Dados mostram alta de 4,5% na comparação anual, no 1º trimestre, superando a expectativa do mercado.
A recuperação econômica da China acelerou no primeiro trimestre, já que o fim das rígidas restrições da Covid-19 tirou a segunda maior economia do mundo de uma crise pandêmica paralisante, embora alguns ventos contrários persistam.
O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 4,5% na comparação anual, nos primeiros três meses do ano, mostraram dados do Departamento Nacional de Estatísticas nesta terça-feira (17).
O crescimento é maior que os 2,9% do trimestre anterior e supera as previsões dos analistas de uma expansão de 4,0%.
Os investidores têm observado atentamente os dados do primeiro trimestre em busca de pistas sobre a força da recuperação chinesa depois que Pequim suspendeu as restrições da Covid-19.
A recuperação da China até agora permaneceu desigual, com consumo, serviços e gastos com infraestrutura se recuperando, enquanto há desaceleração nos preços e aumento nas poupanças bancárias, levantando dúvidas sobre a demanda.
Na comparação trimestral, o PIB cresceu 2,2% de janeiro a março, em linha com as expectativas dos analistas e acima da alta revisada de 0,6% no trimestre anterior.
Pequim prometeu intensificar o apoio à economia à medida que emerge de um de seus piores desempenhos em quase meio século, no ano passado, devido às restrições da pandemia.
O Banco Central da China disse na semana passada que manterá ampla liquidez, estabilizará o crescimento e os empregos e se concentrará na expansão da demanda.
Na segunda-feira, o Banco Central estendeu o suporte de liquidez aos bancos por meio de sua linha de crédito de médio prazo, mas manteve a taxa desses empréstimos inalterada, uma indicação de que as autoridades não estão muito preocupadas com as perspectivas de crescimento imediato.
Recuperação desigual
Analistas consultados pela Reuters esperam que o crescimento da China em 2023 acelere para 5,4%, ante 3,0% no ano passado.
O governo estabeleceu uma meta modesta de crescimento econômico de cerca de 5% para este ano, depois de não cumprir a meta de 2022.
O Banco Central cortou os requisitos de reserva dos credores pela primeira vez este ano, em março, e o governo deu mais estímulos fiscais.
Dados separados sobre a atividade de março, também divulgados na terça-feira, mostraram que o crescimento das vendas no varejo acelerou para 10,6%, superando as expectativas e atingindo uma alta de quase dois anos, enquanto o crescimento da produção industrial também acelerou, mas ficou um pouco abaixo das expectativas.
"As atuais preocupações do mercado com a deflação refletem amplamente as preocupações sobre a força e a sustentabilidade da recuperação econômica", disse Wen Bin, economista-chefe do China Minsheng Bank, em uma nota.
“Após a otimização da prevenção e controle da epidemia, o lado da produção basicamente voltou ao nível pré-epidêmico, mas o momento do lado da demanda ainda é fraco”.
Kevin Yao e Joe Cash, Reuters, 18/abr