Depois do Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal também ampliará a oferta de crédito para compra da casa própria. O banco anunciou ontem que destinará mais R$ 4 bilhões para financiar imóveis pelo sistema pró-cotista do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), dando mais opções a quem quer realizar o sonho de ter um imóvel próprio. O preço das unidades que serão financiadas não pode passar de R$ 400 mil. A Caixa divulgou ainda que os juros variam de 7,85% a 8,85% ao ano, dependendo do grau de relacionamento com a instituição.
Mas quem é correntista ou tem conta-salário no banco leva vantagem e será beneficiado com taxas menores. No caso do BB, as taxas dos financiamentos são de 9% ao ano.
A modalidade pró-cotista na Caixa permitirá que trabalhadores com saldo do fundo possam pegar empréstimos para cobrir até 85% do valor da unidade escolhida, que pode ser nova ou usada. Segundo a Caixa, as novas condições foram definidas pelo Conselho Curador do FGTS em maio deste ano. O prazo de pagamento dos empréstimos será de, no máximo, 360 meses, ou seja 30 anos. Para ter acesso ao crédito é preciso ter trabalhado pelo menos 36 meses com carteira assinada e recolhido para o FGTS, consecutivos ou não.
Por outro lado, se o mutuário da Caixa não estiver empregado formalmente, precisa pelo menos ter saldo em conta vinculada do FGTS correspondente a, no mínimo, 10% do valor do imóvel que ele pretende comprar pelo financiamento. Desde o início do ano, a Caixa Econômica contratou R$1,35 bilhão destinado a clientes que procuraram a linha pró-cotista.
O anúncio da Caixa ocorreu três dias após o Banco do Brasil divulgar que ampliou a linha de crédito baseada nas contas do FGTS. No começo da semana, o BB passou a oferecer a linha de financiamento imobiliário pró-cotista também sob as novas condições definidas e m maio pelo Conselho Curador do Fundo.
O BB identificou 2,2 milhões de clientes que reúnem condições para se habilitar ao financiamento imobiliário por essa linha que financia até 90% de imóveis avaliados em até R$ 400 mil, também pelo prazo máximo de 360 meses. A estimativa do banco é disponibilizar cerca de R$ 1 bilhão para novas operações.
Outra condição para dar direito ao crédito, tanto na Caixa quanto no BB, é que o mutuário não pode ser proprietário de imóvel no município onde mora ou trabalha nem em cidades vizinhas ou integrantes da mesma região metropolitana.
Decisão vai injetar R$ 5 bi no mercado
A decisão do Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Servidor (FGTS) de estabelecer novas condições de financiamento para o pró-cotista vai possibilitar a injeção de R$ 5 bilhões no mercado imobiliário. Com a permissão, Caixa Econômica e Banco do Brasil serão responsáveis pelo total dos recursos, sendo que R$4 bilhões sairão da Caixa e R$ 1 bilhão do BB.
Vale lembrar que na mesma reunião em maio, o conselho curador tomou a decisão de reduzir o valor máximo do imóvel que pode ser financiado pela modalidade pró- cotista do FGTS de R$ 750 mil para R$ 400 mil.
Já o programa 'Minha Casa, Minha Vida' está à espera de uma faixa intermediária de renda, a chamada Faixa 1-FGTS, que financiará imóveis a famílias com renda entre de R$ 1.200 e R$2.400 por mês. A criação do patamar faz parte da terceira etapa do programa habitacional e será lançada nos próximos meses. A mudança permitirá que o mutuário comprometa até 27,5% da renda para comprar imóvel. O subsídio será de 20% do valor da unidade.