A declaração do novo presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, sobre possibilidade de juros maiores no financiamento imobiliário para classe média, na segunda-feira, pode aumentar a incerteza em quem quer concretizar o sonho da casa própria. A saída é pesquisar onde estão as taxas mais baixas para conseguir crédito que caiba no orçamento. Levantamento feito pelo DIA em bancos públicos e privados mostra que os juros são a partir de 8,3% ao ano e, com aportes de até 80% do valor do imóvel. Apesar das facilidades, quem pretende financiar precisa ficar de olho nas ofertas para aproveitar as condições, com o uso do FGTS e os critérios mais flexíveis.
Das linhas do Itaú Unibanco, por exemplo, pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH), os juros são de 8,3% ao ano Taxa Referencial, assim como no Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI). No Bradesco, no SFH, são a partir de 8,95% ao ano, e cliente tem como usar o FGTS para financiar residências avaliadas em até R$ 1,5 milhão se o crédito não passar de 80% do valor.
No Banco do Brasil, onde a negociação é feita nas agências ou via aplicativo App BB, as taxas para imóveis populares são fixadas em 8,49% ao ano mais a TR.
Já na Caixa Econômica, é possível fazer uma simulação de financiamento pelo www.caixa.gov.br, clicando em Produtos e Habitação. A linha pró-cotista da instituição voltou a fazer parte do quadro de modalidades ontem, com taxa mínima de 8,76% ao ano.
RECURSOS DO FGTS
O Programa Especial de Crédito Habitacional ao Cotista do FGTS dispõe do mesmo modelo no BB, por exemplo. Para ter acesso a esse segmento, o proponente precisa ter conta ativa no FGTS e ainda um mínimo de 36 contribuições. Caso a conta esteja inativa, é necessário que ela tenha saldo superior ou igual a 10% do valor do Imóvel.
O Santander, que também opera na pró-cotista, tem projeto de financiar imóveis R$ 250 mil a R$ 400 mil, semelhante ao MCMV.
Guimarães tenta se justificar
Depois de declarar que a classe média teria que pagar juros maiores para financiar a casa própria ao ser empossado segunda-feira, o novo presidente da Caixa, Pedro Guimarães, tentou justificar o que disse. Em nota, a Caixa ressaltou que as taxas das linhas permanecerão inalteradas e continuarão diferenciadas das do Minha Casa Minha Vida.
Na cerimônia, afirmou que "quem é classe média tem de pagar mais". "Ou vai buscar no Santander, Bradesco, Itaú. Na Caixa, vai pagar juro maior que o do Minha Casa, porque vai ser um juro de mercado". Segundo ele, a declaração teria sido distorcida.
Ontem, após participar da posse do novo presidente do BNDES, Joaquim Levy, no Rio, esclareceu que a afirmação foi uma constatação matemática, já que o menor juro do mercado no crédito imobiliário é do Minha Casa Minha Vida.