Juros baixos para financiamento, busca por uma moradia com mais espaço e baixo retorno nas aplicações financeiras fizeram disparar a procura por terrenos durante a pandemia.
Uma pesquisa do portal Imovelweb mostra que a procura de terrenos no Rio teve um expressivo aumento de 284% em junho, ante o mesmo mês do ano passado. No Brasil, a busca cresceu 202%.
- A questão da compra de lotes é cultural do brasileiro, especialmente da geração mais velha, que se sente segura ao investir em um pedaço de terra - explica Paulo Porto, professor de Negócios Imobiliários da FGV.
Flavia Katz, gerente da construtora Fernandes Araujo, que tem terrenos à venda em Campo Grande, identifica dois perfis de compradores:
- Há o cliente final, que compra para construir a própria casa, dentro da sua capacidade financeira, e os pequenos construtores, que adquirem o terreno para transformá-lo em um produto, ou seja, numa casa que será posta à venda. Hoje, os pequenos construtores são os que mais compram.
Em setembro, a Start Investimentos lançará oficialmente o loteamento Riviera do Recreio. Dois meses antes, porém, o empreendimento já tem 200 reservas.
- Serão 1.200 terrenos a partir de 180m² com preços iniciais de R$ 360 mil e financiamento em 150 meses - diz o diretor Eric Labes.
A busca no interior do estado também teve crescimento desde março. Paulo Araujo, diretor da Concal, percebeu o aumento do interesse pelo loteamento Terras Altas, em Petrópolis, especialmente de cariocas que passaram o isolamento na Região Serrana:
- À medida em que o loteamento se consolida com casas, o terreno também vai ganhando valor.
André Barros, presidente da Morar Mais Imobiliária, vê o mesmo na Região dos Lagos:
- A demanda está no comprador final nas classes B e C, que buscam a compra da sua segunda moradia.