A redução da inflação e da taxa básica de juros (Selic) deve favorecer os investimentos imobiliários, inclusive os fundos, ao longo deste ano, apontam especialistas.
Dados recentes da BM&FBovespa, mostram que os Fundos de Investimentos Imobiliários (FII) tiveram aumento de 31% no número de investidores em janeiro deste ano, comparado a dezembro. Pelo número mensal de negociação, o FII teve alta em janeiro, ao passar de R$ 453 milhões, em dezembro, para R$ 493 milhões no primeiro mês de 2017. Porém, as operações recentes não ultrapassaram as médias diárias.
"Muitas oportunidades surgem justamente por conta da grande depreciação dos preços no mercado imobiliário e da necessidade das empresas, investidores e indivíduos se adequarem às condições colocadas pela crise. Soma-se a isso, a forte queda prevista na taxa de juros neste ano", diz Telêmaco Genovesi Jr., Sócio e Gestor da GGR Investimento.
Desta forma, segundo Genovesi Jr., com a alta concentração da maioria dos investidores na classe de ativos de Renda Fixa, LCIs, LCAs, CDBs, Tesouro Direto, fundos DIs, entre outros que não terão a mesma rentabilidade em 2017 como tiveram em 2016, abre-se a oportunidade para que gestores especialistas busquem ativos imobiliários bem precificados, com boas garantias. "Também é possível evitar o longo caminho que era percorrido anteriormente, com tantos intermediários que consomem grande parte da rentabilidade através de cobranças de taxas, tendam a possibilidade de obter maiores e melhores resultados", acrescenta Genovesi Jr.
Ou seja, apesar da isenção de imposto de renda e das taxas atrativas dos aluguéis, o investidor deve se atentar principalmente aos possíveis ganhos ou perdas na venda dos imóveis, como diz o gestor da GGR Investimentos. Além dessa vantagem, Genovesi Jr. comenta sobre outras qualidades implícitas dos fundos imobiliários: "De 2013 até hoje, os investidores aprenderam a investir em fundos imobiliários. Agora, todos querem saber mais detalhes. Aplicar em renda fixa que tenha como ativo um imóvel é uma garantia imensa. É como o mercado gosta de falar: você vê o tijolo", afirma Genovesi Jr.
Proteção - Já o planejador patrimonial Fernando Marcondes, criador do Modelo BPC (Blindagem do Poder de Compra), explica que, para o investidor que quer proteger os seus patrimônios de possíveis crises financeiras e que não deseja perder o seu poder de compra, é importante que ele adicione os seus ativos imobiliários na carteira de investimentos.
"A alocação diversificada em ativos com alta expectativa de retorno é essencial, e sempre deve existir, não se pode deixar todos os ovos em uma única cesta, a diversificação é um seguro grátis contra crises", diz.
De acordo com Marcondes, acertar a hora de entrar ou sair de um ativo ou classe de ativo é "extremamente difícil", e, na maioria dos casos, no longo prazo, pode trazer resultados muito aquém do esperado, assim como alocar em diferentes classes de ativos como renda fixa, ações, multimercado, private equity e Bolsa EUA.
"Juntamente com um percentual adequado em ativos imobiliários, é parte imprescindível de uma diversificação saudável, mas sempre sendo orientado por um bom planejador patrimonial especialista. Essas ações são importantes para a proteção e manutenção do poder de compra de nosso patrimônio", conta o planejador financeiro.
Portanto, também para Marcondes, o fundo imobiliário sempre faz parte, assim como as outras classes de ativos, de uma diversificação eficiente e, principalmente agora, não apenas pela queda dos juros, mas sim pelas ótimas oportunidades deixadas pela crise.
"É fundamental ter, no mercado de risco, um gestor sério que viva e atue intensamente no mercado para que se obtenham excelentes resultados. Com um retorno esperado de longo prazo, assim como investir em ações, a maneira mais segura é utilizar fundos de investimento indicado por um gestor especialista", diz.