É a segunda alta seguida após 8 anos de juros negativos.
O Banco Central Europeu (BCE) elevou a taxa básica de juros do bloco econômico de zero para 0,75% nesta quinta-feira (8), em resposta à forte inflação local.
É a segunda alta nos juros desde 2011 – naquele ano, o BCE elevou suas taxas de juros, mas uma crise da dívida europeia rapidamente obrigou a instituição a reverter o curso.
Nos oito anos até julho deste ano, a taxa vinha negativa, e estava em -0,5% até a alta promovida naquele mês – significando que os bancos vinham pagando para deixar seu dinheiro no BCE. A medida buscava estimular os empréstimos e a atividade econômica, mas ao mesmo tempo estimula a inflação.
Inflação recorde
A atual reversão na taxa foi definida depois que a inflação da zona do euro atingiu novos recordes em junho e em julho, com o aumento das pressões sobre os preços.
Os preços ao consumidor nos 19 países que utilizam o euro subiram 0,1% em julho sobre o mês anterior, registrando de 8,9% na base anual, taxa mais elevada desde que o euro foi criado em 1999.
A inflação tem aumentado constantemente há mais de um ano, inicialmente alimentada por choques de oferta pós-pandemia e agora pelos preços da energia como consequência da guerra da Rússia contra a Ucrânia.
Mais de quatro vezes a meta de 2% do BCE, a inflação está tão alta que corre o risco de ficar em níveis desconfortáveis à medida que as empresas e os trabalhadores ajustam seus preços e comportamentos salariais à nova realidade.
Mesmo que os preços voláteis dos alimentos e dos combustíveis sejam retirados, o núcleo da inflação permaneceu bem acima da meta do BCE, uma leitura preocupante para as autoridades de política monetária já que sugere a perpetuação do crescimento dos preços através dos chamados efeitos de segunda ordem.
G1, 08/set