Em busca de uma agenda positiva, o presidente Michel Temer lançou, ontem, o programa "Agora, é avançar", que promete investimentos de R$ 130 bilhões para retomar obras paradas e projetos de infraestrutura até o fim do próximo ano, quando acontecem as eleições presidenciais. A intenção da equipe de Temer é substituir o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), uma das principais bandeiras dos governos petistas.
Apesar do anúncio ter sido feito com pompa e reunido os principais ministros do governo, não há obras novas. A meta é concluir 7.439 obras em todo o país até dezembro de 2018. Parte do montante divulgado, no entanto, já foi desembolsado neste ano. O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, não informou quanto já está aplicado.
- Tudo aqui tem recursos previstos no Orçamento e priorização. São obras com possibilidade de conclusão e de entrega - disse o ministro.
O programa foi desenhado no primeiro semestre deste ano, mas o lançamento atrasou por causa da votação das denúncias contra o presidente Temer na Câmara e do arrocho orçamentário.
Inicialmente, o "Avançar" teria apenas recursos da União, mas o programa foi inflado com verba do FGTS e das estatais. Do volume total de recursos, R$ 42,15 bilhões virão do Orçamento federal; R$ 29,91 bilhões, do Fundo de Garantia; e R$ 58,91, das estatais, sobretudo do setor de energia.
NO RJ, RECURSOS PARA BRT E VLT
No Rio, o governo planeja investir R$ 10,54 bilhões em 217 obras inacabadas. Devem ser retomadas obras como as do VLT na área central e portuária, dos BRTs TransOceânica e TransBrasil, do Minha Casa, Minha Vida, da Biblioteca Nacional e do Museu de Belas Artes.
Para o Minha Casa, Minha Vida, está previsto um aporte de R$ 785,03 milhões. O VLT na área central e portuária deve ter injeção de R$ 117,8 milhões; a duplicação da BR-493, no trecho Manilha-Santa Guilhermina, receberá R$ 153,61 milhões; e os BRTs TransOceânica e TransBrasil terão R$ 1,61 bilhão.
O plano é aplicar R$ 107,46 milhões para restaurar Biblioteca Nacional, Museu de Belas Artes, Palácio Gustavo Capanema e Museu do Trem, além de retomar nove unidades do Centro de Artes e Esportes Unificados em nove cidades.
Em todo o país, os recursos serão divididos entre infraestrutura, política social, defesa, habitação, mobilidade urbana, saneamento e energia.
