No dia anterior, o principal índice do mercado de ações brasileiro recuou 0,26%, aos 109.928 pontos.
O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, a B3, opera em baixa nesta quarta-feira (24), após a aprovação do texto do novo arcabouço fiscal pela Câmara dos Deputados na noite anterior.
O índice acompanha o desempenho negativo de bolsas no exterior, com investidores ainda na expectativa por um acordo que permita ao governo americano elevar o seu teto de endividamento antes do começo de junho.
Às 11h47, o índice caía 0,62%, aos 109.245 pontos.
No mesmo horário, as ações da Vale, empresa com maior peso na composição do Ibovespa, recuava mais de 2%, assim como outras mineradoras e siderúrgicas, acompanhando o quinto dia consecutivo de desvalorização do minério de ferro nos mercados internacionais.
Os papéis dos bancos também contribuem para o baixo desempenho do índice, com destaque para a queda de mais de 2% do Bradesco.
Na véspera, o Ibovespa teve queda de 0,26%, aos 109.928 pontos. Com o resultado, o índice passou a acumular:
- Ganhos de 5,54% no mês;
- Avanço de 0,44% no ano.
O que está mexendo com os mercados?
No cenário doméstico, o grande destaque do dia é a aprovação do novo arcabouço. A proposta limita os gastos do governo, substituindo o atual teto de gastos, e coloca regras para o crescimento das despesas nos próximos anos.
O texto prevê:
- Que seja feita a avaliação bimestral de receitas e despesas;
- Que o crescimento dos gastos públicos fica limitado a 70% do crescimento da arrecadação do governo, caso a meta seja cumprida (exemplo: se a arrecadação subir 2%, a despesa poderá aumentar até 1,4%);
- Que o crescimento dos gastos públicos fica limitado a 50% do crescimento da arrecadação do governo, caso a meta não seja cumprida (exemplo: se a arrecadação subir 2%, a despesa poderá aumentar até 1%);
- Que mesmo que arrecadação do governo cresça muito, será necessário respeitar um intervalo fixo no crescimento real dos gastos, variando entre 0,6% e 2,5%, desconsiderando a inflação do período.
Já no exterior, as atenções seguem voltadas à renegociação do das dívidas dos Estados Unidos, que permanece sem nenhum acordo entre os democratas, do presidente Joe Biden, e os republicanos, do presidente da Câmara, Kevin McCarthy.
A maior economia do mundo atingiu o seu limite de endividamento, de US$ 31,4 trilhões, ainda em janeiro - lá, o ano fiscal vai de outubro a setembro. Agora, precisa que o Congresso aprove uma elevação do teto dos gastos para conseguir continuar arcando com suas despesas, emitindo novos títulos de dívidas.
Representantes do governo afirmam que o Tesouro ficará sem dinheiro para honrar seus compromissos financeiros já no começo de junho, caso um acordo não seja feito logo.
g1, 24/mai