Diante da escassez de mão-de-obra em 2021, empresas como Amazon, Target e Chipotle ultrapassaram a média de US$ 15 a hora, o dobro do salário mínimo federal.
Receber US$ 20 a hora era impensável para funcionários de restaurantes de fast-food antes da pandemia, mas este panorama mudou em Manhattan após a crise sanitária.
Muitos trabalhadores não querem retornar ao mercado nas mesmas condições e diante da escassez de mão-de-obra estes estabelecimentos foram obrigados a aumentar consideravelmente os salários e a incluir benefícios como assistência médica e outros bônus. A mudança, no entanto, não reduziu as desigualdades.
"Apoiar e manter os melhores colaboradores no mundo nos permite oferecer melhores produtos e serviços mais inovadores a nossos clientes", disse a Apple à AFP, após anunciar um salário mínimo de US$ 22 por hora.
O gigante da tecnologia garante que é líder no setor em relação à remuneração mínima por hora e se orgulha de ter ampliado "uma sólida gama de vantagens sociais" para seus empregados. Além disso, aumentando os salários, a empresa pode, como a Amazon, desmotivar ambições sindicais.
O salário de US$ 22 a hora representa um alta de 45% em comparação a seu nível mais baixo em 2018, informou a empresa.
Fidelizar os trabalhadores
Diante da escassez de mão-de-obra em 2021, empresas como Amazon, Target e Chipotle ultrapassaram a média de US$ 15 a hora, o dobro do salário mínimo federal (US$ 7,25), que não mudava desde 2009.
Nesta semana, o Bank of America, também anunciou uma remuneração mínima de US$ 22 que deve chegar a US$ 25 até 2025.
Os aumentos salariais no país foram destinados aos empregados menos acomodados, que batalhavam por um aumento. Os salários em todos os níveis subiram, mas somente os mais baixos obtiveram uma melhora suficiente para compensar a inflação, segundo Mahir Rasheed, economista na Oxford Economics.
No entanto, apesar dessas altas terem sido significativas nos hotéis e restaurantes, continuam sendo inferiores à média salarial anual. Daco destaca que "US$ 15 por hora significam US$ 30 mil por ano, ou seja, muito menos que os US$ 50 a US$ 60 mil da média salarial americana".
Outro ponto é que esta aparente valorização dos salários mais baixos pode ocorrer apenas uma vez. É "pouco provável" que as altas sigam este ritmo, estima Mahir Rasheed. Esses aumentos devem reduzir a medida que os empregados retornem ao mercado, explica.
Em um estudo publicado no mês passado, Gould destacou que a média salarial aumentou em 4,4% no primeiro ano da pandemia nos EUA, mas caiu 1,7% no segundo ano.
France Presse, 30/mai