segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Coworking já é 20% do aluguel corporativo no Rio


Está no mercado imobiliário outro desdobramento da expansão do coworking. O segmento foi o que mais absorveu áreas corporativas - aquelas alugadas por empresas e com mais de 400 metros quadrados - no Rio de Janeiro de abril a junho, segundo Márcia Colliers, diretora da base carioca da consultoria Colliers:

- A demanda por espaços corporativos trazida pelos espaços de coworking é boa notícia num momento de vacância recorde no Rio, com taxa acima de 40%.

No Rio, no segundo trimestre, os coworkings responderam por 20% - a maior fatia - da absorção de espaços corporativos. Em São Paulo, o percentual ficou em 13%, atrás apenas do segmento farmacêutico.

PREÇO MENOR

Ela explica que essa demanda aquece o mercado imobiliário em geral. De outro lado, pode ampliar a concorrência em alguns segmentos. No topo, no de grandes espaços, as empresas podem, em algum momento, buscar espaços nos coworkings e não em prédios corporativos. Na outra ponta está o mercado de pequenos escritórios.

- Pequenos negócios ou profissionais liberais que passaram a trabalhar em sistema de home office e não se adaptaram, por exemplo, optam pelo coworking pela facilidade de pagar por demanda. Barateia o custo, e isso pode reduzir a demanda por pequenos escritórios fora dos coworkings. Para as empresas grandes, não é claro que haverá economia de custos de locação, sobretudo pela grande oferta de outros espaços de qualidade a preços competitivos. A decisão tem de casar com outras escolhas - explica Márcia.

Levantamento da consultoria JLL sobre tendências para o segmento no Brasil comprova que grandes empresas já estão usando os espaços de coworking. A escolha pelo espaço compartilhado se justifica pela redução de gastos com operações simplificadas - já que todo o serviço de infraestrutura e apoio de escritório é terceirizado -e a capilaridade trazida ao negócio. Em paralelo, aponta que haverá espaços cada vez maiores, que permitem diluir ainda mais os custos fixos e ampliar a circulação de pessoas e a criação de comunidades mais amplas.

PROJETOS TEMÁTICOS

Na direção oposta, devem surgir cada vez mais coworkings temáticos, reunindo empresas concentradas em temas específicos, serviços ou conteúdos, crescendo como um polo para a troca de conhecimento e encontros de mão de obra especializada.

Segundo especialistas, devem crescer os projetos capitaneados por grandes companhias, que combinam espaços de coworking com incubadoras de novos projetos.



O Globo, Glauce Cavalcanti, 1/out