Organizar a logística de um pequeno negócio é importante para evitar gastos desnecessários e manter uma boa relação com o consumidor.
Organizar a entrega de produtos vendidos online é um dos grandes desafios dos pequenos negócios. As dificuldades com a logística, o controle do estoque e a forma e o tempo com que o produto é entregue se somam à alta no valor do combustível e ao aumento no valor do frete.
Cada negócio tem uma necessidade, mas controlar a gestão da logística é importante para evitar gastos desnecessários e, claro, manter uma boa relação com o consumidor.
Antes da entrega
Pensar em logística é, antes de tudo, organizar bem o estoque e todo o processo que antecede a entrega em si. Para Ivan Tonet, analista de relacionamento com o cliente do Sebrae, é preciso estar atento aos seguintes aspectos:
Mapear fornecedores e negociar preços, prazos e condições de pagamento;
Ter todos os insumos para manter a produção constante, mas dentro dos limites do capital de giro. Isso evita interrupções nas vendas e prejuízos;
Ter mais de um fornecedor. Se faltar algum produto, insumo ou até embalagem, por exemplo, o dono do pequeno negócio já tem outro fornecedor para contatar com agilidade.
Envio de mercadorias
O empreendedor tem que pensar sempre em duas formas de entrega: a local, feita na maioria das vezes por motoboy, ou pelos Correios ou com transportadoras, para lugares mais distantes ou outras cidades.
"Existem várias empresas que oferecem serviços de envio. Também há softwares que organizam e facilitam a gestão da logística, e que podem ser facilmente integrados às plataformas de e-commerce das lojas online", orienta Renata.
A especialista sugere também organizar as entregas em plataformas, que controlam todo o fluxo de envios nacionais e internacionais simultaneamente, com opções de transportadoras do Brasil, incluindo os Correios.
Alta da gasolina e do frete
O reajuste no valor da gasolina tem impactado diretamente no preço dos fretes. Segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC), por causa do forte aumento do preço dos combustíveis, a estimativa é que, em um curto prazo, o preço do transporte das mercadorias fique, em média, 5,2% mais caro.
Nesse cenário, é difícil para os pequenos empreendedores segurar esse repasse nos preços para os consumidores, principalmente quando o serviço de entrega é terceirizado. Mas o que fazer para não perder clientes por causa do valor do frete?
Ivan Tonet, do Sebrae, dá algumas dicas:
Se a logística for própria, é possível usar um roteirizador para otimizar as rotas de entrega, reduzindo bastante os custos;
Tentar organizar as entregas estabelecendo determinados dias para fazer o itinerário de uma região da cidade, fazendo uma quantidade maior de entregas. Os pedidos onde o cliente tem maior urgência podem ser feitos com a cobrança de uma taxa especial;
No caso de entregas para outras cidades, a empresa pode usar comparadores de frete. Existem serviços que fazem cotações em diversas transportadoras de acordo com o tipo de produto, do local de entrega e do preço. Essas empresas têm acordos com as transportadoras, o que pode ajudar a reduzir o custo para os empreendedores que trabalham com pequenas quantidades;
Pensar em oferecer frete grátis ou frete fixo, como uma vantagem para o cliente e usando isso como argumento de venda. Mas atenção: essa estratégia não vale para todos os negócios.
Frete grátis
Com boa organização na logística, controlando os custos dos envios e as taxas envolvidas, o empresário pode usar o frete grátis como estratégia para incentivar a venda.
A dica de Tonet para oferecer frete grátis é embutir esse custo no preço final do produto: “o consumidor percebe a vantagem do frete grátis se o seu produto é diferenciado e não permite uma comparação muito fácil de preço. Nesse caso, você pode oferecer essa vantagem para o cliente, trazendo isso como argumento de venda”.
Problemas na entrega
Ter algum problema no processo de entrega pode prejudicar a relação com o cliente, mas é um risco que todo empreender tem. Um produto que quebra no transporte, atrasos ou extravios de encomenda podem acontecer, mas a forma como se resolve um problema é que faz diferença.
Segundo o especialista, é fundamental trabalhar para reverter a insatisfação do cliente. Além da política de estorno da compra, quando for o caso, existem alternativas compensatórias, como a concessão de um cupom de desconto ou o envio de um brinde, por exemplo. O empresário também deve monitorar permanentemente as redes sociais e portais como o “Reclame Aqui”.
Fernanda Martinez, G1, 12/mai