sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Fundos imobiliários sobem com a expectativa de fim da alta da Selic


Os fundos imobiliários registraram alta nesta quinta-feira (27), após  decisão do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) de subir os juros em 0,25% para 10,75% ao ano. O Ifix (índice que mede o desempenho dos fundos imobiliários negociados na Bolsa) registrou elevação de 0,98% aos 1.316 pontos. Na semana, o índice acumula alta de 3,22%.

A elevação da Selic de forma mais branda do que nas reuniões anteriores (quando a  taxa subiu 0,5%) sinalizou ao mercado que o ciclo de aperto monetário pode estar chegando ao fim, o que beneficia o desempenho dos fundos imobiliários negociados na BM&Fovespa. Isto porque, com a Selic elevada, o yield (rendimento) dos fundos imobiliários precisa ser maior para compensar o risco do investimento, e a forma do yield se ajustar é com a queda do preço das cotas.Quando a Selic para de subir, é natural que as cotas voltem a se valorizar.

"Acredito que há uma percepção de que o ciclo de alta dos juros esteja próximo do fim", afirma o especialista em fundos imobiliários Arthur Vieira de Moraes. Segundo ele, essa perspectiva, aliada ao crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) acima das expectativas, são os principais fatores que impulsionam o desempenho dos fundos imobiliários nesta quinta-feira. "Vale lembrar que a aceleração do PIB pode contribuir para a diminuição da vacância de imóveis comerciais e a consequente manutenção dos valores de locação," ressalta.

Mais cedo, o Banco Central anunciou que o PIB brasileiro cresceu 2,3% em 2013, acima das expectativas dos analistas de mercado, que aguardavam crescimento inferior a 2% no ano passado.

Renda fixa

Com a perspectiva de fim do aumento da Selic, o prêmio dos títulos prefixados negociados por meio do programa Tesouro Direto também diminuiu. Isso porque estes títulos pagam ao investidor a expectativa de juros futuros (cada título tem uma data de vencimento), e quando ela diminui, é natural que o prêmio também recue.

Nos últimos dias, os contratos futuros de DI (Depósito Interbancário) registraram queda, justamente por conta da expectativa de um aperto monetário mais brando, ou próximo do fim.

Entre os títulos prefixados, a LTN com vencimento em janeiro de 2017 pagava 12,17% ao ano, enquanto aquela com vencimento em janeiro de 2018 oferecia rentabilidade de 12,38% a.a. O mesmo título com vencimento em 2025 pagava 12,74% aos investidores nesta quinta-feira. Há poucas semanas, a rentabilidade das LTN mais longas ultrapassava os 13% ao ano.

Já as NTN-B longas pagavam, a pouco mais de 10 dias, mais de 7% mais a inflação do período. Nesta quinta-feira, o prêmio destes títulos também diminuiu. A NTN-B principal com vencimento em 2035 paga hoje 6,75% mais o IPCA.



InfoMoney, 27/fev

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

De olho na segurança


Além da planta e dos itens de lazer, as soluções de segurança também são levadas em consideração pelos clientes na hora de comprar o imóvel. Diante disso, as construtoras buscam inovações cada vez mais tecnológicas.

Segundo o especialista em Segurança de Informação da Módulo, Eduardo Poggi, a questão envolve câmeras de monitoramento e fechaduras com biometria, ou seja, a abertura de portas por meio das impressões digitais dos moradores e registrados pelo condomínio. "E mesmo com toda essa parafernália tecnológica, o elo mais fraco da segurança ainda repousa sobre o ser humano", alerta.

O Grupo Avanço Aliados, por exemplo, oferece a fechadura biométrica no Magnific, na Freguesia, em Jacarepaguá, e no Marmaris, no Recreio dos Bandeirantes. O mesmo recurso também estará presente no Front Park, da Vitale, em Campo Grande.

A João Fortes adotou o botão antipânico em alguns condomínios. Ele é colocado nos cômodos da casa, em especial próximo à cabeceira da cama de casal. Em caso de perigo, o morador aciona o dispositivo e um alerta sonoro é acionado na guarita do empreendimento. O sistema pode ser encontrado no Ópera de Milano e no Largo dos Palácios, ambos em Botafogo, e no Nóbrega, em Niterói.

Mesmo com todos esses recursos, síndicos, porteiros e condôminos têm que estar atentos para evitar situações de perigo. Segundo a cartilha "Práticas para um Condomínio Seguro", do Secovi-Rio, a combinação de tecnologia e recursos humanos bem preparados é que tem mostrado maior eficácia.

Para os síndicos, a dica é estabelecer sistema rígido de controle de entrada e saída do prédio. Os porteiros precisam ficar atentos à rotina do condomínio e, em caso de irregularidade, comunicar imediatamente ao responsável pelo edifício. No caso dos condôminos, entre as orientações está observar se há movimentação estranha.



Meia Hora, Imóveis, 27/fev

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Derrubada de trecho da Perimetral revela beleza de antigo restaurante


Única construção que restou do antigo Mercado Central da Praça Quinze, o restaurante Albamar está prestes a recuperar parte da sua importância para o cenário da região. Com a derrubada da Perimetral, a beleza do restaurante de 80 anos poderá voltar a ser admirada pelos pedestres que circularem pelo grande passeio público previsto para o local. O pequeno trecho do viaduto que foi ao chão já dá uma amostra de como ficará a nova paisagem.

A derrubada do elevado começou em novembro de 2013 e deve estar totalmente finalizada até 2015, segundo a prefeitura. Diante do Albamar, parte do viaduto já não existe. Máquinas trabalham na retirada de pelo menos dois pilares e de algumas vigas e ainda há muitas toneladas de escombros naquele trecho. No início do mês, foram divulgadas imagens de como ficará o Centro do Rio no futuro. Com imagens de computador, a prefeitura usou fotos em 360 graus da região da Praça Mauá, da Praça Quinze e da Candelária, para mostrar o cenário antes e depois da derrubada do elevado.

A nova etapa de remoção do Elevado da Perimetral, diz a prefeitura, permitirá o avanço das obras dos túneis da Via Expressa que hoje com 537,2 metros escavados. Depois da obras, a Praça Quinze voltará ao desenho original.



O Globo, Simone Candida, 26/fev

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Construtoras buscam terrenos, agora, também pelas redes sociais


A busca por terrenos sempre foi um assunto tratado com discrição no mercado imobiliário. Afinal, saber que uma preciosidade está à venda antes dos concorrentes é uma vantagem e tanto. Mas, assim como o comportamento social muda e ganha cada vez mais força no campo digital, a forma de interagir com o público alvo também é remodelada. Além dos canais tradicionais, como contato pessoal e buscas em imobiliárias, as construtoras estão indo à caça de terrenos também via redes sociais.

- O Facebook e Twitter são ferramentas de massa. Tem também o YouTube, Instagram, Linkedin. Através deles encontramos uma maneira do marketing de nos comunicar com as pessoas - conta Carolina Lindner, explicando que com o relacionamento virtual surgiram muitos contratos:

- Geralmente, recebemos cerca de oito propostas por semana de terrenos na Zona Sul. Com o primeiro anúncio que fizemos no Facebook, foram 25, incluindo também Barra e Jardim Botânico. É muita coisa, ainda mais se tratando de uma região difícil de achar novos lugares. Proprietários que nunca imaginávamos que teriam interesse em vender um terreno nestas áreas entraram em contato conosco - declara.

Na Facility, o canal digital é usado há mais tempo. Segundo Bianca Carvalho, diretora executiva da empresa, as redes sociais são usadas tanto para encontrar consultores imobiliários, estabelecer contato e fechar negócios, como para anunciar interesse por terrenos, principalmente em bairros mais afastados, no entorno do Rio.

- Hoje todo mundo tem Facebook, Twitter e Linkedin. Estão todos ligados. Estes canais têm nos dado muito retorno, especialmente porque muitos proprietários estão em outros estados e veem pela internet.

Mas e o tal do sigilo?

Elas explicam que apesar do anúncio ser feito em páginas públicas, os interessados geralmente não colocam detalhes, apenas o nome e número ou e-mail para contato.

- Nós sabíamos que existia um risco em postar que queríamos um terreno na Zona Sul, mas todos nos responderam inbox (por mensagem direta). Agora, além de anunciar a venda e os lançamentos, queremos continuar postando anúncio da procura de novos terrenos - finaliza Carolina.

Já o diretor da construtora Mega 18, Alexandre Reznik, pondera a exposição que as redes sociais trazem. Para ele, é melhor o contato direto e pessoal com quem quer comprar ou vender. 

- Temos uma equipe de corretores, os quais têm uma rede de contatos no mercado. Preferimos assim, uma conversa mais privada e personalizada a um anúncio que é pulverizando - afirma.



O Globo online, Morar Bem, 24/fev

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

A alma de Ipanema


Descolada, jovem, colorida. Ipanema é solar não só na praia, mas em muitas das casas de seus moradores que levam para os ambientes internos de boa parte dos apartamentos do bairro o estilo que o tornou famoso no mundo inteiro. E desperta paixões em cariocas, moradores ou não do bairro, e turistas.

Para os que já moram ali, não há dúvida. O bairro conquista justamente por admitir pessoas de todas as tribos, todas as idades, todos os estilos, convivendo ao mesmo tempo em suas ruas, onde ainda sobrevivem os pequenos comércios lado a lado com as lojas de grife. Tudo isso a pé. Ou de skate. Patins. Bicicleta.

- Copacabana é dos mais velhos. Leblon tem a elite. E Ipanema tem de tudo um pouco. A família tradicional, o turista, o jovem, o cinema de bairro, o albergue, os hotéis mais caros da orla. É cosmopolita, mas também é muito local - opina André Carvalhal, que é diretor de Marketing da Farm e um dos moradores do bairro que tiveram a sua casa fotografada por Tiago Petrik, para uma exposição que, amanhã, abre a nova loja das sandálias Ipanema.

A intenção da mostra "A alma da casa" é mostrar um pouco desse estilo ipanemense de viver, tanto que foram clicadas também residências de gente que tem forte ligação com o bairro, mesmo morando hoje em outros lugares.

- Todas essas casas têm uma criatividade intrínseca, com soluções muito interessantes e são habitadas por pessoas reais, que levam suas histórias para dentro delas - discorre Tiago.

O letreiro da Chaika que hoje ajuda a alegrar a parede da cozinha da estilista Amanda Haegler, por exemplo, foi encontrado por uma amiga dela no lixo quando a lanchonete fechou. Renovado com um backlight, ganhou vida nova e se juntou a objetos e obras de arte feitos por amigos de Amanda, que mora num apartamento onde cada cantinho parece ser aproveitado para guardar um pouco de suas histórias e afetos.

Já o espaço que mais chama atenção na casa da estilista Isabel Jobim é o mezanino da sala de estar. Uma espécie de sótão que guarda os discos e livros da família, o local era o quarto dos sonhos de Isabel quando menina. Hoje, a neta de Tom, que tanto cantou as maravilhas de Ipanema, prefere buscar sua inspiração nas ruas do bairro, mas em vez de canções, cria estampas.

- É um bairro delicioso, vivo, onde as coisas acontecem nas ruas, as pessoas têm estilo e a natureza é incrível - define Isabel.

Ocupação determinou os lugares para serviços, comércio e moradia

Avibração das ruas de Ipanema não é à toa. Para o arquiteto e urbanista Ernani Freire, um dos motivos para o bairro ainda manter as características de bairro pequeno se deve à forma como foi ocupado.

- As ruas de Ipanema mantêm uma hierarquia. Há o local dos serviços na Visconde de Pirajá e Prudente de Moraes, o comércio de bairro e a moradia nas ruas internas. Isso faz com que seu sistema viário ainda funcione, apesar do excesso de carros - analisa Freire, que mora em um prédio modernista erguido nos anos 1950.

O edifício é um dos que resistiram à ocupação de Ipanema nos anos 1970, quando o mercado imobiliário descobriu o bairro e construiu a maioria dos seus prédios, substituindo os imóveis que começaram a surgir na região lá pelos anos 1930, pouco depois da ocupação da vizinha Copacabana.

- A voracidade do mercado estragou muita coisa, mas ainda assim, as ruas internas permanecem gostosas - completa o arquiteto, que só critica a quantidade de farmácias e bancos que tomaram conta do bairro. - Não há vida urbana que resista a isso.



O Globo, Karine Tavares, 23/fev

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Parque Olímpico vai restaurar mangue e restinga da Lagoa de Jacarepaguá


Uma área de 73.616 metros quadrados - o equivalente a quase nove campos de futebol oficiais - do Parque Olímpico do Rio, na Barra da Tijuca, será restaurada com vegetações de mangue e restinga. Trinta mil mudas de mangue-vermelho (Rhizophora mangle) já estão sendo cultivadas às margens da Lagoa de Jacarepaguá e o trabalho de recuperação ambiental, a cargo da empresa Manglares Consultoria Ambiental, do biólogo Mario Moscatelli, começa em setembro. Somente de novos manguezais ocuparão 30 mil metros quadrados. Ainda esta semana, máquinas começam a fazer o nivelamento do terreno que receberá as mudas.

Após os Jogos Olímpicos, em agosto de 2016, a área será aberta ao público, que terá acesso à faixa que margeia a lagoa por uma via que cruzará o Parque Olímpico da Avenida Abelardo Bueno, que se espalha por 1,18 milhões de metros quadrados e será palco de 16 modalidades olímpicas e 10 paralímpicas.

Ao apresentar o projeto de recuperação ambiental do terreno, ontem, o secretário municipal de Meio Ambiente, Carlos Alberto Muniz, disse que a recuperação da faixa marginal de proteção era uma obrigação contratual da parceria público privada (PPP) responsável por gerir o empreendimento.

- O fundamental não são os 15 dias de Jogos, mas o fato de o Rio ter conquistado essa oportunidade de dar um salto de qualidade. Muitos brasileiros têm um "complexo de pigmeu", pensam que as coisas nunca vão acontecer. Nós vamos, sim, tirar vários projetos importantes do papel - disse Muniz.

O biólogo Mario Moscatelli explicou que o plantio possibilitará a restauração em um ano de uma área que levaria, em condições normais, até 30 anos. Ele acrescentou que a área será cercada, para impedir que o lixo flutuantes das lagoas da região impactem negativamente o plantio.

A presidente da Empresa Olímpica Municipal, Maria Silvia Bastos Marques, afirmou que o acesso da população à área verde está garantido no Registro Geral de Imóveis (RGI) e que o reassentamento das famílias da Vila Autódromo está avançando:

- As negociações estão caminhando muito bem. Em março o condomínio Parque Carioca, ao lado do Projac, será inaugurado.



O Globo online, Emanuel Alencar, 18/fev

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Complexo comercial na Barra


A RJZ Cyrela lança hoje o complexo LEAD Américas Business (Barra). Serão sete blocos de três pavimentos num terreno de 43 mil m². Terá 803 unidades, de salas a andares corporativos. Deve bater R$ 600 milhões em vendas. É o primeiro lançamento da construtora este ano.



O Globo, Negócios & Cia, 19/fev

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Crédito para tornar casas acessíveis


As pessoas com deficiência que ganham até dez salários mínimos poderão usar financiamentos de microcrédito para reformar e adaptar imóveis. A novidade consta de resolução extraordinária do Conselho Monetário Nacional (CMN) publicada essa semana no Diário Oficial da União.

Desde janeiro de 2012, os bancos são obrigados a destinar parte dos depósitos à vista para financiamentos das compra de bens de auxílio à locomoção, como próteses, cadeira de rodas e até veículos adaptados. Os recursos saem do limite de 2% dos depósitos à vista que as instituições financeiras devem usar para o microcrédito de consumo.

Com a resolução, o CMN estendeu as operações de microcrédito para obras de acessibilidade em imóveis. A medida amplia o Plano Nacional dos Direitos de Pessoas com Deficiência. O Conselho Monetário, no entanto, definiu condições para a concessão dos financiamentos.

De acordo com o CMN, os mutuários deverão apresentar projeto arquitetônico de acessibilidade dentro das residências que respeite a legislação e atenda aos critérios da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). O projeto deve ser assinado por arquiteto cadastrado no Conselho de Arquitetura e Urbanismo, e o imóvel deve ser legalizado, com certidão do Cartório de Registro de Imóveis.

O projeto precisa ainda ter um relatório de responsabilidade técnica que detalhe a quantidade de materiais e de mão de obra necessária. Além disso, os imóveis poderão passar por vistorias para comprovar a aplicação regular do crédito, e as instituições financeiras poderão estipular um teto de financiamento caso a quantia pedida esteja acima dos valores médios financiados.



O Fluminense, 17/fev

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

O direito de uso sobre área comum


Áreas comuns acessíveis por apenas uma unidade - fique ela na laje no térreo - não são exatamente algo incomum nos prédios residenciais da cidade. Em especial, nos mais antigos. Mas uma decisão tomada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) no fim de janeiro, sobre um caso em São Paulo, jogou luz sobre um tema sempre polêmico: afinal, quais os reais direitos de quem tem o direito de uso de uma área comum do condomínio?

No caso em questão, o condômino do último andar ocupou o terraço por mais de 30 anos, com permissão tanto da especificação do condomínio, registrada no Registro Geral de Imóveis, como da convenção redigida em 1975. Mas não constava da escritura.

Ambos os documentos atribuíam a ele o direito real de uso da área desde que, em contrapartida, ele arcasse com os custos de conservação e limpeza do local. Sem, contudo, pagar taxa de condomínio pela área maior.

Até que, há cerca de dez anos, uma nova assembleia alterou o direito real de uso - que passa a estar ligado ao imóvel e não a seu proprietário - para direito personalíssimo. Ou seja, aquele que recai sobre a pessoa e não sobre o bem. Assim, apenas o atual proprietário do apartamento poderia usar o terraço e este direito não seria estendido a seus eventuais herdeiros ou compradores do imóvel. Além disso, foi instituída a cobrança de uma taxa condominial pelo uso da área.

Direito adquirido de não pagar

Inconformado, o condômino levou a briga para a Justiça e após o Tribunal de Justiça de São Paulo dar ganho de causa ao condomínio, o caso foi parar no STJ. Lá, a solução foi o meio do caminho. O direito personalíssimo foi mantido. Já a cobrança da taxa, não. A Quarta Turma do Tribunal considerou que após 30 anos usando a área sem pagar nada, o condômino já tinha direito adquirido.

- Acho que o STJ chegou a uma decisão plausível, de bom senso. É muito comum ver situações assim. As pessoas fazem um acordo, mas os anos passam, os condôminos mudam, e os que chegam têm interesses diferentes - diz Leonardo Schneider, vice-presidente do Secovi-Rio, lembrando que situações assim são mais comuns em prédios antigos que, ou não tem convenção, ou têm convenções ultrapassadas, omissas sobre situações assim.

No caso específico de São Paulo, o prédio foi construído na década de 1970 por um grupo de amigos. Na época, cada um teve direito a ficar com dois imóveis, que foram definidos por sorteio. E, justamente, para evitar problemas futuros, o direito real de uso da laje foi garantido já na especificação do condomínio (documento registrado em cartório que especifica todas as características do prédio) ao proprietário do último andar, já que a área só poderia ser acessada por uma escada do tipo caracol localizada dentro da unidade.

- Aquele grupo definiu que, apesar de ser uma área comum, a laje só seria passível de uso pelo dono do último andar. E que esse era um direito real e perpétuo. Como contrapartida, ainda se previu que ele pagaria pela impermeabilização da laje ao final da construção, além de ser o único responsável pelos gastos com conservação e limpeza da área. A assembleia, além de mudar essa regra, instituiu uma cobrança mínima de uma taxa condominial. Para uma área que não serve a ninguém, nem acarreta em gastos de luz e água para o condomínio já que não tem nem elevador - explica o advogado Caio Barbosa, um dos responsáveis pela defesa do proprietário, explicando por que pediu a anulação da assembleia.

Cada caso, uma sentença

O advogado Armando Miceli Filho, especialista em direito imobiliário, lembra que é preciso estar atento ainda ao que diz a escritura dos imóveis, e não somente à convenção.

- Se a área constar da escritura do imóvel, não há o que contestar. O seu proprietário pode até construir nela, desde que tenha autorização da prefeitura - ressalta Miceli. - Quanto à taxa de condomínio, acho justa a cobrança. Afinal, está usando exclusivamente uma área que seria de todos. Mas depois de 30 anos, o Tribunal entendeu que ele conquistou esse direito.

Além disso, é preciso ver caso a caso. Há situações em que a área comum só pode ser acessada por uma unidade, seja ela no primeiro ou no último andar. Em outros, a área tem acesso externo e poderia ser usado por todos. E se não houver qualquer previsão de uso dessas áreas na convenção ou na escritura, o mais comum é que os casos acabem mesmo no Judiciário.

- O STJ vem entendendo que não há problema no uso de área comum por um único condômino, desde que seu acesso seja feito por dentro da unidade. Agora, se ela poderia ser acessada por outros, e o dono de determinada unidade impede essa passagem, fechando uma porta, por exemplo, não pode - diz o advogado Jorge Passarelli.

Mas, e construir, pode?

Essa é outra questão que o direito de uso costuma suscitar. Mais uma vez depende do que diz a convenção. Algumas permitem, outras não. E quando não há nada sobre o assunto, é preciso ter autorização do condomínio que só é válida se houver aprovação, em assembleia geral, da unanimidade dos condôminos. Afinal, uma nova construção alteraria as frações ideais de todos os imóveis que deveriam ser, então, recalculadas. Até porque, a taxa de condomínio costuma ser definida de acordo com a fração ideal.

- Uma coisa é utilizar a área e outra coisa é construir. Normalmente, o direito de uso concedido impõe regras para construção de benfeitorias. Se a autorização de uso não estabelecer regras, é possível construir, desde que não atente contra a segurança do prédio, não altere a fachada e seja permitido pela legislação municipal - explica o advogado Armando Miceli.

Mas, antes disso, é preciso pedir outra autorização: à prefeitura. É que alguns prédios já têm previsão de uma construção maior em seu memorial. Neste caso, a prefeitura costuma autorizar a obra e cobra para isso uma contrapartida financeira: a chamada mais valia, que tem o valor determinado pela prefeitura de acordo com a localização do imóvel. A mesma regra vale para áreas do primeiro piso, ocupadas por apartamentos térreos, mesmo que elas não alterem o gabarito do prédio, e até para casos de fechamento de varandas. Mas tudo vai depender da legislação municipal.

- Muita gente não dá importância para isso, mas é fundamental. Pois a prefeitura pode até mandar demolir a benfeitoria, dando enorme prejuízo ao proprietário - lembra Miceli, ressaltando a importância de ter as duas autorizações. - Afinal, mesmo que esteja dentro da lei, o condomínio pode, sim, se opor às obras.

É que a concessão de licença de obras na prefeitura leva em conta apenas a legislação municipal, mas não a convenção do prédio. Então, se o condomínio considerar que a obra vai ferir o que está na convenção ou o direito de uso, ele pode impedir sua realização.



O Globo, Karine Tavares, 16/fev

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Cyrela anuncia parceria com o ícone de design italiano Pininfarina


Luxo e sofisticação permeiam projeto que deve ser anunciado em breve, com VGV de R$ 100 milhões. 

Seguindo sua essência e à procura de referências para fornecer a melhor experiência ao cliente, a Cyrela Brazil Realty anuncia uma parceria inédita com a renomada casa de design italiano Pininfarina, para o primeiro lançamento assinado pela marca de design em São Paulo, o "Cyrela by Pininfarina", com VGV (Valor Geral de Vendas) estimado em R$ 100 milhões. 

A iniciativa tem potencial para se tornar ponto de referência na cidade de São Paulo, com a exclusividade do design único e a sofisticação que permeia os empreendimentos da Cyrela. "Encontramos na Cyrela um parceiro que acredita no design como uma ferramenta para oferecer a melhor experiência ao cliente", diz Paolo Pininfarina, presidente do Grupo Pininfarina. "O resultado será um projeto muito exclusivo e excepcional". 

Pininfarina também é famosa por assinar carros customizados e de edições limitadas em colaboração com marcas como Ferrari, Rolls Royce, entre outros. É uma referência quando se trata de projetos sob medida, que combinam o melhor do design italiano e a constante inovação, com o objetivo de mostrar um projeto nunca visto antes. Dentre os trabalhos arquitetônicos assinados pela casa italiana de design, estão o vencedor Millecento e Beach Walk, em Miami (EUA), Ferra, em Singapura e o Estádio do . 

"Nossa intenção é encantar o cliente com um produto cheio de detalhes, mais surpreendente, assinado por profissionais de renomes aqui e mundo afora. Nosso projeto juntos será algo nunca visto antes no Brasil", diz Ephraim Horn, diretor de negócios da Cyrela, que também aponta que essa é a primeira parceria de outras que serão anunciadas em 2014. 

Com um lobby integrado e áreas assinados por nomes como Benedito Abbud (paisagismo), MCAA Arquitetos (projeto arquitetônico) e Carlos Rossi (decoração das áreas comuns), o Cyrela by Pininfarina terá 92 unidades no padrão loft (4 por andar), divididas em 22 pavimentos, duplex. Tudo isso em uma única torre. 

"O projeto tem a intenção de se tornar um ponto de referência, um ícone no cenário arquitetônico de São Paulo", afirma Paolo Trevisan, gerente de design da Pininfarina Extra, que assina a fachada, o lobby e a garagem do projeto. "Eu, particularmente, estou orgulhoso com o resultado, uma vez que combina um forte caráter com a capacidade de ser inserido harmoniosamente no estilo de vida de São Paulo", ressalta o executivo. 

Perfil - A Cyrela Brazil Realty é uma incorporadora com 50 anos de história. Mais de 200 mil famílias optaram por morar, ou investir, em empreendimentos realizados pela companhia que preza pelo alto padrão de engenharia, solidez financeira e credibilidade. Por seus valores, realizações e trajetória inovadora, a Cyrela construiu um nome respeitado e tornou-se sinônimo de qualidade com 181 canteiros de obras em andamento em todo o país. 

Atualmente, emprega mais de 10.300 colaboradores diretos e investe constantemente em pessoas por meio da sua Universidade Corporativa e programas de responsabilidade social. Uma empresa que valoriza os bairros onde atua por meio de melhorias urbanas, cuida do meio-ambiente ao praticar ações sustentáveis em seus empreendimentos e que, acima de tudo, melhora a vida das pessoas.



Revista Portal Brasil, 13/fev

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Dobra procura de brasileiros por imóveis em Londres


Os investidores brasileiros buscam cada vez mais imóveis em Londres. Levantamento feito pela consultoria imobiliária britânica Knight Frank mostra que as consultas de potenciais compradores do Brasil cresceram 115% nos últimos 12 meses. Esse foi o maior aumento entre os países emergentes.

O estudo diz que esse interesse é uma resposta à maior aversão ao risco gerada pela política monetária nos Estados Unidos e menor crescimento da China. Investidores estariam em busca do "porto seguro" representado pelo aquecido mercado imobiliário da capital britânica, diz a pesquisa.

A aversão ao risco e a desconfiança com países emergentes não atingem apenas investidores estrangeiros. Os brasileiros também estão migrando para opções mais seguras, avalia a consultoria britânica.

Uma das maiores do segmento imobiliário no Reino Unido, a empresa tem notado forte aumento nas consultas de clientes de mercados emergentes interessados em investir em imóveis na cidade. Para a consultoria, o fenômeno é explicado pela busca de um investimento seguro em resposta à atual fragilidade do mercado financeiro.

"Tem ocorrido um recente aumento do interesse por imóveis residenciais em Londres de compradores em mercados emergentes diante da instabilidade política e econômica crescente em várias partes do mundo em desenvolvimento", explica o consultor da Knight Frank, Tom Bill. "A decisão do Federal Reserve (o banco central dos EUA) de iniciar a retirada dos estímulos econômicos no ano passado e a desaceleração da economia da China geram aumento da volatilidade nessas regiões emergentes", completa.

Tal busca por um investimento mais sólido é liderada pelos brasileiros, cujo volume de consultas de potenciais clientes mais que dobrou nos 12 meses encerrados em janeiro. Em seguida, aparecem Argentina e Ucrânia, ambas com alta de 67%. Entre os demais, também há aumento da demanda entre os "Cinco Frágeis" - emergentes que estariam mais expostos à mudança do cenário econômico global. Segundo a Knight Frank, consultas cresceram 10% entre investidores da Indonésia e Turquia, 9% da África do Sul e 3% da Índia. Contatos da China também tiveram alta expressiva: 31%.

Na média, as consultas com origem em todos os mercados emergentes cresceram 44%. O foco desses investidores está especialmente no segmento de luxo e a procura por imóveis londrinos com valor de mais de 15 milhões de libras esterlinas (cerca de R$ 60 milhões) saltou 76%, mostra o estudo da imobiliária que atua há mais de cem anos na capital britânica. A empresa não informa o número total de consultas e o volume de negócios efetivamente fechados.

Estrangeiros. Não são apenas os emergentes que prestam atenção ao mercado imobiliário britânico. Segundo dados coletados pelo banco BNP Paribas, investimentos no setor imobiliário na região metropolitana de Londres alavancaram 24 bilhões de libras (cerca de R$ 95 bilhões) no acumulado em 18 meses até meados do ano passado. A maior parte desse dinheiro - 64% do total - foi investida por estrangeiros. Nos últimos anos, clientes de países emergentes especialmente russos, chineses e árabes passaram a ser comuns nas grandes transações imobiliárias em Londres.

Um bom exemplo é o maior empreendimento imobiliário em construção em Londres. O projeto Battersea Power Station é liderado por um consórcio de empresas e investidores da Malásia. Ao total, serão investidos 8 bilhões de libras (mais de R$ 30 bilhões) em um grande complexo que terá mais de 3 mil residências que custam até 6 milhões de libras (R$ 23 milhões), hotel, área comercial, centro de convenções e lazer e que só ficará pronto em 2024. O projeto fica na área ocupada pela antiga usina elétrica, construção com grandes chaminés e que ficou famosa na capa do disco Animals, da banda Pink Floyd.

Preços. A procura dos estrangeiros por imóveis ajuda a explicar o aumento dos preços do mercado. Segundo o escritório de registros imobiliários do governo britânico, o preço médio dos imóveis negociados na capital britânica alcançou 403,7 mil libras (R$ 1,6 milhão) em dezembro do ano passado, o primeiro mês com valor médio acima de 400 mil libras na história. Nos acumulado em 12 meses, a alta dos preços foi de 11,2%. Na comparação com agosto de 2008 - um mês antes do estouro da crise, o valor médio das residências já está 23,5% mais caro.



O Estado de São Paulo, Fernando Nakagawa, 13/fev

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Mercado imobiliário do Rio de Janeiro cresceu 9% em 2013


O mercado imobiliário da cidade do Rio de Janeiro registrou um aumento de 9% em 2013, na comparação com o ano anterior, informou um estudo da ADEMI (Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário). A alta de lançamentos ficou 4% acima da previsão feita pela associação no início do ano.

Do total lançado, 5.046 são unidades comerciais, que registraram um aumento de 64% com relação ao ano anterior. Já as residenciais, mesmo com queda de 9%, chegaram a 14.361 unidades. 

O maior destaque ficou por conta do mercado hoteleiro, com 1.840 novas unidades, que devem ficar prontas para os Jogos Olímpicos de 2016. O total representa aumento de 196%, ante o ano anterior. 

Já o VGL (Valor Geral de Lançamento), em 2013, alcançou um crescimento de 20%. Foram R$ 11,2 bilhões no ano passado, contra R$ 9,3 bilhões em 2012.

Regiões Por região, a Zona Oeste foi a que mais lançou imóveis no ano passado, com 12.813 unidades, entre residenciais, comerciais e hoteleiras. Segundo o presidente da ADEMI, João Paulo Rio Tinto de Matos, a região continuará em expansão em 2014. "Acreditamos que as novas unidades que surgirão serão lançadas, prioritariamente, no Recreio dos Bandeirantes, Jacarepaguá, em Grota Funda, Vargem Grande e Campo Grande. Esses bairros ainda têm grandes espaços urbanos para construção."

Em segundo lugar, a Zona Norte vem ganhando força pelos investimentos em segurança (UPPs), infraestrutura e mobilidade urbana com as novas linhas de BRT. A região recebeu, somente em 2013, 6.629 novas unidades, o que representa um crescimento 23%.

As zonas Sul e central receberam, juntas, o lançamento de mais 1.805 novas unidades imobiliárias em 2013.



Yahoo Finanças, 12/fev

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Imóvel volta ao radar do investidor de alta renda dos EUA


Os investidores de alta renda americanos vão concentrar suas atenções, neste ano, em ativos imobiliários, aponta o levantamento "Morgan Stanley Wealth Management Investor Pulse Pool", divulgado na última quinta-feira, dia 6, pelo banco nos EUA. Desenvolvida pela consultoria GfK, a pesquisa encomendada pelo Morgan Stanley entrevistou 1.004 investidores, com idades entre 25 e 75 anos e US$ 100 mil disponíveis para aplicar. Um terço dos entrevistados já possui U$$ 1 milhão ou mais em ativos financeiros como parte de seu patrimônio.

Grande parte - 77% dos entrevistados - afirmou que tem investimentos imobiliários ou pretende aplicar nesse mercado em 2014. "Imóvel é visto como um investimento atrativo porque os investidores de alta renda enxergam a aplicação como uma maneira de diversificar o portfólio, além de uma fonte potencial de valorização do capital investido e a possibilidade de geração de renda", destacou o banco, em entrevista por e-mail.

Os chamados ativos colecionáveis, "collectibles", também estão no radar dos endinheirados americanos. Cerca de 34% dos entrevistados afirmaram que pretendem incluir as aplicações passionais em seu portfólio. Também considerados investimentos alternativos, os metais preciosos apareceram na terceira posição entre as prioridades dos endinheirados, com 28%.

A diversificação dos riscos é apontada pelo banco como um dos fatores preponderantes para essa escolha. "Os investidores de alta renda poderiam buscar alguns desses ativos para diversificar risco e, potencialmente, ganhar com a valorização de capital", afirmou o banco. Para a instituição, tais alternativas não têm correlação com ações e títulos, por exemplo. "Isso significa que elas não se movem na mesma direção desses mercados. Desta forma, podem oferecer proteção em um mercado em baixa."

Entre as demais aplicações citadas pelos endinheirados estão fundos de private equity e hedge funds - investimento de risco elevado, geralmente recomendado para aplicadores agressivos. A aposta em venture capital, que aplicam em empresas nascentes, também aparece na lista dos investimentos preferidos pelos ricos.

Ainda segundo o levantamento, os investidores que recebem aconselhamento de um assessor ou consultor disseram que o profissional costuma ter informações importantes sobre as classes de ativos existentes no mercado, inclusive os alternativos. Isso, segundo eles, ajuda na hora da estratégia e seleção de aplicações para compor o portfólio. Dos entrevistados, 7 entre 10 investidores afirmaram que seus consultores são bem-informados, e 4 entre 10 disseram que os conselheiros são "muito bem-informados".

Os investidores mais abastados apontaram também algumas preocupações que poderão "deixá-los acordados durante a noite". As perspectivas da economia americana, o déficit no orçamento do governo, o déficit comercial, possíveis conflitos externos e efeitos do terrorismo no país foram os temores destacados pelos investidores. Mesmo com o medo de entraves com outros países, boa parcela dos endinheirados disse que apostará as fichas em China, Índia, Japão e Brasil. Países do Oriente Médio e Rússia, por sua vez, foram considerados pelos entrevistados "lugares ruins" para investir.

Em relação às perspectivas para o mercado de gestão de fortunas neste ano, o Morgan Stanley afirmou que "o segmento é uma fonte importante e crescente de receita para o banco e a expectativa é de que essa tendência continue para 2014".



Valor Econômico, 11/fev

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Apesar das dúvidas, mercado de aluguel ainda está em alta


Apesar de muitas famílias já terem realizado o sonho da casa própria, o aluguel ainda é uma alternativa muito procurada. E, na hora de alocar, muitas dúvidas aparecem, principalmente para os inquil i nos de primeira viagem. "Prazo, índice de reajuste, data de vencimento e forma de aplicação da multa por rescisão antecipada são as principais delas", afirma Giovani Oliveira, gerente geral da Apsa.

De acordo com Edison Parente, vice-presidente comercial da Renascença Administradora, outro questionamento comum é o prazo para o reajuste do aluguel. "A mudança acontece anualmente. Vale lembrar que na renovação do contrato, o proprietário pode ajustar de acordo com o valor de mercado", explica Parente.

E se o contrato terminar e não houver renovação, qual o prazo para deixar o imóvel? Segundo Edison Parente, o inquilino tem a obrigação de sair no dia seguinte ao término do contrato. "Mas, na prática, as administradoras costumam esperar até 30 dias", completa o executivo.

Fiador, depósito e segurofiança são alguns exemplos de garantias exigidas pelas imobiliárias. Na Precisão Administradora, a figura do fiador ainda aparece na maior parte dos contratos. No entanto, já é possível verificar crescimento na procura pelo seguro-fiança.

"O fiador é mais visto nos contratos antigos, que já foram renovados mais de uma vez. Nos novos, o seguro-fiança é usado, pois hoje é difícil encontrar alguém que aceite ser fiador", diz a gerente de locação Daniele Pereira de Souza.

A dona de casa, Maria da Guia, de 72 anos, alugou um apartamento no Recreio dos Bandeirantes, usando o depósito de três meses de aluguel. Na hora de renovar o contrato, ela estranhou o fato de a imobiliária pedir para atualizar o valor do depósito.

"Isso pode acontecer sim; não está previsto na Lei do Inquilinato, porém o reajuste é legítimo levando em consideração que o aluguel teve aumento, o que significa que o valor depositado já não corresponde aos três meses de aluguel do primeiro contrato. A prática não é muito comum, mas as administradoras que o fazem não estão agindo de máfé", explica Parente.

Dicas para alugar com segurança

Para que a locação não se transforme em pesadelo para proprietários e inquilinos, é importante ficar atento a todas as cláusulas do contrato. Além disso, outras dicas garantem uma negociação segura: procure imobiliárias habilitadas no Conselho Regional dos Corretores (Creci); leia com muita atenção todas as cláusulas do contrato de locação; não assine nada antes de tirar t odas s dúvidas; f aça uma vistoria detalhada do imóvel; exija recibo discriminado do que está pagando, separando o que é aluguel, o que é condomínio e taxas como IPTU; e pergunte ao síndico, quando houver cota extra, qual a motivação da cobrança, para saber de quem é o encargo, do inquilino ou do proprietário.



O Dia, Cristiane Campos, 09/fev

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Crédito


A tese de que o País vive uma bolha imobiliária parece não preocupar a Caixa, principal banco para a habitação. Na quinta-feira 30, a estatal informou que espera um crescimento de 10% a 20% na concessão de crédito neste ano. No ano passado, a Caixa liberou R$ 134,9 bilhões.



IstoÉ Dinheiro, 05/fev

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Que Copa, hein!


A quatro meses da Copa, os preços de imóveis na Zona Sul do Rio continuam subindo.  O dono de um três-quartos em Ipanema, que em tempos normais era alugado por R$ 4 mil por mês, recebeu oferta para ganhar R$ 2,5 mil por dia durante os jogos. Ou seja, pode faturar R$ 75 mil.



O Globo, Ancelmo Gois, 05/fev

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Emissões de fundos imobiliários batem novo recorde em 2013


Ainda que 2013 não tenha sido um brilhante ano para o mercado secundário de cotas de Fundos de Investimento Imobiliário (FII) - no que diz respeito ao preço de suas cotas - pelo menos em termos de montante emitido o desempenho do mercado primário do setor conseguiu superar o ano de 2012, que já havia sido o recorde histórico. No ano de 2013 o montante emitido foi de R$ 11,08 bilhões, valor 0,4% superior à soma das emissões realizadas em 2012, de R$ 11,04 bilhões.

Apesar da nova marca histórica, as emissões de fundos listados em bolsa, ou seja, dos FII aptos a negociarem suas cotas no mercado secundário dentro do ambiente de negociações da BM&FBovespa, alcançaram o montante total de R$ 6,50 bilhões, 22,8% a menos que o total que este subconjunto de fundos emitiu em 2012 (R$ 8,42 bilhões). As emissões dos fundos listados corresponderam a 58,6% do valor total emitido em 2013, enquanto em 2012 a representatividade destes fundos foi de 76,2%. Esta queda é reflexo de um cenário econômico desfavorável para o mercado de cotas de FII, haja vista que o aumento da taxa de juros implicou numa perda de atratividade destas cotas frente aos ativos de renda fixa atrelados à taxa DI, conforme debatido recorrentemente na série de artigos da Uqbar sobre rentabilidade de fundos imobiliários.

Quanto ao subconjunto dos demais fundos (não listados em bolsa), o montante emitido dessa parcela de participantes da indústria de FII alcançou, em 2013, a cifra de R$ 4,58 bilhões, o que equivale a 41,4% do montante total. Este valor foi 74,6% superior ao obtido por esta categoria de FII em 2012.

Analisando a composição do montante emitido em cotas de FII nos anos de 2012 e 2013 por tipo de ativo, nota-se um aumento da parcela de emissões de cotas de FII que investem em ativos de Renda Variável, de 0,6% para 7,1%. Por outro lado, a parcela de emissões de cotas de FII que investem em imóveis decresceu, de 72,2% para 68,2%. Dentro da categoria Imóvel, destaque para os fundos que investem em Escritórios que aumentaram em 45,4% o montante de emissões, de R$ 2,77 bilhões em 2012 para R$ 4,03 bilhões em 2013.



Infomoney, 04/fev

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Vias da Zona Sul terão identificação numérica


Cariocas e turistas vão ganhar, a partir do dia 18 de fevereiro, um mecanismo a mais para não ficarem perdidos em vias da Zona Sul da cidade. Nas placas de esquina, além do nome do logradouro, também será estampada uma numeração correspondente a cada via perpendicular à orla, do Leme ao Leblon. Um total de 70 ruas e avenidas terá a nova sinalização: seis no Leme, da Rua Almirante Júlio Noronha à Rua Roberto Dias lopes; 31 em Copacabana, da Avenida Princesa Isabel à Rua Joaquim Nabuco; 15 em Ipanema, da Rua Francisco Otaviano até a Avenida Epitácio Pessoa; e 18 no Leblon, da Avenida Borges de Medeiros à Avenida Visconde de Albuquerque.

Inspiração internacional

A proposta de numeração de ruas é inspirada em modelos de cidades internacionais como Miami, Nova York e Vancouver. Além disso, o sentido da contagem - cujo marco zero está situado no Leme -, de acordo com o idealizador do projeto, o arquiteto e urbanista João Uchôa, também segue a ordem crescente de numeração das edificações de cada bairro.

- Essa é uma forma mais fácil para as pessoas se localizarem - afirma Uchôa.

Mas, de acordo com o chefe executivo do Imagem Rio, órgão que cuida da imagem da cidade, Joaquim Monteiro, o sentido da numeração ainda não está fechado, e, na semana que vem, haverá uma reunião para fechar o assunto.

- Esse ponto ainda não está fechado, já que a ideia é facilitar a vida do carioca e do turista. Se a contagem partir do Leme, por exemplo, estará na ordem contrária à numeração dos postos da Praia, que começa no Leblon. - explica Monteiro.

Os números serão colados no canto superior esquerdo das placas de nomenclatura das ruas - os adesivos foram cedidos pelo idealizador. A implementação ficará a cargo da Secretaria Municipal de Conservação. A ideia é que todo o material já esteja fixado até o carnaval, quando será feito o primeiro grande teste.

- Esse é um projeto piloto. Vamos experimentar. Se recebermos uma boa resposta da população, poderemos ampliar esse projeto para outras áreas da cidade - afirma Monteiro.

Desenvolvido em 1998, o projeto de numeração das ruas foi apresentado ao prefeito Eduardo Paes na semana passada, que, de acordo com Uchôa, gostou da ideia e resolveu colocá-la em prática. Ele conta que a ideia surgiu quando hospedou um amigo estrangeiro em casa, que tinha dificuldades em circular pela cidade. Nem ele, que nasceu e cresceu no Rio, conhece todos as ruas e pontos de referências.

- Sou nascido e criado na Zona Sul, e não sei precisar a posição de grande parte das ruas, bem como a sequência delas.



O Globo, Rafael Nascimento, 02/fev