Valor foi suficiente para superar rombo das contas externas, que chegou a US$ 28,1 bi (alta de 15% sobre 2020). Resultado, porém, ficou abaixo do que previa o próprio BC (US$ 52 bi).
O Banco Central informou nesta quarta-feira (26) que os investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira somaram US$ 46,441 bilhões em 2021.
O resultado representa aumento de 22,9% na comparação com 2020, quando os investimentos estrangeiros no Brasil somaram US$ 37,786 bilhões.
Apesar de o resultado ter sido positivo na comparação com 2020, no mês passado, o BC estimou que os investimentos diretos de estrangeiros no país somariam US$ 52 bilhões., portanto, o resultado ficou abaixo do esperado.
A previsão do BC é que, em 2022, os investimentos cheguem a US$ 55 bilhões.
Em dezembro do ano passado, ainda segundo o BC, os investimentos estrangeiros direto no país ficaram negativos em US$ 3,935 bilhões. Isto é: em dezembro, houve mais retorno do que entrada de recursos.
De acordo com dados oficiais, os investimentos estrangeiros foram suficientes para cobrir o rombo das contas externas no ano passado.
Quando o déficit não é "coberto" pelos investimentos estrangeiros, o país tem de se apoiar em outros fluxos, como ingresso de recursos para aplicações financeiras, ou empréstimos buscados no exterior, para fechar as contas.
Contas externas
As contas externas registraram déficit de US$ 28,110 bilhões em todo ano de 2021, de acordo com números do Banco Central.
Isso representa um aumento de 14,8% na comparação com o ano de 2020, quando o resultado negativo somou US$ 24,492 bilhões.
Esse também foi o maior rombo para um ano fechado desde 2019, quando foi registrado um déficit de US$ 65 bilhões.
O resultado de transações correntes, um dos principais do setor externo do país, é formado pela balança comercial (comércio de produtos entre o Brasil e outros países), pelos serviços (adquiridos por brasileiros no exterior) e pelas rendas (remessas de juros, lucros e dividendos do Brasil para o exterior).
O aumento no déficit das contas externas está relacionado principalmente com o aumento das remessas de lucros e dividendos das empresas — que avançaram de US$ 16,823 bilhões, em 2020, para US$ 29,847 bilhões no ano passado. O rombo externo piorou apesar da melhora na balança comercial brasileira.
Para 2022, a instituição projetou que o déficit em transações correntes somará US$ 21 bilhões.
Alexandro Martello, G1, 26/jan