada a R$ 5,2030. Na mínima até o momento, recuou a R$ 5,1650 e na máxima bateu R$ 5,2460. Veja mais cotações.
Já o Ibovespa opera em queda, abaixo dos 122 mil pontos.
Na terça-feira, o dólar fechou em alta de 0,51%, a R$ 5,1917. No acumulado no ano, o avanço é de 0,09% frente ao real.
Cenário
No exterior, a criação de vagas de trabalho no setor privado dos Estados Unidos desacelerou e subiu bem menos do que o esperado em julho. Foram criados 330 mil empregos, contra 680 mil vagas no mês anterior, mostrou o Relatório Nacional de Emprego da ADP.
Segundo Alexandre Almeida, da CM Capital, os dados de emprego estão intimamente ligados à posição de política monetária do Federal Reserve, com números abaixo do esperado "corroborando para um cenário de manutenção" de seu estímulo à economia e de juros em patamares baixos.
Ainda nos EUA, o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do setor de serviços caiu a 59,9 pontos em julho, de 64,6 pontos da leitura do mês anterior, recuando ao seu menor nível desde fevereiro, mas ainda bem acima da média para o ritmo de expansão do setor.
Na cena local, o Banco Central define nesta quarta-feira sua taxa de juros, e o mercado aposta em uma aceleração na alta da Selic, após 3 aumentos seguidos de 0,75 ponto percentual. O anúncio será feito após o fechamento dos mercados.
A expectativa agora é que a taxa tenha uma alta de 1 ponto percentual, de 4,25% para 5,25% ao ano em meio à inflação acima do teto da meta. Para o final do ano, boa parte do mercado já espera uma Selic e 7,5% ao ano.
Uma Selic mais alta tende a contribuir para diminuir a pressão sobre a inflação e para uma valorização do real frente ao dólar, segundo analistas. "A elevação da taxa de juros aumenta o diferencial entre os juros internos e externos, tornando os ativos brasileiros mais atrativos para o investidor estrangeiro. Frente às taxas próximas de zero em muitos países, há maior entrada de dólares, sustentando a valorização do câmbio", afirma Gustavo Sung, economista da Suno.
No radar os investidores também permanecem as preocupações em torno das contas públicas após o governo anunciar que pretende apresentar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para ampliar a possibilidade de parcelamento de precatórios – créditos que pessoas físicas e jurídicas têm a receber do governo federal.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente da Câmara, Arthur Lira, negaram que a medida seja um "calote". Mas a proposta foi entendida por diversos analistas como uma tentativa de drible do teto de gastos, uma vez que chega no momento em que o governo também discute uma reformulação do Bolsa Família e busca ampliar o valor médio do benefício.
G1, 04/ago