quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Um 'navio' moderno que ancorou na Zona Portuária


Nos últimos três anos, quem passou em frente à Cidade do Samba, no Centro, viu um arranha-céu espelhado e inclinado ganhando forma. Os funcionários limpando as janelas e dando os últimos retoques no piso sinalizavam a novidade: a inauguração, hoje, do Aqwa Corporate, primeiro edifício brasileiro assinado por Norman Foster, vencedor de um prêmio Pritzker, o Nobel da arquitetura. A vizinhança ainda é composta por prédios e galpões antigos da Zona Portuária que contrastam com a modernidade do empreendimento inspirado no casco de um navio. Sete empresas mostraram interesse em se mudar para o prédio, mas ainda não foram fechados contratos de locação. O primeiro evento no espaço será o Casa Cor Rio 2017, que começa na próxima semana.

Nos 21 andares, o que impressiona é a vista. De um lado, a imensidão da Baía de Guanabara e do outro, o morro da Providência, o relógio da Central do Brasil e o Pão de Açúcar e o Corcovado. No último andar, há o sky lobby, com uma vista de 180°. No térreo, deverão ficar lojas e cafés. Na entrada, um pátio aberto ao público e sombreado pelo próprio prédio convida a uma paradinha. Mesmo em meio à crise no estado, a investidora imobiliária Tishman Speyer apostou no negócio. A empresa é dona de outros edifícios icônicos como o Rockfeller Center e a Hearst Tower, em Nova York. O diretor nacional da companhia, Daniel Cherman, afirma que o receio inicial era a infraestrutura, mas já houve avanços:

- Com infraestrutura, o Porto já é uma realidade. Empresas e pessoas vão começar a vir para cá.
Segundo o diretor comercial da Tishman Speyer, Luís Pimentel, dois bancos, uma seguradora e uma empresa de tecnologia querem ir para lá.

O empreendimento "verde" tem certificação LEED

A inclinação de 20° do prédio faz com que a luz solar não incida diretamente nas janelas, o que ameniza o calor e melhora a acústica. O ambiente panorâmico quase dispensa a luz artificial durante o dia. O prédio possui um estação, que coleta a água de chuva para irrigar jardins e ser utilizada em banheiros, além de outros recursos sustentáveis.



O Globo, Gisele Barros, 19/out