quinta-feira, 16 de março de 2017

Moody's melhora perspectiva do Brasil


A agência de classificação de risco Moody's melhorou ontem a perspectiva para a nota de crédito do Brasil, de negativa para estável. A agência, porém, manteve inalterado o rating atual do país, em "Ba2", e projeta crescimento da economia entre 0,5% e 1% para este ano, ganhando força gradualmente. O anúncio foi comemorado pelo governo.

Uma perspectiva estável significa que, em tese, a nota do país não será alterada a curto prazo, mas também não há risco de corte iminente. A Moody's retirou o grau de investimento - espécie de selo de bom pagador que serve como referência para investidores na hora de emprestar dinheiro ao país - do Brasil em fevereiro de 2016.

Segundo a Moody's, entre os fatores que motivaram a melhora estão a redução dos riscos aos quais a saúde financeira do governo brasileiro está exposta e a estabilização das condições macroeconômicas "enquanto a economia apresenta sinais de recuperação, a inflação cai e o cenário fiscal está mais claro."

Além disso, a Moody's afirmou que "o funcionamento da estrutura de políticas econômicas está melhorando".

TEMER: ESFORÇO RECONHECIDO

"Uma recuperação incipiente do crescimento econômico é esperada em 2017, e a inflação está caindo mais rapidamente que o esperado. O surgimento, no ano passado, de um ambiente positivo para as reformas sinaliza a melhora do funcionamento das instituições que darão suporte à implementação da reforma fiscal e à aprovação da reforma da Previdência neste ano", afirmou a agência em nota.

O presidente Michel Temer expressou, em comunicado, "sua satisfação com o reconhecimento pela agência Moody's dos esforços do governo para recuperar a credibilidade da economia, reduzir a inflação e retomar o crescimento".

Também em nota, o Ministério da Fazenda destacou que a alteração foi um reconhecimento importante dos esforços na área fiscal e na realização de reformas estruturais.

No texto, a Fazenda destaca que o governo está comprometido com uma agenda que permita a retomada do crescimento econômico. A pasta, entretanto, ressalta que, caso haja algum retrocesso que comprometa esse processo, a nota do país voltará a ficar em risco.



O Globo, Economia, 16/mar