quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

Ibovespa abre em baixa, em dia de decisão do Copom sobre taxa de juros

No dia anterior, o principal índice da bolsa de valores de São Paulo subiu 0,72%, a 110.189 pontos.

O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, a B3, abriu em baixa nesta quarta-feira (7), dia de reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC). As expectativas do mercado são de que o colegiado mantenha a Selic, taxa básica de juros, em 13,75% ao anos.

Às 11h34, o índice tinha recuo de 0,66%, caindo aos 109.459 pontos. Veja mais cotações.

No mesmo período, as ações da Vale, empresa com maior peso na composição do Ibovespa, registrava forte queda de 2,74%, puxando o índice para baixo. A baixa dos papéis da companhia e de outras mineradoras acontece em meio a uma desvalorização do minério de ferro nos mercados internacionais.

No dia anterior, o Ibovespa registrou alta de 0,72%, a 110.189 pontos. Com o resultado, o índice tem queda de 2,04% no mês. No ano, entretanto, acumula alta de 5,12%.

O que está mexendo com os mercados?

Na agenda interna, os investidores aguardam pela definição da nova taxa Selic pelo Copom no início da noite desta quarta-feira. As expectativas do mercado apontam para a manutenção dos juros no patamar de 13,75% ao ano.

Em relatório elaborado por Caio Megale e Tatiana Nogueira, os economistas da XP Investimentos destacam que o comunicado a ser divulgado após a reunião do Comitê, junto a nova Selic, deve reforçar um compromisso do BC de continuar acompanhando a dinâmica da inflação no Brasil para a determinação do rumo da política monetária no próximo ano.

Os economistas pontuam que os dados econômicos divulgados desde o último Copom mostraram estabilidade na maioria dos indicadores e trouxeram surpresas baixistas para a inflação.

Ainda no cenário doméstico, investidores repercutem a aprovação da PEC da Transição pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado na véspera. O texto aprovado apresenta três principais mudanças em relação à versão inicial da proposta da equipe de transição do governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva.

A primeira delas é o valor do espaço adicional dentro do teto de gastos para custear o Bolsa Família de RS$ 600, mais um auxílio de R$ 150 por criança de até seis anos de idade. Na proposta do governo, esse valor era de R$ 175 bilhões, mas o texto final aprovou R$ 145 bilhões.

Além disso, o prazo de vigência dessas regras do valor extra no teto de gastos para o Bolsa Família caiu de quatro para dois anos. O texto prevê também que o governo eleito terá um prazo de oito meses (até agosto de 2023) para apresentar ao Congresso uma proposta de "novo regime fiscal".

Agora, a matéria será analisada pelo Plenário da Casa e precisa ser aprovada em dois turnos para seguir para a Câmara dos Deputados.

Cenário internacional

No cenário internacional, a principal divulgação do dia veio da Europa. Na zona do euro, o Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre foi revisado para cima, segundo a Eurostat, agência de estatísticas da União Europeia.

O crescimento econômico no bloco foi de 0,3% entre julho e setembro em relação ao trimestre imediatamente anterior, ante alta de 0,2% registrada anteriormente. Na comparação anual, o crescimento foi revisado de 2,1% para 2,3%.

G1, 07/dez