Resultado do mês é explicado pelo tombo no preço do minério de ferro. No ano, índice conhecido como 'inflação do aluguel' acumula alta de 16%.
O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) caiu 0,64% em setembro, após alta de 0,66% em agosto, informou nesta quarta-feira (29) a Fundação Getulio Vargas. Trata-se da primeira deflação desde fevereiro de 2020 e da menor taxa mensal desde agosto de 2019 (-0,67%).
Com o resultado, a "inflação do aluguel" passou a acumular alta de 16% no ano e de 24,86% em 12 meses.
A queda foi maior do que a esperada pela mediana das estimativas de 27 consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data, de 0,45%, com intervalo das projeções indo de baixa de 1,1% a avanço de 0,03%.
O IGP-M também é conhecido como 'inflação do aluguel', por servir de parâmetro para o reajuste de contratos de locação residencial. Além da variação dos preços ao consumidor, o índice também acompanha o custo de produtos primários, matérias-primas e dos insumos da construção civil.
Desde 2020, o índice tem subido bem acima da inflação oficial do país, medida pelo IPCA.
Em agosto, o IGP-M acumulava alta de 16,75% no ano e de 31,12% em 12 meses. Já em setembro de 2020, o índice acumulava alta de 17,94% em 12 meses.
Composição do IGP-M
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que possui peso de 60% na composição do IGP-M, caiu 1,21% em setembro, após elevação de 0,66% em agosto.
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), com peso de 30% no IGP-M, subiu 1,19% em setembro, ante 0,75% em agosto.
O Índice de Nacional de Custo da Construção (INCC), com peso de 10% no IGP-M, subiu 0,56% em setembro, repetindo a taxa do mês anterior.
Maiores quedas e maiores altas
Os preços das matérias-primas brutas tiveram as maiores quedas no mês, passando de uma taxa de -1,64% em agosto para -5,74% em setembro.
Entre os maiores recuos do mês, além do minério de ferro, destaque também para o milho em grão (10,97% para -3,18%), soja em grão (7,78% para 0,21%) e bovinos (-0,34% para -1,55%). Em sentido oposto, ficaram mais caros itens como cana-de-açúcar (0,92% para 1,43%), cacau (2,75% para 8,75%), laranja (8,87% para 9,08%).
Já entre os preços ao consumidor, as maiores pressões de alta em setembro vieram da tarifa de eletricidade (5,75%), da gasolina (2,77%), da passagem aérea (16,22%), da taxa de água e esgoto (4,26%) e do etanol (6,13%).
G1, 29/set