sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Concessões geram encomendas em cadeia


Por conta de obrigações contratuais, a maior parte desses investimentos será realizada nos próximos cinco anos, segundo estudo da Secretaria de Acompanhamento Econômico (SAE), que aponta que R$ 7 bilhões serão aplicados em aeroportos, R$ 2,4 bilhões em portos, R$ 28,7 bilhões em rodovias, R$ 26,6 bilhões em geração de energia, R$ 8,7 bilhões em linhas de transmissão e R$ 6,9 bilhões em petróleo e gás.

Isso deverá abrir um conjunto bilionário de oportunidades para micro, pequenas e médias empresas. Estimativas apontam que a cada R$ 1 bilhão licitado nos grandes projetos de infraestrutura cerca de 5% podem ser direcionados a pequenas e médias empresas. No entanto, esse percentual tem potencial de ser elevado em até seis vezes. "Os projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) vão produzir impactos consideráveis nos pequenos negócios. Estimativas nossas em conjunto com grandes construtoras indicam que, por exemplo, a cada R$ 1 bilhão licitado em uma obra, em torno de R$ 50 milhões são destinados a compras de produtos e serviços prestados pelos pequenos negócios", afirma Luiz Barretto, presidente do Sebrae Nacional.

Ele ressalta que essa participação, no entanto, tem forte potencial de crescimento, pois as compras externas realizadas por essas grandes corporações são equivalentes a aproximadamente 30% do custo da obra.

"Ou seja, desse R$ 1 bilhão de nosso exemplo, estamos falando então de R$ 300 milhões em fornecimento externo." Segundo o último balanço do PAC 2, divulgado em outubro, R$ 665 bilhões já foram executados, 67,2% entre 2011 e 2014. Mas cabe ressaltar que outros investimentos em infraestrutura deverão ganhar espaço a partir do próximo ano, como o desenvolvimento do megacampo de Libra, cuja exploração poderá envolver mais de US$ 100 bilhões.

A hidrelétrica de São Luiz dos Tapajós (PA) é outro projeto que pode sair do papel. Por conta desse potencial, o Sebrae vem trabalhando desde 2004 em um programa de encadeamento produtivo, no qual já foram atendidas mais de 15 mil empresas que se tornaram fornecedoras ou ampliaram seu fornecimento a gigantes dos setores onde atuam.

"Até o próximo ano, a expectativa sinalizada em termos de negócios pelas grandes empresas compradoras nas mais de 100 rodadas com micro e pequenas empresas ofertantes é superior a R$ 5 bilhões", afirma Barretto.

O Sebrae tem atualmente um portfólio de 84 projetos para promover o encadeamento produtivo entre grandes e pequenas empresas, onde estão sendo investidos por parte do Sebrae e das empresas parceiras aproximadamente R$ 95 milhões.

Atualmente participam do programa juntamente empresas como a Petrobras, Braskem, Vale, Gerdau, Odebrecht, Consórcio Guarulhos Airport e Nestlé. No setor rodoviário, foram concedidos 4,2 mil quilômetros em estradas nos últimos três meses, um número considerável, que representa quase um quarto do total concedido em 16 anos. Isso deverá trazer uma série de negócios. "Seguramente haverá oportunidades para os pequenos negócios, principalmente no fornecimento de equipamentos de proteção individual, material de construção, elétrico e hidráulico, como tintas, ferragens, blocos de concreto, cimento", diz.

Para fornecer para grandes empresas, os pequenos negócios precisam investir e melhorar as áreas financeira, gerencial e tecnológica. "A burocracia da Lei 8.666 excluiu muitas pequenas e médias empresas de licitações no aeroporto de Guarulhos, ao mesmo tempo havia um alto grau de informalidade e havia falhas de gestão em muitos empreendedores, que desconheciam noções de fluxo de caixa, qualidade dos produtos e importância do prazo de entrega", destaca Antônio Miguel Marques, presidente da concessionária que administra o aeroporto de Cumbica, que tem trabalhado para aumentar a participação de pequenos empreendedores nas compras do empreendimento.

Até o momento foram mapeados 104 fornecedores locais na base de compras do aeroporto de Guarulhos em 42 categorias com potencial de fornecimento. Destes, cerca de 50 estão em processo de negociação com a área de compras do aeroporto visando a sua contratação. "O potencial de aumento nas compras locais é da ordem de R$ 23 milhões, sendo que atualmente R$ 42 milhões já são comprados localmente pelo aeroporto", aponta Barretto, presidente do Sebrae Nacional.

Além de ter melhor gestão, a inovação é uma parte essencial da equação das pequenas que querem fornecer para esses grandes projetos. Uma parte da estrutura de pré-moldados das escadas e das arquibancadas dos estádios Arena Fonte Nova e Arena Pernambuco foi construída pela IBPC Premoldados de Concreto, que, para assumir a tarefa, teve de contratar cerca de 50 funcionários.

Para participar das obras, a empresa buscou inovar. O concreto das arenas esportivas é de um tipo especial, que reduz vibrações nas estruturas e nunca tinha sido utilizado em uma construção desse porte na Bahia. "Tivemos de ir a feiras em São Paulo, estudar a literatura técnica sobre o assunto e fazer testes com os fornecedores, aí passamos a incorporar essa nova tecnologia na Bahia, internalizando a tecnologia regionalmente que não era usada por aqui", diz Jarilson de Andrade, gerente-técnico da empresa.

A adoção da solução diferenciada trouxe redução de custos e um aumento de 30% da produtividade. Para Carlos Pastoriza, diretor da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), há uma grande incógnita em relação aos impactos que esses investimentos bilionários terão sobre pequenas, médias e grandes empresas brasileiras.

"Esse mercado será do Brasil ou dos concorrentes externos?", questiona. Por conta do custo Brasil, uma máquina fabricada aqui sai 37%, em média, mais cara que uma americana ou alemã. Além da logística deficiente e pesada carga tributária, um outro ingrediente reduz a competitividade: a defasagem cambial. Em 12 anos, a inflação chegou a 120% em reais, sem correção do dólar. "Esse é o grande problema, e as pequenas empresas têm um grau de sofisticação e inovação menor", destaca. Para ele, um dos problemas são os cálculos que envolvem o conteúdo nacional de alguns equipamentos da indústria naval. "Em uma refinaria, esse cálculo inclui a parte de obra civil e montagem de equipamentos, o que infla o resultado, mesmo que grande parte das máquinas e equipamentos venha de fora. Em estaleiros, o casco é feito aqui e montado aqui, mas grande parte das coisas vem do exterior", aponta Pastoriza. Em 21 e 22 de maio, em São Paulo, o Sebrae irá realizar um fórum nacional de discussões com o intuito de debater a ampliação de parcerias e oportunidades de negócios entre maiores companhias brasileiras e os pequenos empreendimentos de uma mesma cadeia produtiva.

A intenção é reunir grandes companhias que já são parceiras do Sebrae, como Petrobras, Vale, Odebrecht, Gerdau, GE, entre outras e as pequenas empresas envolvidas nesses projetos.



Valor Econômico, 31/jan

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Bacia de Campos atrai investimentos imobiliários de cerca de R$ 385 mi


A construtora capixaba Lorenge entrará no mercado do Rio de Janeiro neste ano com dois empreendimentos - em Macaé e em Campos dos Goytacazes - que demandarão cerca de R$ 385 milhões.

A empresa atua hoje em sete cidades do Espírito Santo. "O Estado é pequeno. Até temos como continuar crescendo nele, mas em um ritmo menor do que desejamos", diz o presidente da companhia, José Élcio Lorenzon.

"Decidimos trabalhar outro mercado justamente porque precisamos expandir o negócio, e o Rio tem uma cultura mais próxima da nossa."

A Bacia de Campos e os negócios petrolíferos da região também atraíram a empresa.

A construtora passará a destinar a maior parte de seus projetos para as classes A e B. Nos últimos anos, ela focou no segmento econômico.

"As classes altas são menos influenciadas pelos movimentos econômicos", diz.

"Quando você assina um contrato com um consumidor de renda mais baixa, é comum que, depois de 30 meses, ele não consiga concluir o financiamento." Em 2013, 15% dos clientes da empresa desistiram de negócios que já haviam sido fechados.

O projeto que será lançado em Campos será um condomínio residencial de alto padrão, no qual serão investidos cerca de R$ 70 milhões.

Em Macaé, serão R$ 315 milhões em um empreendimento com dois hotéis, dois prédios comerciais, quatro torres residenciais e um shopping com 60 lojas.



Folha de São Paulo, Mercado Aberto, 30/jan

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

O hotel do Donald Trump


Vai ser de alto luxo o hotel que Donald Trump inaugura em 2016, no Jardim Oceânico. Ele terá 13 andares e 171 quartos - 11 deles com piscina privativa e terraço com ista para o mar. O projeto, de R$ 200 milhões, prevê também a construção de boate, spa e uma piscina com borda infinita, vista panorâmica da praia e toda rodeada por cabanas VIP.



O Globo, Gente Boa, 29/jan

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Upgrade no Leblon


O bochicho no mercado dá conta que o fundo Gávea Investimentos está comprando apartamentos na outrora desvalorizada Cruzada São Sebastião. Comenta-se que mais de 70% dos imóveis do conjunto habitacional já estejam em mãos do fundo. Cada apartamento está valendo por volta de R$ 650 mil.



Jornal do Commercio, Marcia Peltier, 28/jan

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Aluguel de imóveis perto dos estádios chega a R$ 100 mil


A pouco mais de quatro meses da Copa do Mundo, turistas que ainda não definiram onde vão se hospedar vão encontrar preços das diárias e dos aluguéis nas alturas. Levantamento feito pelo GLOBO identificou ofertas de aluguel de imóvel por até R$ 100 mil perto dos estádios. Na Rocinha, há casas oferecidas por R$ 33 mil durante o mês da competição.

No Vidigal, a associação Ser Alzira de Aleluia vai deixar de receber voluntários de suas atividades sociais para alugar os seis quartos de sua sede a 13 turistas por diárias de R$ 300 por pessoa. Quenia Aleluia, coordenadora da ONG, quer usar os recursos para contratar mais uma professora de balé, oferecer internet e concluir a obra do campo de futebol:

- Vimos a oportunidade de oferecer quartos para quem não quer pagar muito e, com isso, ganhar renda para a comunidade.

Na Rocinha, há casas por US$ 12 mil no mês da Copa. O americano Elliot Rosenberg criou o site Favela Experience ainda no ano passado para oferecer aos turistas quartos na Rocinha e no Vidigal, além de vender um tour por favelas. Segundo ele, o valor máximo de US$ 400 por dia em uma casa para seis pessoas na Rocinha está compatível com o preço de albergues, que não saem por menos de US$ 50. Ele disse que o Favela Experience tem um caráter social, que é oferecer às comunidades um incremento de renda.

- Acreditamos que, durante a Copa, as pessoas podem acumular vários meses de renda. E também visamos a quebrar estereótipos negativos que existem nas favelas - disse Rosenberg

O administrador Marcelo Pimentel, 34 anos, cobra R$ 100 mil pelo aluguel de sua casa em Itaquera, em São Paulo, a cinco quilômetros da arena paulista, durante a Copa. No imóvel de três quartos, moram ele, a mãe e a irmã. As duas deverão sair da casa no período e ele ficará para oferecer serviços como passeios de carro pela cidade e transporte para os jogos - tudo incluído no pacote, à venda na internet:

- Estou me baseando na oferta. Mas, dependendo da negociação, posso reduzir o preço.

O empresário Alexandre Lessa, de 40 anos, quer ganhar até R$ 200 mil com o aluguel de duas casas e um apartamento próximos ao Maracanã, além de outro imóvel em São Pedro da Aldeia, na Região dos Lagos. A ideia, disse, veio há apenas 20 dias. O empresário mora na residência da Região dos Lagos, mas isolará uma área útil de 150 metros para alugá-la e oferecerá serviços de transporte para os jogos. O valor foi estimado a partir de pesquisa dos valores de diárias cobradas por outras residências no período, uma média de R$ 300 por pessoa:

- Esse tem sido o preço das diárias de imóveis a menos de quatro quilômetros do estádio.

Não são só pessoas físicas e instituições que estão em busca dos dólares que virão com a Copa. Para lucrar mais durante o evento, o sofisticado Hotel Majestic, na praia da Ponta Negra, em Natal, preferiu não aderir às propostas da operadora credenciada da Fifa para poder cobrar o preço que considera justo de seus clientes. Na lista de quem já tem reserva programada para a Copa, está o presidente de uma multinacional de acessórios de luxo que pagará mais de US$ 1 mil por dia.

- A operadora deles (da Fifa) quer ter o seu lucro, pagando menos para nós, por isso nossa proposta não foi aceita por eles. Mesmo assim, a aceitação do hotel por outras operadoras internacionais está ótima. É a regra de oferta e procura - disse Abdon Gosson, diretor do hotel que tem a bandeira Best Western Premier.

Com um bebê de dois meses, a cabeleireira Claudiana Lima, de 39 anos, também quer lucrar com o torneio. Ela saiu de seu apartamento de dois quartos, em Fortaleza, para passar o período da licença-maternidade na casa da mãe, na mesma cidade. Como voltaria para casa somente em maio, bem perto da Copa, decidiu adiar o retorno e alugar o imóvel, que fica a menos de dez minutos da arena Castelão, por R$ 10 mil durante um mês.

- Falaram que os jogos seriam uma oportunidade - disse.

Quem elevou os preços dos aluguéis dos imóveis confia na disposição de estrangeiros, como o argelino Adib Khelef, que é fanático por futebol e trabalha com o esporte em Londres. O fato de a seleção da Argélia estar na Copa leva muitos a fazer "grandes sacrifícios" para vir, disse Khelef, que vai passar por São Paulo, Belo Horizonte, Salvador, Porto Alegre, Curitiba e Rio.

- Os hotéis que vi cobram US$ 200 por noite, o que é uma loucura. Estou pedindo para meus amigos brasileiros encontrarem opções mais baratas - disse Khelef. - Eu diria que os preços estão altos, mas nós não podemos ficar fora da Copa.



O Globo, 27/jan

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Rio terá prédio com geração de energia


Com investimento de R$ 50 milhões, a Natekko, líder francesa em projetos sustentáveis na construção civil, vai inaugurar, em fevereiro, seu primeiro empreendimento no Brasil. A torre na Avenida Rio Branco, no Rio de Janeiro, vai abrigar o primeiro edifício comercial do Brasil com o conceito de "energia positiva": o estabelecimento será capaz de produzir mais energia elétrica do que seu consumo estimado, possibilitando, assim, a venda de eletricidade de volta para o sistema. O prédio será também a primeira torre comercial do Brasil a utilizar células de hidrogênio para produção de energia elétrica a partir do gás natural encanado.

Presidente e fundador da Natekko, Marc Celaries diz que o Rio é um mercado promissor para novas construções e "retrofits" (reformas) sustentáveis. O Porto Maravilha, plano de revitalização da região portuária da cidade, é exemplo de uma área que deve receber muitos projetos do tipo, afirma.

"Com a reforma do porto, o mercado vai mover-se pra lá. O boom do retrofit no Rio está só começando e deve durar pelo menos sete anos", prevê o empresário, que chama a Rio Branco de "Champs-Elysées dos trópicos". A avenida parisiense inspirou a construção da via carioca.

Com base no Valor Geral de Vendas (VGV), a Natekko espera faturar R$ 75 milhões com a venda das salas da torre que reformou na avenida Rio Branco, que possui 21 andares e cerca de 3.200 m2 de área ocupável. O prédio tem ainda painéis solares e sistemas de ar-condicionado baseados em ligas frias, além de uma fachada de vidros duplos em zigue-zague que reduzem a temperatura interna e a conta de luz. Com projeto do escritório Triptyque, a reforma é realizada pela construtora RRCompacta.

A Natekko quer aliar luxo e sustentabilidade. O projeto terá um sistema de concierge para oferecer serviços como estacionamento e recepção bilíngue aos ocupantes. O custo adicional deve ser equilibrado com a redução do IPTU, graças às iniciativas de sustentabilidade. "É provável que o prédio tenha ao menos 50% de redução no imposto graças a essas iniciativas [sustentáveis]", diz Christophe Van Hamme, da MMC Investimentos, consultoria parceira no projeto.

Empurrada pela crise na Europa que pressiona o mercado francês de construção civil, a Natekko tem hoje seus dois principais projetos em negociação no Rio. A empresa adquiriu a área para a construção de uma torre comercial na região portuária para uma multinacional francesa e negocia a reforma de um imóvel na enseada do Flamengo para um hotel.

Com exemplos do mercado francês, Celaries estima que seus edifícios sejam em média 30% mais caros que construções de mesma dimensão. Para ele, a sustentabilidade é um atrativo para as empresas. "Em dez anos, o mundo terá de construir com novas tecnologias", diz. "É interessante para as empresas ter o nome associado à sustentabilidade. Estar instalada em um projeto como esse é considerado um investimento em marca em marketing".



Valor Econômico, Guilherme Serodio, 24/jan

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Mercado de imóveis carioca lançou R$ 11,2 bi em 2013


O mercado imobiliário carioca registrou R$ 11,2 bilhões em lançamentos no ano passado. É aumento de 20% sobre 2012, quando foram postos à venda R$ 9,3 bi, segundo a Ademi-RJ. "O crescimento de pouco mais de 10% acima da inflação era esperado. O resultado este ano deve ser parecido", afirma João Paulo Matos, presidente da entidade. Já o número de unidades lançadas cresceu 9%. Saiu de 19.551, em 2012, para 21.247, em 2013. 

O maior crescimento percentual foi no setor hoteleiro, de 196%, que passou de 621 para 1.840 unidades. "O resultado mostra confiança do segmento e de quem está comprando. Os empreendimentos que ficarão prontos para as Olimpíadas de 2016 tiveram de ser lançados no ano passado. Por isso, deve haver uma redução deste resultado em 2014", diz Matos. Os projetos comerciais lançados também avançaram 64%. Somaram 5.046 unidades. Já os residenciais caíram 9%, para 14.361 unidades. 

O presidente da associação das administradoras prevê aumento de 5% no total de unidades este ano. "Não há motivos para não estar otimista, mas é preciso ficar atento a eventos como Copa e eleições, quando o mercado pode ficar esquecido" diz.

4.262 UNIDADES NO RECREIO

O bairro foi primeiro lugar em lançamentos na cidade. Jacarepaguá ficou em segundo. Barra, Cachambi, Campo Grande, Penha, Santo Cristo, Del Castilho, Santa Cruz e Pilares também aparecem entre os dez mais.



O Globo, Negócios & Cia, 23/jan

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Bancos não elevam juros imobiliários


Os grandes bancos estão reduzindo as taxas de juros em pelo menos uma área de atuação, no crédito para casa própria, mesmo às custas da margem da operação. A tendência mostra a força da competição no setor, prioridade das instituições financeiras. Em um período cm que a taxa básica de juros saiu de 7,25% em abril de 2013 para 10,5% em janeiro de 2014, Banco do Brasil, Bradesco e Santander reduziram a taxa média cobrada no crédito imobiliário.

A Caixa e o !taú Unibanco elevaram o custo para o tornador, mas em proporção menor que o aumento da Selic, segundo dados do Banco Central. Em 2013,0 crédito imobiliário cresceu mais que o dobro do que esperava a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança, e muito acima das demais modalidades de empréstimo à pessoa física.

No ano passado, foram desembolsados RS 109;2 bilhões em financiamentos imobiliários com recursos da poupança, volume recorde desde o inicio do Plano Real. Na comparação icom 2012, cresceu 32%. Página Cl0 Crédito imobiliário ignora alta da Selic Felipe Marques De San Paulo Os grandes bancos estão poupando o tomador de um aumento de juros no crédito para casa própria, mesmo às custas da margem da operação.

Longe de ser um gesto de caridade, mostra a força da competição na linha, prioridade no portfólio das instituições financeiras. Em um período em que a taxa básica de juros saiu de 7,25% em abril de 2013 para 10,5% ao ano em janeiro de 2014, Banco do Brasil, Bradesco c Santander reduziram a taxa média cobrada no crédito imobiliário.

Já Caixa Econômica co Itati Unibanco a elevaram em proporção menor que o aumento da Selic. Os dados sat) do site do Banco Central. No Bradesco, a taxa em dezembro de 2012 era de 9,37% ao ano, e caiu para 8,52%. No Santander foi de 8,69% para 8,43%. E no BB, de 7,89% para 7%. 

No crédito imobiliário, pode até ser que os bancos tenham deixado de repassar ao tomador um eventual aumento do exist° d e captação", afirma Octavio de Lazari, presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), em evento realizado ontem.

"Mas o spread dessa operação sempre km muito baixo e seu resultado está muito mais ligado à capacidade de construir um relacionamento com cliente, para venda cruzada de nutios produtos", diz. lazari pondera que, embora a operação tenha baixa inadimplência, o empréstimo imobiliário tem um alto custo de originação da operação. Afirma também que vê pouco espaço para outros au men - tos nas taxas dessas operações ao longo de 2014. "A concorrência pelo produto segue muito acirrada", diz. A projeção da associação éque os desembolsos de crédito imobiliário com recursos da poupança cresçam 15% em 2014. Em 20131 o crédito imobiliário avançou mais que o dobro do que esperava a Abecip, bem acima das demais linhas de empréstimo para pessoa (bica. No ano passado, foram desembolsados RS 1092 bilhões em financiamentos imobiliários com recursos da poupança, volume recorde na modalidade desde o início do Mano Real. Na comparação com 2012, o volume cresceu 32%, longe da projeção inicial de 15%. 

Em 2012, a expansão havia sido de apenas 3,6%. As construtoras desaguaram em 2013 muito dos imóveis e projetos que foram represados em 2012, o que não deve se repetir neste ano", afirma Wait Para ele, com menos lançamentos sendo entregues em 2014, a pessoa fbica não deve crescer de forma tão acentuada neste ano.

Em 2013, foram desembolsados RS 76,9 bilhões em crédito para aquisição de imóveis, um avanço de 41% ante o ano anterior. Em 2012. 

O crescimento foi de 22%. já os recursos destinados à construção somaram RS 322 milhões, com avanço de 15%, depois de fechar 2012 em queda de 20%. "As incorporadoras voltaram a buscar crédito", diz o executivo.



Valor Econômico, 22/jan

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Os mais exclusivos do mundo


Quanto custa morar em alguns dos pontos mais desejados do planeta? Depois que o ranking publicado pela revista inglesa "The Economist" mostrou que ano passado o Brasil teve a segunda maior valorização no preço dos imóveis entre 23 países (12,8%), atrás apenas dos Estados Unidos (13,6%), o Morar Bem foi apurar o preço de algumas das áreas mais exclusivas do mundo: de frente para a vista livre do mar de Ipanema e Leblon, dos badalados Central Park, em Nova York, e Hyde Park, em Londres, pertinho da Torre Eiffel, em Paris.

O que seria mais caro, afinal? Se você chutou a nossa orla, errou feio. Londres, onde o metro quadrado médio da região central já chega a 16,3 mil libras (R$ 63 mil), é a mais cara. Seguida de perto pelo Triangle D'Or parisiense, região que reúne as avenidas Champs Elisées, Montaigne e François I e tem o metro quadrado na faixa dos R$ 50 mil. Depois, vem Manhattan, com metro quadrado médio de R$ 30 mil (segundo levantamento da imobiliária Douglas Elliman). A orla da Zona Sul carioca, com o metro quadrado que varia dos R$ 20 mil aos R$ 40 mil, ficaria apenas em quarto lugar nesse ranking informal dos pontos mais nobres.

Mas, claro, o mercado de luxo tem regras próprias e, muitas vezes, foge da lógica do mercado imobiliário. E há os tais pontos fora da curva, imóveis chamados de especiais pelos corretores do setor, que tem características únicas e proprietários que costumam pedir o que querem ganhar para só depois decidir se estão dispostos a vender.

Na orla da Zona Sul carioca, por exemplo, o preço do metro quadrado pode chegar aos R$ 60 mil, mas apenas em prédios emblemáticos como Juan les Pins, no Leblon, e Cap Ferrat, em Ipanema, onde o primeiro andar está à venda por R$ 37 milhões. Considerados os prédios com as melhores plantas da orla (cerca de 600 metros quadrados planos e nenhum vizinho de porta), ambos têm preços altos muito mais por conta da grife que carregam do que pelos serviços que oferecem.

- São dois ícones do Rio que se destacam no mercado de luxo, assim como o Jardim Pernambuco. Mas a maioria dos imóveis na orla custa entre R$ 6 milhões e R$ 10 milhões - diz Jacyr Tavares, diretor da imobiliária JTavares, especializada em alto luxo.

De fato, quando se trata de imóveis de luxo, os valores podem dar saltos quase estratosféricos. Em Nova York, há imóveis que podem chegar aos US$ 50 milhões (cerca de R$ 118 milhões). Em Londres, aos 100 milhões de libras (ou R$ 385 milhões) - preço de uma cobertura no Hyde Park 1, um dos mais exclusivos residenciais do mundo. E, nos arredores nobres de Paris, aos €$ 75 milhões (R$ 240 milhões). É esse o preço de uma mansão à venda na pequena cidade de Neuilly-sur-Seine, que abriga ricos e poderosos franceses, como o ex-presidente Nicolas Sarkozy. Mas, nesse caso, só para quem quiser ser vizinho de Liliane Bettencourt, a poderosa dona da L'Oreal, que mora duas casas depois.

Dentro da capital francesa, as ruas mais caras estão localizadas em áreas centrais como os arrondissements (áreas que dividem a capital francesa) Sexto, Sétimo e Oitavo, segundo estudo feito pela imobiliária Efficity. Fora da curva, no caso, está a charmosa Île de St. Louis, onde o metro quadrado chega aos R$ 96 mil.

- Como no Rio, os preços dependem da vista. Aqui os imóveis mais caros estão em pontos em frente ao Sena, com vista para o Louvre, a Torre Eiffel. E também no Triangle D'Or, que é a área favorita dos brasileiros - comenta Paulo Fernandes, diretor-geral da imobiliária de luxo Sotheby's Paris, lembrando que o preço médio do metro quadrado na cidade é de R$ 29 mil.

Já em Nova York, encontramos um apartamento de 400 metros quadrados na badalada Quinta Avenida, com vista para o Central Park, à venda por U$ 14 milhões (R$ 33 milhões). E uma cobertura de tamanho similar, mas do outro lado do parque, no Upper West Side, e bem pertinho do Museu de História Natural, que está sendo vendida por um preço um pouquinho maior: US$ 14,75 milhões, ou cerca de R$ 35 milhões. Exatamente o mesmo que vem sendo pedido, há ao menos sete meses, pelos proprietários da cobertura do Exclusivité, no Leblon. Um imóvel triplex de 770 metros quadrados.

- Além das prestigiosas localizações, os imóveis nova-iorquinos carregam a assinatura de arquitetos e designers famosos - destaca Dottie Herman, CEO da Douglas Elliman Imobiliária, uma das mais exclusivas de Nova York. - Tanto que costumam ficar em torno de 95 dias no mercado. Claro, que o tempo de venda vai depender de uma série de fatores, inclusive da competência do corretor em achar o comprador certo para um imóvel desse valor.

No Brasil, aliás, esse tempo costuma ser maior. Pode chegar aos dez meses, se o imóvel tiver um valor considerado acima do preço de mercado. Mas, em geral, vai dos três aos seis meses.

- O ideal mesmo é que o imóvel seja vendido em até quatro meses - diz Frederico Judice, da Judice & Araújo.

Considerada como uma das cidades mais caras do mundo para se viver, pela Expatistan (organização especializada em calcular o custo de vida em grandes cidades), Londres tem preços ainda mais elásticos que as demais cidades. Segundo a imobiliária Harrods Estates, propriedades de luxo podem custar de R$ 11,5 milhões (apartamentos de três quartos) a R$ 22 milhões (para casas). Mas nos pontos mais nobres da cidade como Knightsbridge, Mayfair, Kensington e Chelsea, esses valores não são inferiores aos R$ 22 milhões.

- No Hyde Park 1, um apartamento de um quarto não custa menos que isso - avalia Shirley Humphrey, da Harrods Estates, lembrando que propriedades assim oferecem facilidades como segurança, estacionamentos amplos, academias, spas, cinema e adegas.

Já em Santiago do Chile, apesar da valorização dos últimos anos, os preços ainda não chegaram a patamares tão altos. Nas regiões mais nobres, como Las Condes, Vitacura, Providencia e Lo Barnechea, o metro quadrado gira em torno dos US$ 3 mil aos US$ 3,5 mil, ou entre R$ 7 mil e R$ 8,2 mil, mais baixo até que o metro quadrado médio do Rio, que fechou 2013 em R$ 9.937.

- Só no ano passado, o número de anúncios de propriedades de luxo aumentou 47%. Santiago vem se consolidando como uma das melhores cidades para se fazer negócios na América Latina o que atrai muitos estrangeiros para o nosso mercado imobiliário, inclusive alguns brasileiros - avalia Nicolás Izquierdo, gerente de Análises Imobiliárias do Portal Inmobiliario, um site que reúne classificados chilenos.



O Globo, Karine Tavares, 21/jan

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Brasil registra segunda maior alta em imóveis residenciais entre 23 países


Os preços dos imóveis residenciais no Brasil aumentaram 12,8% em 2013, a segunda maior variação entre 23 países pesquisados pela revista britânica "The Economist", ficando atrás apenas dos Estados Unidos, que tiveram alta de 13,6% no período. O estudo da revista apresenta dados semelhantes aos divulgados esta semana pelo Índice FipeZap, que apontou um crescimento de 12,7% na pesquisa de sete capitais, e de 13,7%, na análise de 16 cidades.

A publicação destaca que o Brasil, que abriga a Copa do Mundo em junho, vive um boom imobiliário, e que no Rio, onde ainda será realizada a Olimpíada de 2016, os preços triplicaram desde 2008. Do total de países analisados, 18 tiveram aumento, sendo que no ano anterior foram 12.

Indícios de bolha na China e Índia

Já a China, liderada por um desenvolvimento excessivo e baixa ocupação, poderia enfrentar uma bolha imobiliária, afirma a revista. De acordo com o índice da Economist, com base em dados oficiais de 70 cidades chinesas, os preços aumentaram 8,7 % no ano até novembro de 2013. E a Índia pode seguir o mesmo caminho, pois os preços em 15 cidades aumentaram 7% no terceiro trimestre de 2013.

Nos Estados Unidos, onde foi registrada a maior alta, os preços das casas subiram 24% desde março de 2012, mas, ainda assim, estão 20% abaixo do pico registrado em abril de 2006. Ao todo, as propriedades americanas estão desfrutando de uma recuperação, mas não há uma bolha, diz a revista. O Canadá, entretanto, parece ter sido bem-sucedido em seu mercado, pois a inflação dos preços de imóveis residenciais baixou 3,4%.

Preços das casas caíram em países da Europa

Na Europa, os preços das casas caíram entre 1,5% e 5,9%. De todos os pesquisados, França, Espanha, Itália e Holanda tiveram queda nos preços dos imóveis - Japão foi o único lugar fora da região em que os preços recuaram. Porém, na Irlanda, o mercado chegou ao seu limite depois de reduzir o índice pela metade ao longo de seis anos. Os preços na Alemanha estão subindo no ritmo mais rápido desde a sua reunificação, embora a habitação ainda esteja desvalorizada.

Na Grã-Bretanha, os preços tiveram o maior aumento de taxa nos últimos três anos, alimentando os temores de uma bolha imobiliária, particularmente em Londres, onde os valores aumentaram em 12%. Entretanto, avaliando pela supervalorização dos preços das casas em contraponto com os aluguéis e rendas, a Grã-Bretanha não sofreu um impacto na habitação na escala dos Estados Unidos, em grande parte porque a oferta é pequena. Além disso, o governo britânico tem desfeito metas de construção de casas desde 2010, entre outras medidas.



O Globo, 10/jan

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Apartamento custa R$ 66 milhões em Ipanema


A orla da Zona Sul sempre foi terreno cobiçado, mas o preço dos imóveis de altíssimo padrão subiu a patamares muito acima de qualquer gabarito da área. No trecho de Ipanema ao Leblon, o valor do metro quadrado ultrapassa os R$ 50 mil. Um apartamento com 600 metros quadrados no Edifício Cap Ferrat, por exemplo, na Avenida Vieira Souto, em Ipanema, foi anunciado no site James Edition por R$ 66 milhões. Na quarta-feira, no entanto, o imóvel não estava mais na página. Ninguém soube dizer se a venda foi efetuada. Com esse valor, seria possível comprar um apartamento em frente ao Hyde Park, em Londres, um dos dez locais mais caros do mundo.

Com esse dinheiro também, segundo fontes do mercado imobiliário, seria possível construir uma mansão, assinada por qualquer arquiteto renomado, no Jardim Pernambuco, no Leblon, uma área supervalorizada. Diante do preço nas alturas, os ganhadores da Mega-Sena da Virada - foram quatro apostas vencedoras e cada uma leva cerca de R$ 56 milhões - não poderiam bancar a compra do apartamento.

- Podem até pedir esse valor, mas dificilmente vão conseguir vender. Há diferença entre o que se pede, o valor real e aquele pelo qual se consegue vender realmente um imóvel - disse uma fonte que atua nesse setor exclusivo do mercado e que pediu para não ser identificada.

Segundo o vice-presidente do Sindicato da Habitação (Secovi Rio), Leonardo Schneider, o valor do metro quadrado na orla de Ipanema e Leblon varia de R$ 40 mil a R$ 45 mil. No entanto, em alguns condomínios, como o Cap Ferrat e o Juan Les Pins, no Leblon, pode ser bem mais alto.

- Esse preço de R$ 66 milhões por um apartamento no Cap Ferrat é irreal. Mas no mercado a pessoa pede quanto quiser. O difícil é vender - disse Leonardo.

A transação de valor mais alto feita recentemente na cidade envolveu a venda de um apartamento, em meados de 2013, por R$ 32 milhões, no Edifício JK, em Ipanema, comprado por um nigeriano do ramo do petróleo. Por sinal, o JK é um dos mais cobiçados do Rio. Com projeto de Oscar Niemeyer, ele já foi endereço de Caetano Veloso. Paula Lavigne, sua ex-mulher, pôs o imóvel à venda por R$ 37 milhões.

Outra grande negociação foi a do nono andar do Juan Les Pins, vendido em 2011 por R$ 39 milhões, o valor mais alto pago até então por um apartamento no Rio.

Segundo um corretor, a disputa para se saber qual é o prédio mais caro da cidade fica entre o Cap Ferrat e o Juan Les Pins. Os dois são os edifícios mais altos da orla e foram erguidos numa época de flexibilização do gabarito.

O sigilo no mercado de imóveis de alto padrão é a alma do negócio. Segundo Leonardo Schneider, são poucos os corretores especializados:

- Eles (os corretores) têm acesso a informações privilegiadas e, por questão de segurança, precisam não aparecer. Quem aparece muito acaba não conseguindo trabalho.



O Globo, Célia Costa, 09/jan

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Imóveis ainda em expansão


A aguardada derrubada nos preços dos imóveis com a passagem da Copa do Mundo, em junho, parece estar longe de se concretizar, segundo analistas do mercado imobiliário. Depois de acumular aumento médio de 13,7% no último ano, segundo o índice Pipe - Zap da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (APE), o preço do metro quadrado deve se man - ter estável, porém ainda em alta nas sete principais capitais do país.

O ano que se inicia também deve ser aquecido, com mais vendas e novos lançamentos. Segundo o índice FipeZap, apenas duas das sete cidades avaliadas tiveram pequena redução na onda de supervalorização dos preços dos imóveis: Recife, que saiu de uma alta de 17,8% em 2012 para 13,4% no ano passado; e São Paulo, com valorização de 15,8% em 2012, e em 2013 teve aumento menor, de 13,9%. 

Apesar do aparente resfriamento do setor, com a queda da onda de preços altos, São Paulo deve manter o recorde de vendas que vem atingindo nos últimos anos. Em apenas dez meses, foram comercializados mais de 100% de todas as unidades vendidas em 2012. Em números reais, foram 27.751 unidades compradas até outubro de 2013 - 793 imóveis a mais. Os dados são do Sindicato da Habitação da capital. "A tendência é de certa estabill - dade nos preços dos imóveis, que têm crescido em média de 7% a 8% do valor real. Mas esse crescimento não deve passar disso, já que a economia brasileira não tem aberto espaço para uma grande ex - pansão ", avalia Claudio Bernardes, presidente do Secovi-SP. Bernardes, no entanto, diz que os empresários estão otimistas. "Ainda mantemos as condições necessárias para que o mercado funcione: pleno emprego e renda", completa ele. 

Cidade que mais vem sentindo a supervalorização com o valor médio do metro quadrado marcando os R$ 9.937, em dezembro de 2013 de acordo com o índice FipeZap, o Rio de Janeiro também deve seguir a tendência nacional e apresentar preços altos, porém sem super elevações. Vice-presidente do Secovi-Rio, Leonardo Schneider arrisca a di zer que, em algumas regiões da cidade, o valor dos apartamentos deve crescer no ritmo da inflação. Cidade que mais sofreu a supervalorização imobiliária, o Rio de Janeiro tem o metro quadrado mais caro do país.

Segundo dados do Secovi-Rio, o preço mais alto é de R$ 22.134 no Leblon, Zona Sul "2014 vai ser um ano de acomodação e ajustes no mercado imobiliário. Não se fala em queda nos preços e sim da manutenção da tendência de 2013, com preços variando em torno da inflação media. Mesmo a economia não apresentando bons números no PIB, na parte imobiliária, o déficit de moradias e o pleno emprego têm ajudado o setor a se manter aquecido", avalia Schneider.

Segundo o Secovi-Rio, o preço do metro quadrado para venda na cidade chega a R$ 22 mil, no Leblon, Zona Sul. Já em números de lançamentos, o Rio de Janeiro ganhou 17.975 novas unidades, 1.234 a mais do que em 2012, segundo dados da Ademi-Rio (Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário). Os números da Ademi são referentes ao período de janeiro a novembro de 2013. Apenas Brasília vem vivendo um movimento atípico do observado no país. Depois de um Iongo período de altas, os preços dos imóveis estão abaixo da inflação, registrando aumento de 4% em 2012 e de 4,2% em 2013. De acordo com o Sindicato da Construção Civil (Sinduscon-DF), os preços menores vêm garantindo o ritmo alto de vendas. O setor espera aumentar os lançamentos neste ano para 36 imóveis.



Brasil Econômico, Aline Salgado, 07/jan

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Imóveis no Rio ficaram 15,2% mais caros em 2013


Os preços dos imóveis no Rio de Janeiro subiram 15,2% em 2013, segundo o Índice FipeZap, divulgado nesta segunda-feira. No caso dos aluguéis, a alta foi de 8,3%. Apesar do aumento, os dados mostram que houve desacelaração na alta dos valores de locação, visto que em 2012 o acumulado do ano foi de 11,4%. Já em relação aos preços de venda, a variação é praticamente a mesma registrada no ano anterior, de 15%. Os valores estão acima da inflação projetada pelo IPCA, de 5,7%.

Eduardo Zylberstajn, coordenador da pesquisa, ressalta que, mesmo com um fôlego menor, os preços dos aluguéis no Rio continuam a subir:

- A locação no Rio teve um desaceleração na comparação com 2012, mas ainda assim é uma alta. Nós já vínhamos observando um ritmo menor. A variação da venda vem subindo mais que a da locação, mas isso não significa, necessariamente, que este cenário se manterá ao longo de 2014 - afirma Zylberstajn.

Na média nacional do período que compreende janeiro a dezembro de 2013, a variação para venda foi de 13,7% na pesquisa que inclui 16 cidades (chamado de grupo Ampliado) e 12,7% nas sete capitais (grupo Composto Nacional) - o método de pesquisa do índice é feito em dois grupos, e o Ampliado só começou a ser realizado em junho de 2012. No grupo Composto Nacional, que levam em consideração sete capitais, a alta de 2013 foi menor que a de janeiro a dezembro de 2012, quando foi registrado aumento de 13,7%.

Na pesquisa das 16 cidades, Brasília foi a única em que os preços de venda subiram menos que a inflação - apenas 4,2%. Os demais locais apresentaram variação acima da inflação: entre os 9,5% de São Bernardo do Campo e a fortíssima valorização de 37,3% em Curitiba. Vitória teve alta de 16,9%; São Paulo, de 13,9%; Porto Alegre, de 14%, e Belo Horizonte, de 9,7%.

Leblon continua no topo do ranking de preços

A variação mensal na capital fluminense para locação foi de 0,8% em dezembro. Nos preços de venda, a alta passou de 1,2% em novembro para 1,3% no mês passado. Na média nacional, a taxa caiu de 1,3% para 1% nas 16 cidades pesquisadas.

O preço médio nacional do metro quadrado anunciado em dezembro foi de R$ 7.303. O Rio continua com o valor mais alto, de R$ 9.937, seguido por Brasília (R$ 8.670) e São Paulo (R$ 7.815). O menor valor registrado é em Vila Velha (ES), de R$ 3.820.

Com um metro quadrado saindo em média a R$ 21.963, o Leblon é o bairro mais caro do Rio e do país. No ranking, Ipanema ocupa o segundo lugar, com R$ 19.818.



O Globo, 07/jan

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Reaproveitamento total da água


Para acabar com o desperdício de água potável, o Senado analisa projeto de lei para incentivar condomínios residenciais e comerciais, além de prédios públicos, a implantar sistemas de coleta, armazenagem e uso de águas pluviais. O projeto prevê a redução de 50% na taxa do serviço público de drenagem pluvial urbana para os edifícios e casas que tiverem sistema de captação de água da chuva. Além disso, propõe a criação de programas para incentivar a adoção de medidas para acabar com vazamentos na rede de abastecimento, e a instalação de dispositivos que economizam água, como bacias sanitárias de volume reduzido de descarga. 

Enquanto o tema é tratado pelo Legislativo, construtoras do Rio já saíram na frente, adotando medidas neste sentido.

A Pinto de Almeida, por exemplo, conta com um Comitê de Sustentabilidade, que define as iniciativas sustentáveis que serão incorporadas nos projetos. E a água das chuvas é reaproveitada para a limpeza das áreas comuns e rega dos jardins do condomínio. O residencial Portal de Itaipu, lançado em 2011, foi o primeiro a adotar a iniciativa, que agora se estende aos projetos atuais.

"Hoje, além de uma boa planta e qualidade no acabamento dos imóveis, a preocupação com o meio ambiente é um dos itens relevantes para a concepção dos novos projetos. O consumidor está mais consciente e a opção por empreendimentos que ofereçam serviços ecologicamente sustentáveis é um diferencial", afirma Naum Ryfer, diretor da Pinto de Almeida.

Uso para lavar carros e limpar pisos

A Cury é outra construtora que adotou a reutilização das águas da chuva para uso nas áreas comuns dos condomínios em seus empreendimentos. Os projetos Mérito Engenho Novo, Estação Zona Norte, Completo Campo Grande, Dez Rocha Miranda e Completo Zona Norte contam com caixas coletoras para a captação. A água captada é usada para limpeza de pisos e calçadas, lavagem de carros e irrigação das áreas verdes.

O mesmo vai ocorrer no residencial Bella Vita, da Vitale, em Madureira. O empreendimento também terá reservatório para águas pluviais. Outras construtoras que já adotam o sistema de captação de água da chuva em seus projetos residenciais são a Calçada, a Leduca e a Calper.



O Dia, Cristiane Campos, 05/jan

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Trump Towers deve manter demanda das construtoras


Obras do projeto de R$ 5 bi em área portuária do Rio começam já no segundo semestre A Trump Towers Rio, projeto de escritórios orçado em R$ 5 bilhões no centro do Rio de Janeiro, oferecerá trabalho às construtoras brasileiras depois que as obras para os jogos Olímpicos de 2016 no Rio diminuírem.

A Even Construtora Incorporadora SA, que é sócia acionária no projeto, terá direitos de preferência e opção para três das cinco torres, disse Stefan Ivanov, presidente do projeto. A construção das primeiras duas torres começará no segundo semestre deste ano e deve ser concluída em 2017.

As torres fazem pane dos esforços do Rio para converter a área portuária, no centro da cidade, em um polo comercial e residencial uma nova rodoviária e um sistema de ferrovias ligeiras, próximo aos dois aeroportos da cidade.

O governo local prevê investimentos de R$ 8 bilhões, boa parte deste montante antes dos Jogos, para a renovação da área de 5 quilômetros quadrados onde serão construídas as Trump Towers. 

O complexo ajudará a satisfazer a crescente demanda por escritórios no Rio. "A escassez de espaços de alta qualidade desencorajou muitas companhias estrangeiras a instalarem suas operações ali", disse Ivanov. O empreendimento é uma joint venture entre a MRP International, sediada em Sofia, Bulgária, - que construiu desenvolvimentos urbanos de Londres à Malásia -, o Salamanca Groupe a Even. Os sócios autorizaram o uso da marca Trump Towers para o projeto, mas Donald Trump não fornecerá financiamento. Entre os possíveis construtores está a Odebrecht SA, disse Ivanov. Cada torre valerá cerca de R$ 1 bilhão depois que o espaço dos prédios for alugado, de acordo com Ivanov, que não quis dar estimativas dos custos de construção. Do outro lado da rua, a Solace, um consórcio de empresas brasileiras de construção e engenharia, está construindo uma torre residencial de 1.330 unidades para abrigar a mídia nos logos e que depois do evento será vendida.



Brasil Econômico, 03/jan

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Centro do Rio é o motor econômico da cidade


Apesar da expansão imobiliária da cidade rumo à Zona Oeste, o Centro ainda é o motor econômico do Rio de Janeiro. Com a presença de estatais, sedes de grandes empresas e boa parte do comércio, o Centro detém um quarto do emprego da cidade (25,37%), e o salário médio é o oitavo maior entre os mais de 160 bairros: R$ 3.576,98. Se acrescentada a zona portuária, que abrange Gamboa, Saúde, Caju e Santo Cristo, a região passa a concentrar 37% do emprego da cidade, bem acima da Zona Oeste. As informações fazem parte do levantamento feito pelo professor de Economia da UFRJ Mauro Osório que mapeia o rendimento na capital, com base nos dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais).

Os números mostram que o plano do arquiteto e urbanista Lúcio Costa de implantar na Barra da Tijuca um novo centro da cidade ainda parece longe de ser realidade. A Barra e o Recreio concentraram 31,4% dos lançamentos residenciais e comerciais de 2013, segundo dados da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi). Apesar disso, a Barra tem apenas o 24º salário da cidade, em média: R$ 2.467,32, o que pode estar ligado à grande concentração de comércio. A participação no emprego também é modesta. A região da Barra, Recreio e Jacarepaguá responde por somente 7% do emprego da cidade.

- A centralidade da Barra é muito menor do que as pessoas imaginam. Atualmente, procura-se adensar as cidades pelo seu centro e isso é racional, para reduzir a mobilidade obrigatória. Como a tendência da população é não crescer mais, não faz sentido as pessoas morarem longe do trabalho - afirma Osório.

O economista Leonardo Muls, da Universidade Federal Fluminense (UFF), lembra que o fato de o Centro concentrar dinamismo tem origem histórica. Na época em que o Rio era a capital do país, atividades administrativas e estatais predominavam na região.

- Quando o Rio deixou de ser capital, não houve planejamento econômico para o entorno da cidade. Mas o Centro ainda precisa virar um pouco do que é hoje Botafogo, crescer em termos de oferta de padarias, cinemas e de todo tipo de serviços - afirma Muls.

Segundo o levantamento de Osório, mesmo bairros que passaram a abrigar gestoras e bancos de investimento, como o Leblon, ainda estão longe de ocupar as primeiras posições no ranking da renda. O Leblon detém apenas o 32º lugar, com um salário que, em média, é de R$ 2.254,13.

Para o professor José Cezar Castanhar, da FGV Projetos, as obras do Porto Maravilha aumentam a tendência de concentração no Centro da cidade.

- Existe um movimento global neste sentido, algo que já aconteceu em Lisboa, Buenos Aires. Mas houve, sim, um crescimento para a Zona Oeste e hoje existe um paradoxo, porque as pessoas foram para lá acreditando que, do ponto de vista dos negócios, a Barra tivesse condições de competir - pondera.

Cidade Universitária tem maior salário

O mapa do rendimento no Rio mostra ainda que centros de pesquisa ajudam a elevar a renda. Encabeçando a lista, o maior salário é o da região da Cidade Universitária, onde a média fica em R$ 7.313,47, seguida por Manguinhos, com renda média de R$ 4.754,63.

Bairros da Zona Sul, como Jardim Botânico e Botafogo, também estão entre os dez maiores salários médios graças ainda a institutos de pesquisa. O Jardim Botânico aparece em terceiro no ranking, ao abrigar grandes empresas e o Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa), além do próprio Jardim Botânico. O salário médio é de R$ 4.118,84. Botafogo está em sétimo: R$ 3.631,23.

A ideia de que apenas o setor de Serviços comanda a economia da cidade é outro equívoco, na opinião de Osório. O Rio ocupa a segunda posição na renda gerada em Serviços, de acordo com os dados mais atualizados divulgados pelo IBGE sobre o PIB dos Municípios. Para ele, ainda é grande o peso do rendimento industrial no total da renda. Isso acontece em Jacarepaguá, na Zona Oeste, onde o emprego industrial influencia a renda de trabalhadores. A região detém 17.484 empregos industriais diretos e está em nono na média geral de rendimentos: R$ 3.531.

O petróleo influencia os salários no Centro e no Maracanã. Só o Maracanã ocupa a quinta colocação no ranking de salários, com uma média de R$ 3.939,42 por trabalhador.

- O petróleo não se restringe à extração, mas também à indústria naval, que tem crescido fortemente na Região Metropolitana do Rio, além de todo aumento de empresas de partes e peças e prestação de serviços também vinculada ao complexo de petróleo e gás - afirma Osório.

Menos deslocamentos

A EcoSistemas, empresa de tecnologia especializada em softwares na gestão de saúde, está de malas prontas para se mudar este mês de Niterói para o Rio de Janeiro. Passará a ocupar dois andares de um prédio comercial numa área de 1.700 metros quadrados na Rua Dom Gerardo, em um investimento de R$ 2,5 milhões. O presidente da EcoSistemas, Marco Aurélio Duarte, espera que, com menos deslocamentos de funcionários, a receita aumente em 30% até 2015.

- É uma aposta que estamos fazendo. O Centro é uma área que movimenta toda cidade. Queremos aproveitar a convivência dos funcionários e dividir conhecimento. O Porto Maravilha pode nos levar mais adiante - estima Duarte.



O Globo, Clarice Spitz, 02/jan