segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Um oásis particular construído nas alturas


A matemática é inexorável: o tamanho das cidades é inversamente proporcional ao número de casas, mas cresce na mesma medida em que aumentam as construções verticais. Embora verdadeira, a constatação não impede ninguém de erguer um oásis particular nas alturas. Com as novas soluções oferecidas pelo mercado, é possível realizar o sonho de ter uma piscina para chamar de sua - mesmo que ela esteja muitos metros acima do nível do mar ou da rua.

Tomada a decisão, a primeira providência é buscar ajuda técnica. Se o prédio não estipular previamente o peso máximo permitido para construções do tipo, é preciso chamar um engenheiro calculista para ver se o apartamento aguenta o sobrepeso. Não suporta? Sem drama! É possível reforçar a laje com estrutura metálica de vigas.

- Quando o morador ocupa dois andares é mais fácil, já que a obra toda é feita por baixo. Ela demora uns três meses para ser concluída, dependendo do tamanho da piscina - adianta Fernanda Fonseca, coordenadora do núcleo de projetos do escritório Paola Ribeiro.

Para evitar dores de cabeça no futuro - e reformas emergenciais não só na sua casa, como na do vizinho -, é bom planejar com cuidado também a alimentação e a vazão de água e impermeabilizar a laje da cobertura e a piscina. Assim, desagradáveis vazamentos são contidos. O processo é o mesmo utilizado nas piscinas térreas.

E para quem pensa nos antigos modelos de fibra de vidro, uma boa notícia: os revestimentos modernos andam tão leves que é possível construir qualquer tipo de piscina, mesmo que ela esteja localizada nas alturas. Para o arquiteto Chicô Gouvêa, o peso da água combinado ao das pessoas é muito mais importante do que o dos revestimentos. Para ajudar na matemática, ele recomenda as pastilhas, principalmente a atlas, vidrotil e jatobá, que aderem muito bem a superfície molhada:

- Quem não pode fazer uma piscina grande tem uma cartela ampla de opções. Dá para fazer uma pequena para brincar com os filhos, uma hidromassagem maior e até a chamada "raia", uma piscina longa e estreita, feita para quem gosta de nadar, que é muito comum ultimamente.

ESPELHOS, VIDROS E PAISAGEM

Se o oásis particular tiver que ser diminuto, que ele seja o mais charmoso possível. O arquiteto Rodrigo Barbosa frisa que há diversas maneiras de criar ilusões de ótica e fazer com que a piscina pareça maior. Uma delas é a borda junto ao chão ou a borda infinita (que dá a sensação de que a água se une ao mar ou a uma lagoa). Outro coringa importado de dentro de casa são os espelhos ou materiais que refletem a paisagem, peças que podem ser colocados nas paredes internas das piscinas. Um refresco para o corpo e para a alma.



O Globo, Morar Bem, 01/jan