As duas principais pesquisas sobre o comportamento e sobre as expectativas do setor da construção civil, realizadas mensalmente pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e divulgadas nos últimos dias, apresentaram resultados semelhantes. O quadro melhorou tanto no curto como no longo prazo, refletindo o aumento do nível de atividade e da confiança das empresas. Segundo a CNI, a evolução positiva dos indicadores foi "impulsionada, em novembro, principalmente pelo índice de condições atuais da economia brasileira". É um bom sinal para a construção e para o Produto Interno Bruto (PIB).
Como notou a economista Ana Maria Castelo, responsável pela Sondagem da Construção da FGV, "finalmente a melhora nas vendas e lançamentos registrados no mercado imobiliário em algumas cidades do País, notadamente São Paulo, começa a se refletir de modo mais expressivo nos indicadores". O Índice de Confiança da Construção da FGV foi influenciado, em especial, pelas edificações, onde se verificou a melhor situação atual desde fevereiro de 2015.
A maioria dos empresários ainda declara haver dificuldade de obter crédito (o que não ocorre com os mutuários finais). Mas até nesse item a situação tem evoluído para melhor.
A Sondagem Indústria da Construção da CNI mostrou alta firme do nível de atividade e do emprego em 2019. O item emprego saiu de 42,5 pontos em janeiro para 48,5 pontos em outubro. (Neste caso, a melhora não foi identificada pela FGV.) Na mesma base de comparação, o item atividade medido pela CNI evoluiu de 44 para 49,9 pontos - perto dos 50 pontos que separam os campos negativo e positivo.
A utilização da capacidade cresceu nas duas sondagens. Na pesquisa da CNI, evidencia-se que o processo é liderado pelas grandes empresas. As expectativas estão no campo positivo nos quatro itens pesquisados pela CNI: nível de atividade, novos empreendimentos e serviços, compras de insumos e matérias-primas e número de empregados. A intenção de investimento já supera a média histórica.
As sondagens confirmam a retomada da construção civil, a partir de São Paulo. Juros menores e competição maior entre instituições financeiras que disputam os tomadores de crédito estão contribuindo para a retomada do setor.