sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

Otimista, Cyrela vai lançar mais empreendimentos neste ano


A Cyrela começa o ano otimista e com expectativas de mais lançamentos do que os realizados em 2018, de aumento de participação de mercado e de melhora das margens. Estão previstos até 13 empreendimentos somente no Estado de São Paulo, neste semestre, pelo conjunto das três marcas da incorporadora. A avaliação da companhia é que, após um período de recessão da economia, um novo ciclo está começando para o setor. "Chegamos com mais coragem, em 2019. Queremos ir para a rua com o maior volume de projetos que pudermos para atender aos clientes", diz o diretor de incorporação da marca Cyrela, Piero Sevilla.
Em 2018, os lançamentos totais da incorporadora somaram R$ 5,039 bilhões, com alta de 65% na comparação anual. No quarto trimestre, o Valor Geral de Vendas (VGV) apresentado cresceu 113%, para R$ 2,7 bilhões. As vendas contratadas aumentaram 55%, para R$ 5,056 bilhões, no ano, e tiveram expansão de 94,6%, no trimestre, para R$ 2,439 bilhões. De outubro a dezembro, 73% das vendas foram de lançamentos, 16%, de estoque em construção, e 11% de estoque pronto.
"A combinação de juros baixos, falta de oferta de imóveis e definição do cenário político criou ânimo nos compradores e se refletiu em vendas", afirma Sevilla, acrescentando que a incorporadora gostaria de ter lançado mais projetos com a marca Cyrela na primeira metade do ano passado, o que não foi possível devido à suspensão temporária do chamado direito de protocolo na cidade de São Paulo.
Dos lançamentos que a companhia pretende apresentar neste semestre, 25% possuem licença, metade está em via de aprovação, e ainda não está claro se os demais 25% serão licenciados a tempo.
Para o primeiro semestre deste ano, estão previstos de quatro a seis lançamentos com a marca Cyrela (produtos de médio-alto e alto padrão) na capital paulista. Até junho, a incorporadora pretende apresentar quatro empreendimentos com a marca Living (voltada para a classe média) e dois ou três projetos Vivaz (produtos enquadrados no programa habitacional Minha Casa, Minha Vida) no Estado de São Paulo.
"A estratégia semestral permite perceber nuances do mercado", afirma o diretor de incorporação da Living e da Vivaz, Felipe Cunha. O desempenho do segundo semestre indicou que "o ânimo para 2019 estava muito bom", segundo o executivo da Living e da Vivaz. "Mas não se trata de cenário de 'boom', em que qualquer empresa pode lançar qualquer coisa e vender tudo", diz Cunha.
O diretor da Living e da Vivaz destaca a perspectiva de geração de emprego como fator que contribui para o aumento da demanda por imóveis de média renda. Já as unidades enquadradas no programa Minha Casa, Minha Vida se beneficiam do potencial aumento do recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) decorrente de um cenário de economia mais aquecida.
Sevilla ressalta que, em relação à marca Cyrela, os juros em patamares baixos contribuem para o aumento da demanda pois as aplicações financeiras se tornaram menos interessantes, enquanto a aquisição de imóveis ficou mais atrativa. Há expectativa, segundo o diretor de incorporação da Cyrela, de alta de preços de imóveis, mas os valores ainda não começaram a subir.
A regulamentação das regras para retenção pelas incorporadoras de recursos pagos pelos compradores em caso de distratos também contribui para as expectativas positivas da empresa. "A estabilidade econômica e política e a segurança jurídica fazem com que o setor continue a andar", diz Cunha. Sem informar números, Sevilla conta que a companhia comprou mais terrenos em 2019 do que o ritmo registrado nos três anos anteriores. Neste ano, o volume de aquisições de áreas dependerá da velocidade de lançamentos.


Valor Econômico, Chiara Quintão, 18/jan