sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Setores de construção civil e investimentos de empresas dão sinais de melhora, diz monitor do PIB da FGV


A economia brasileira voltou a apresentar crescimento em todas as bases de comparação, segundo dados do Monitor do PIB-FGV, divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta sexta-feira (20). A construção civil e a formação bruta de capital fixo (acréscimo de investimentos das empresas para aumentar a sua capacidade de produção) mostraram melhora, apesar de ainda estarem em níveis baixos.

Segundo o monitor do PIB-FGV, houve crescimento de 0,2% do PIB em agosto na comparação com julho. No trimestre terminado em agosto, o crescimento foi de 0,6% em comparação com o trimestre terminado em julho. Em ambas as comparações, os resultados apontam para a terceira variação positiva consecutiva do indicador. Em comparação com agosto de 2016, o PIB apresentou crescimento de 2% - quarta taxa mensal positiva consecutiva.
"No mês de agosto, a economia continuou a crescer devido a não só o bom desempenho da agropecuária, mas também de segmentos que, apesar de ainda continuarem em níveis muito baixos, já começaram a mostrar sinais de melhora; este é o caso da construção civil e o da formação bruta de capital fixo que são fundamentais para uma recuperação mais consistente da economia a médio e longo prazo", afirmou Claudio Considera, coordenador do Monitor do PIB-FGV.

Em relação ao mesmo trimestre de junho a agosto de 2016, o PIB apresentou crescimento de 1,1%. Nessa base de comparação, os destaques foram a agropecuária (12%), extrativa mineral (3,5%), indústria da transformação (1,9%), comércio (3,5%) e transportes (2,9%).

Segundo a FGV, embora apresente tendência ascendente, a construção ainda se encontra em significativa retração, de 6%, enquanto serviços de informação vêm apresentando taxas mais negativas desde o trimestre terminado em maio, chegando a 3,6% no trimestre terminado em agosto.
Em termos monetários, o PIB acumulado até o mês de agosto, em valores correntes, alcançou a cifra aproximada de R$ 4,368 trilhões.

Veja o desempenho do PIB por setores:

Consumo das famílias

O consumo das famílias apresentou crescimento de 1,8% no trimestre terminado em agosto em comparação com 2016 - é a terceira variação positiva após registrar 28 trimestres móveis consecutivos de queda. Todos os bens de consumo continuam com aceleração do crescimento: o consumo de bens não duráveis cresceu 1,3%, o de semiduráveis, 9%, e o consumo de duráveis, 9,3%. A única taxa negativa foi a de consumo de serviços (-0,5%).

Investimentos

A formação bruta de capital fixo, que mede o quanto as empresas aumentaram os seus bens de capital, ou seja, aqueles bens que servem para produzir outros bens, teve retração de 3% no trimestre terminado em agosto em relação a 2016.

Apesar da retração, todos os componentes apresentaram melhora em relação ao trimestre terminado em julho. O componente de máquinas e equipamentos continua na trajetória de crescimento (+5,1%). Já o componente de construção, apesar de ainda muito negativo (-8,5%), está em trajetória ascendente pelo terceiro mês consecutivo.

Exportação

A exportação apresentou crescimento de 7,3% no trimestre terminado em agosto em relação a 2016. O destaque positivo é para o desempenho da exportação dos produtos da agropecuária (+20,8%), da extrativa mineral (+27,7%) e de bens de consumo duráveis (+38,3%).

Importação

A importação apresentou retração de 0,3%, com destaque para o desempenho negativo dos produtos agropecuários (-36,9%) e dos bens de capital (-25,6%); e destaque positivo para bens de consumo semiduráveis (+52,1%).

Entenda

Bens de capital

São aqueles usados na produção de outros bens, como máquinas, equipamentos, materiais de construção, instalações industriais.

Bens intermediários

São os comprados de outra empresa para o processo de produção, como uma bobina de aço adquirida de uma siderúrgica para a fabricação de um automóvel.

Bens de consumo duráveis

São aqueles que podem ser utilizados durante longos períodos, como automóveis e geladeira.

Bens de consumo semi-duráveis e não duráveis

Os semi-duráveis podem ser considerados os calçados e as roupas, que vão se desgastando aos poucos. Já os não duráveis são aqueles feitos para serem consumidos imediatamente, como os alimentos.



Portal G1, Marta Cavallini, 20/out