Na véspera, a moeda norte-americana caiu 1,17%, cotada a R$ 5,0067; foi a menor cotação da divisa desde junho de 2022.
O dólar opera novamente em queda nesta quarta-feira (12). É o segundo dia de recuo relevante da moeda americana, depois de resultados mais brandos da inflação brasileira e, hoje, da americana.
A desaceleração dos preços aumenta a perspectiva de queda das taxas de juros aqui e nos Estados Unidos, o que anima investidores a deixar investimentos seguros e partir para ativos de risco. É uma situação que favorece investimentos em países emergentes, como o Brasil.
Às 11h30, a moeda norte-americana caía 1,66%, cotada a R$ 4,9237. Na mínima do dia, o dólar chegou a R$ 4,9171.
Na véspera, o dólar teve queda expressiva de 1,17%, cotada a R$ 5,0067, no menor patamar em 10 meses. Com o resultado, passou a acumular perdas de 1,23% no mês e de 5,14% no ano.
O que está mexendo com os mercados?
As divulgações dos índices de inflação do Brasil e dos Estados Unidos foram duas boas notícias para os agentes do mercado financeiro, que se preocupam com desaceleração da economia global. Ambos os dados indicam que a subida dos juros está fazendo efeito nos preços, e que poderão ser reduzidos em um prazo mais curto.
Na terça, o dólar teve um forte recuo, que o colocou no patamar de R$ 5, após inflação brasileira vir abaixo do esperado. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,71% em março, enquanto a expectativa de mercado era de alta de 0,77%.
Com isso, o país passa a ter uma inflação acumulada de 4,65% na janela de 12 meses. É o menor valor para 12 meses desde janeiro de 2021.
Nesta quarta-feira, os números de inflação dos Estados Unidos também vieram abaixo das expectativas. O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) teve alta de 0,1% em março, depois de aumentar 0,4% em fevereiro, informou o Departamento do Trabalho dos EUA.
Nos últimos 12 meses, o índice americano tem alta de 5% antes do ajuste sazonal — foi o menor patamar desde maio de 2021. Economistas previam que os custos ao consumidor cresceriam 5,2% na base anual, após aumento de 6% em fevereiro.
Já o núcleo dos preços dos EUA veio em linha com o esperado, de 0,4% no mês e 5,6% em 12 meses. O ritmo é ligeiramente mais rápido em comparação anual com os 5,5% de fevereiro, mas levemente mais lento no mensal (0,5% em fevereiro).
Investidores monitoravam os resultados, pois um dado forte no relatório de inflação poderia alimentar apostas de que o Federal Reserve (BC dos EUA) continuará elevando os juros em sua próxima reunião de política monetária, no início de maio.
Os mercados futuros já precificavam cerca de 70% de chance de o banco central norte-americano subir sua taxa básica em 0,25 ponto percentual. Mais tarde, o Fed revela a ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), dos dias 21 e 22 de março. Por ali, investidores procuram mais pistas sobre o curso dos juros dos EUA.
Na Europa, o vice-presidente do BCE, Luis de Guindos, disse nesta quarta-feira que a inflação subjacente na zona do euro está se mostrando rígida e o Banco Central Europeu está menos otimista sobre sua trajetória do que sobre as pressões gerais sobre os preços.
Já entre os novos indicadores internos, as vendas no varejo brasileiro tiveram alta de 3,8% em janeiro na comparação com o mês anterior, e avançaram 2,6% em relação ao mesmo mês do ano anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira.
Os números vieram bem acima da expectativa. Pesquisa da Reuters apontou que eram esperadas altas de 3,2% na comparação mensal e de 1,4% sobre um ano antes.
g1, 12/abr