A vacina é uma suspensão que contém o vírus inativado ou morto de determinada doença que, introduzido no organismo, induz a formação de anticorpos. Não há evidência científica de que vacinas causem doenças ou contaminem o organismo. Pelo contrário. Graças a elas, especialistas em saúde dizem que foi possível erradicar no Brasil enfermidades sérias como coqueluche, rubéola, poliomielite e tétano. Acontece que, ao tirar essas e outras doenças graves de vista, as campanhas de vacinação bem-sucedidas do passado criaram nas gerações seguintes a sensação de que as doenças desapareceram ou de que ao menos não são mais uma ameaça. E isso tem causado redução do número de pessoas vacinadas e, pior, o retorno de algumas doenças, como o sarampo.
A queda nas taxas de vacinação já é visível e a volta de doenças é atribuída, pelo Ministério da Saúde, à esta queda da cultura da vacina. A tríplice viral, por exemplo, que protege contra sarampo, rubéola e caxumba, encerrou o ano passado com taxa de vacinação de 90,5% do público-alvo, menos do que os 95% recomendados pelas autoridades de saúde.
É importante destacar que, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a vacinação evita de 2 milhões a 3 milhões de mortes por ano, além de outras 1,5 milhões que poderiam ser evitadas se a cobertura global de vacinação melhorasse. Sobre as razões pelas quais as pessoas escolhem não se vacinar, a OMS afirma que “identificou complacência, inconveniência no acesso a vacinas e falta de confiança”, alertando que “a relutância ou a recusa em vacinar, apesar da disponibilidade de vacinas, ameaça reverter o progresso feito no combate a doenças evitáveis por vacinação”.
Quem não se vacina pode se manter saudável, dependendo do rumo que a vida tomar. Mas especialistas alertam que, se essa pessoa entrar em contato com o vírus e adoecer, pela falta de imunização, existe, além do risco pessoal, o perigo de contágio de outras pessoas que não tomaram a vacina por contraindicação. “Existe uma função coletiva da vacina que é proteger diretamente aquela pessoa que não foi vacinada porque não pode. É o caso de grávidas, bebês que ainda não alcançaram a idade indicada, pessoas imunodeprimidas, em tratamento contra o câncer etc. Quando a cobertura contra o vírus começa a cair em uma população, a proteção cai junto. Vacinar é também um pacto social”, ressalta a médica Carolina Barbieri, docente da Universidade Católica de Santos.
Vacinação nos Canteiros
O Seconci-Rio sempre esteve ciente da relevância da vacinação. assim, há mais de 20 anos, a entidade fechou uma parceria com a Secretaria Municipal de Saúde para vacinar os trabalhadores da construção civil contra inúmeras enfermidades,incluindo hepatite B, febre amarela, difteria, tétano, sarampo, caxumba e rubéola. Assim, desde 1997, mais de 500 mil doses foram aplicadas em trabalhadores, nos canteiros de obra.
Essa parceria com o Governo Federal visa ajudar na redução dos índices de contágio e de surgimentos de novos episódios de doenças. Diariamente, o Seconci-Rio coloca uma equipe de vacinação nos canteiros de obras da região metropolitana do RJ para fazer as aplicações e verificar a carteira de vacinação dos operários. Além disso, a imunização pode ser feita na sede do Seconci-Rio, bastando que o trabalhador compareça ao local com carteira de trabalho e contra-cheque.
Época, 11/nov