A moeda norte-americana caiu 0,94%, cotada a R$ 4,9881.
O dólar fechou em baixa nesta sexta-feira (26), na medida em que investidores repercutiam sinais de que as lideranças dos Estados Unidos estão próximas de chegar a um acordo para elevar o teto da dívida do país.
As medidas para a indústria automotiva anunciadas ontem pelo presidente Lula e dados econômicos nacionais também ficaram no radar.
Ao final da sessão, a moeda norte-americana recuou 0,94%, cotada a R$ 4,9881. Veja mais cotações.
No dia anterior, o dólar teve alta de 1,66% e chegou aos R$ 5,0355, no maior patamar desde o início do mês. Com o resultado de hoje, a moeda norte-americana acumulou:
- Quedas de 0,14% na semana e de 5,49% no ano;
- Alta de 0,01% no mês.
O que está mexendo com os mercados?
Os mercados iniciaram essa sexta-feira (26) com perspectivas mais positivas sobre o tema que se tornou um grande gerador de aversão a riscos nas últimas semanas: a renegociação do teto da dívida dos Estados Unidos.
Segundo notícias da Reuters, uma autoridade norte-americana que preferiu não se identificar disse que o presidente Joe Biden (democrata) e o presidente da Câmara dos Deputados, Kevin McCarthy (republicano), estão mais próximos de chegar a um acordo para elevar o limite de endividamento do governo.
O porta-voz disse que, por enquanto, os principais pontos do possível acordo são:
- Um aumento do financiamento para gastos discricionários com militares e veteranos;
- A manutenção dos gastos discricionários não relacionados à defesa nos níveis do ano atual;
- O acordo final especificará o valor total que o governo poderia gastar em programas discricionários como habitação e educação, mas não dividiria isso em categorias individuais.
De acordo com a agência de notícias, republicanos e democratas ainda estão separados por cerca US$ 70 bilhões - de um valor total que seria bem superior a US$ 1 trilhão.
Já no cenário doméstico, os investidores continuaram a repercutir as medidas anunciadas pelo governo na quinta-feira (25), para baratear os carros populares.
Entre as principais propostas do governo, estão:
- Corte de impostos para reduzir o preço final de carro até R$ 120 mil em até 10,79%;
- Adoção da taxa referencial (TR) como taxa de juros para projetos de pesquisa e inovação;
- R$ 4 bilhões em financiamentos em dólar por parte do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Sustentável (BNDES), voltados para empresas que trabalham com exportação.
As medidas foram bem recebidas pela indústria automotiva, mas voltaram a trazer preocupações sobre o lado fiscal do país, dizem analistas.
Há dúvidas, por exemplo, sobre de onde virão os recursos para que o governo consiga compensar a perda de arrecadação com o corte de impostos. Além disso, especialistas indicam que mesmo diante da redução no preço final dos carros e da eventual criação de garantias ou de uma linha de crédito específica para o varejo, os impactos para o consumidor final ainda seriam bastante limitados. (Leia a análise completa).
O mercado nacional também repercute a divulgação de novos dados econômicos. O Índice de Confiança da Construção, medido pelo FGV-Ibre, teve uma queda de 1,4 ponto em maio, para 94 pontos, ao menor patamar desde janeiro.
g1, 26/mai