Informações foram divulgadas nesta segunda-feira pelo Banco Central. Com isso, investimentos estrangeiros foram suficientes para financiar o rombo das contas externas.
As contas externas do país registraram um déficit de US$ 18,41 bilhões nos sete primeiros meses do ano, o que representa um crescimento de 89% na comparação com o mesmo período do ano passado (US$ 9,75 bilhões). As informações foram divulgadas nesta segunda-feira (26) pelo Banco Central.
O resultado em transações correntes, um dos principais indicadores sobre o setor externo do país, é formado por balança comercial (comércio de produtos entre o Brasil e outros países), serviços (adquiridos por brasileiros no exterior) e rendas (remessas de juros, lucros e dividendos do Brasil para o exterior).
De acordo com o BC, o aumento no déficit das contas externas na parcial de 2022 está relacionada, principalmente, a uma piora na conta de serviços (mais gastos no exterior, incluindo viagens) e de renda (aumento das remessas ao exterior pelas empresas).
Para todo ano de 2022, a expectativa do Banco Central é de uma melhora nas contas externas. A estimativa da instituição é de um superávit de US$ 4 bilhões. Se confirmado, será o primeiro saldo positivo desde 2007.
Investimentos estrangeiros
Ao mesmo tempo, os investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira totalizaram US$ 52,63 bilhões no mesmo período, o que representa o maior patamar desde 2012 (US$ 56,4 bilhões), ou seja, em dez anos. A série histórica do BC tem início em 1995.
Com isso, os investimentos foram mais do que suficientes para financiar o déficit das contas externas.
Somente em julho, a entrada de investimentos estrangeiros no país somou US$ 7,72 bilhões, com crescimento na comparação com o mesmo mês do ano passado - quando somou US$ 6,64 bilhões.
Já em doze meses, os investimentos estrangeiros somaram US$ 65,6 bilhões até julho deste ano, contra US$ 64,5 bilhões no mês anterior (junho) e US$ 44,9 bilhões em julho de 2021.
Em todo o ano passado, os investimentos estrangeiros no país totalizaram US$ 46,441 bilhões. A previsão do BC é de que, em 2022, eles cheguem a US$ 55 bilhões.
Alexandro Martello, G1, 26/set