quarta-feira, 3 de maio de 2023

Bancos regionais sofrem novo revés nos Estados Unidos

Instituições tiveram fortes perdas em Wall Street nesta terça-feira, em meio à turbulência do setor bancário.

Os bancos regionais americanos sofreram fortes perdas em Wall Street nesta terça-feira (2), frustrando as expectativas de que a solução dos problemas do banco First Republic acabaria com a turbulência no setor bancário.

Grandes instituições, como o Citigroup e o Bank of America, também fecharam o pregão em queda. As maiores perdas, no entanto, foram observadas nos bancos regionais, pressionados desde março pela perda de depósitos após a queda do Silicon Valley Bank.

Entre os bancos regionais que registraram perdas nesta terça, estão o PacWest Bancorp (-24%), o Western Alliance Bancorporation (-16%), o Zions Bancorporation (-11%) e o KeyCorp (-9%).

Os maus resultados no setor bancário puxaram para baixo os índices em Wall Street. O Dow Jones e o Nasdaq fecharam em queda de 1,08%, segundo resultados preliminares, enquanto o S&P 500 recuou 1,16%.

Dia turbulento para os mercados

As quedas ocorreram em um dia turbulento para os mercados mundiais, em que o petróleo desabou devido ao risco de uma recessão e do temor crescente de um descumprimento do pagamento da dívida nos Estados Unidos, em meio a uma queda de braço entre o presidente democrata Joe Biden e os republicanos.

Mas a angústia em Wall Street foi gerada mesmo pelas ações dos bancos. "Existe a preocupação de que esta situação bancária não vá se acalmar", disse Karl Healing, da LBBW. "Simplesmente vai piorar", antecipou.

Healing disse que as vendas maciças de ações são um desafio para o Federal Reserve (Fed, banco central americano), que deve voltar a aumentar as taxas básicas de juros na quarta-feira (3).

O estrago em Wall Street ocorreu um dia após o JPMorgan Chase adquirir o banco First Republic, em um acordo concebido pelas autoridades americanas, que haviam assumido o controle da instituição fragilizada.

Embora a compra do First Republic tenha provocado alívio, os principais bancos regionais sofreram perdas notáveis também na segunda-feira (1), em uma antecipação dos resultados ruins desta terça.

O analista do Goldman Sachs, Ryan Nash, disse que "continuará havendo pressão" sobre os depósitos bancários a partir da mudança na política do Fed.

A mudança do Fed para uma política de taxas de juros altas veio após um longo período de juros baixos ou próximos de zero, que obrigou os bancos a elevarem as taxas que pagam aos clientes para evitar a perda de depósitos.

Essa dinâmica significa que os bancos devem competir entre si pelos depósitos, reduzindo suas margens de lucro. Nash, do Goldman Sachs, reforça que o papel das corridas de depósitos nas quebras bancárias também afetou os clientes.

A maioria dos bancos regionais viu ruir sua receita líquida com juros, ou seja, a diferença das taxas que ganham ao emprestar dinheiro e as que pagam a quem deposita seu dinheiro.

A solução para a crise do First Republic também evidenciou a desvantagem dos bancos menores frente a um gigante como o JPMorgan, o maior banco do país em volume de ativos.

Embora outros três bancos medianos (PNC Financial Services, Fifth Third Bancorp e Citizens Financial Group) tenham participado da licitação do First Republic, as autoridades escolheram o JPMorgan, pois oferecia mais dinheiro e poderia integrar mais facilmente as agências à sua rede, segundo veículos financeiros dos Estados Unidos.

"O JPMorgan ter ganhado o acordo mostra que os reguladores estarão dispostos a permitir que os bancos quebrem e caiam nas mãos de bancos grandes, o que obviamente é negativo para os bancos regionais", disse Nash.

Dia turbulento para os mercados
As quedas ocorreram em um dia turbulento para os mercados mundiais, em que o petróleo desabou devido ao risco de uma recessão e do temor crescente de um descumprimento do pagamento da dívida nos Estados Unidos, em meio a uma queda de braço entre o presidente democrata Joe Biden e os republicanos.

Mas a angústia em Wall Street foi gerada mesmo pelas ações dos bancos. "Existe a preocupação de que esta situação bancária não vá se acalmar", disse Karl Healing, da LBBW. "Simplesmente vai piorar", antecipou.

Healing disse que as vendas maciças de ações são um desafio para o Federal Reserve (Fed, banco central americano), que deve voltar a aumentar as taxas básicas de juros na quarta-feira (3).

O estrago em Wall Street ocorreu um dia após o JPMorgan Chase adquirir o banco First Republic, em um acordo concebido pelas autoridades americanas, que haviam assumido o controle da instituição fragilizada.

Embora a compra do First Republic tenha provocado alívio, os principais bancos regionais sofreram perdas notáveis também na segunda-feira (1), em uma antecipação dos resultados ruins desta terça.

O analista do Goldman Sachs, Ryan Nash, disse que "continuará havendo pressão" sobre os depósitos bancários a partir da mudança na política do Fed.

A mudança do Fed para uma política de taxas de juros altas veio após um longo período de juros baixos ou próximos de zero, que obrigou os bancos a elevarem as taxas que pagam aos clientes para evitar a perda de depósitos.

Essa dinâmica significa que os bancos devem competir entre si pelos depósitos, reduzindo suas margens de lucro. Nash, do Goldman Sachs, reforça que o papel das corridas de depósitos nas quebras bancárias também afetou os clientes.

A maioria dos bancos regionais viu ruir sua receita líquida com juros, ou seja, a diferença das taxas que ganham ao emprestar dinheiro e as que pagam a quem deposita seu dinheiro.

A solução para a crise do First Republic também evidenciou a desvantagem dos bancos menores frente a um gigante como o JPMorgan, o maior banco do país em volume de ativos.

Embora outros três bancos medianos (PNC Financial Services, Fifth Third Bancorp e Citizens Financial Group) tenham participado da licitação do First Republic, as autoridades escolheram o JPMorgan, pois oferecia mais dinheiro e poderia integrar mais facilmente as agências à sua rede, segundo veículos financeiros dos Estados Unidos.

"O JPMorgan ter ganhado o acordo mostra que os reguladores estarão dispostos a permitir que os bancos quebrem e caiam nas mãos de bancos grandes, o que obviamente é negativo para os bancos regionais", disse Nash.

France Presse, 03/mai