sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Novo modelo de cidade


Os impactos econômicos da falta de mobilidade nos principais centros urbanos vêm levando governos e empresas a redesenharem os modelos atuais. Neles se incluem a construção de cidades compactas, adensadas e com uso misto dos solos para a coexistência de edifícios comerciais e residenciais, assim como sistemas de transportes mais criativos, misturando meios de alta capacidade e alternativos.

Arquitetos, urbanistas, especialistas e até entidades internacionais dizem que o atual sistema de transporte não só dificulta a locomoção das pessoas e das mercadorias, como implica emissão de gases de efeito estufa, provoca mortes prematuras por acidentes de trânsito e reduz a saúde dos moradores dos grandes centros. As pessoas chegam a comprometer até 30% da renda mensal em deslocamentos diários.

A ONU defende um modelo de cidade compacta, bem articulada e conectada, integrada espacial, social e ambientalmente e, sobretudo, inclusiva. Nestas cidades, a inovação é o motor de crescimento econômico de valor agregado, de acordo com Elkin Velásquez, diretor do escritório regional para a América Latina e Caribe do Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat). Já as estratégias de melhor resultado para a mobilidade articulam um bom sistema de transporte de massas com a promoção de formas alternativas de deslocamento (bicicleta e caminhada, por exemplo).

Diversas cidades brasileiras já buscam no¬vos sistemas de transporte. Belo Horizonte, Porto Alegre, Rio e São Paulo inauguraram faixas exclusivas para circulação de ônibus. Na capital paulista, elas já somam 295 km, com um ganho de quase 50% na velocidade média dos veículos, conforme detalha em seu blog a urbanista e arquiteta Raquel Rolnik.

A prefeitura de Porto Alegre investe em corredores exclusivos e no veículo sobre trilho batizado de aeromóvel. Rio e Santos (SP) também apostam nos Veículos Leves sobre Trilhos (VLTs). A prefeitura do Rio pretende investir R$ 18 bilhões em transporte de média e alta capacidade até 2016. O sistema inclui a implantação de 28 km de VLT no Centro e a construção de quatro corredores expressos (BRTs) de ônibus articulados. Eles vão reduzir em até 26% a frota de ônibus que circula na cidade, de 8.800 ônibus convencionais, e em 40% o tempo médio gasto em viagens. Com a inauguração da ponte estaiada da Avenida Ayrton Senna, na Barra da Tijuca, e do novo Terminal Alvorada, na última terça-feira, a cidade se prepara para receber a Transcarioca, seu segundo corredor expresso de ônibus. O índice de cobertura de transporte de alta capacidade, em 2016, passará dos atuais 18% para 63%.


O Globo, Projetos de Marketing, 27/dez

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Aquário carioca no Porto terá até mergulho com tubarões


Obra construída em antigo armazém será concluída em abril de 2015

Fachada do projeto do AquaRio, que será instalado no Porto

Faz pelo menos 12 anos que a construção de um gigantesco aquário na Zona Portuária do Rio foi anunciada publicamente pela prefeitura. Desde então, foram divulgados diferentes projetos e marcadas várias datas de inauguração. Mesmo assim, o antigo frigorífico da Companhia Brasileira de Armazenamento (Cibrazem), ao lado da Via Binário, na Saúde, continuou cheio de poeira e sem um pingo d'água. Há um ano, a chegada de três sócios parece ter mudado o rumo do AquaRio, por mais que a entrega tenha sido novamente adiada. A obra, totalmente privada, acabou de ganhar nova data de conclusão: abril de 2015. E detalhes de como funcionará o aquário ficam, agora, mais nítidos - o projeto prevê mergulho com tubarões e programas noturnos para as crianças, por exemplo.

A última previsão de abertura era novembro de 2014, mas o funcionamento do AquaRio, que está sendo construído no que sobrou do antigo frigorífico cedido em 2007 pela prefeitura, também depende do andamento das obras do Porto Maravilha. De pouco adianta, dizem os sócios, ter uma atração desse porte aberta e envolta por escombros, tratores e trânsito caótico. Sócias na obra desde 2012, as empresas Cataratas do Iguaçu (que opera no Parque Nacional do Iguaçu e no Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha), Esfeco (administradora da Estrada de Ferro do Corcovado) e Bel-Tur (transportadora) têm o patrocínio de R$ 10 milhões da Coca-Cola. Está previsto o investimento de outros R$ 80 milhões na primeira fase, mas o total pode passar de R$ 140 milhões quando tudo estiver pronto. A obra está sendo feita pela Kreimer Engenharia.

Diretor-presidente do AquaRio, o biólogo marinho Marcelo Szpilman diz que os atrasos ocorreram, principalmente, por motivos financeiros. Antes, havia previsão da venda de títulos no mercado para bancar a construção, mas a ideia não saiu do papel. O projeto atrasou tanto que a concessão do prédio correu até o risco de ser cancelada pela prefeitura. Hoje, a Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto (Cdurp) informa que tudo caminha normalmente na obra, dentro do prazo. O projeto mais recente, que prevê cinco andares e 22 mil metros quadrados de área construída, sofreu modificações, como a retirada da área de água doce, que deve ficar para a segunda fase, assim como outra, que poderá receber até um urso polar.

- Tínhamos, em 2012, uma estruturação financeira que não deu certo, infelizmente. Então mudamos o foco e tivemos cinco meses de conversações até que a coisa foi fechada. O aquário hoje é basicamente o que era antes, tirando a água doce e algumas estruturas. A segunda fase da obra terá a água doce, com peixes do Pantanal e do Amazonas - conta Szpilman.

A grande atração, segundo o último projeto fechado, continuará sendo um tanque oceânico com 3,3 milhões de litros de água, explica o biólogo. Toda essa água será sustentada por painéis de acrílico transparentes. No total do AquaRio, serão 4 milhões de litros de água. Haverá um túnel sob uma coluna d'água de quase sete metros onde os visitantes poderão olhar para cima como se estivessem no fundo do mar. Entre as espécies, aparecerão por trás do acrílico tubarões mangona e lambaru de até três metros, arraias e grandes peixes oceânicos como xaréu, olho-de-boi e dourado. Parte dos animais será pescada ou comprada no comércio internacional; outra, trocada com aquários do mundo.

Também será aberto um grande tanque onde será possível mergulhar ao lado de peixes e arraias. Num outro, o mergulho mais radical: com os tubarões. Os que se aventurarem provavelmente entrarão na água dentro de uma gaiola. Será, no entanto, uma atividade adicional, fora do ingresso básico de entrada, que custará cerca de R$ 40 e valerá para o dia inteiro. Haverá, ainda, um aquário virtual, que usará conceitos de realidade aumentada, com sensores que lerão digitalmente movimentos físicos dos visitantes e reproduzirão informações em telas animadas. Um peixe virtual acompanhará crianças durante toda a visita.

O programa vai se estender pelas madrugadas. Crianças poderão dormir no aquário, dentro desse grande túnel, numa programação especial. Ainda estão sendo feitas negociações com restaurantes, mas provavelmente serão montados dois no quinto andar e uma lanchonete no térreo. O telhado será em estrutura metálica, pronta para receber placas solares.

Ao todo, serão 25 tanques com oito mil animais de 300 espécies. Há uma parceria com o Departamento de Biologia Marinha da UFRJ para a criação do Centro de Pesquisas Científicas. São esperados até cinco mil visitantes por dia, das 9h às 18h.

O prédio da antiga Cibrazem tem mais de cem anos e escondia um túnel, também centenário, que liga o imóvel à Baía de Guanabara, conta Roberto Kreimer, responsável pelo projeto financeiro e pela construção do AquaRio:

- Teremos uma galeria e captaremos água por esse túnel. Vamos tratar para deixá-la cristalina. Temos duas opções para captar, tanto em alto-mar quanto na própria baía. Nosso objetivo é ter total reciclagem.

A construtora já terminou a fase de demolições e agora trabalha na estrutura, começando a fazer o tanque principal com equipamentos acrílicos. Se todo o projeto for concluído como planejado, o AquaRio também será usado como laboratório de geração de energia em parceria com a PUC-Rio, já que consumirá 1 megawatt de maneira ininterrupta. Todos os quatro milhões de litros serão filtrados a cada hora para os peixes viverem adequadamente, com os sais minerais.

Presidente da Estrada de Ferro do Corcovado, Sávio Neves ressalta a facilidade de transporte que os visitantes terão no futuro. Será montada uma estação do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) em frente ao AquaRio:

- O novo terminal de passageiros de navios também deverá ficar quase em frente ao aquário e facilitará a visitação. Os passageiros poderão atravessar o boulevard (onde estão hoje os restos da Perimetral) e chegar ao aquário. Assinamos um termo de compromisso com a prefeitura para cumprir determinadas etapas da obra em 2014. Vamos intensificar a obra para inaugurar em abril de 2015.


O Globo, Flávio Tabak, 26/dez

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Casas de luxo com pista de pouso para avião ganham espaço no Brasil


De tempos em tempos o mercado imobiliário aposta em certos modelos para capturar os muito ricos, como condomínios com piscinas, golfe, spa e cavalos. Mas e uma casa de campo com pista de pouso e a possibilidade de estacionar o avião na porta de casa? Esse é o conceito "fly-in", ou "condomínio aeronáutico".

Nos Estados Unidos, a fórmula teve início em 1946, na Califórnia, e se espalhou. No Brasil tem ganhado terreno, especialmente nos últimos anos. Há projetos no interior de São Paulo; lago de Furnas, em Minas Gerais; na península de Maraú, na Bahia; e em Governador Celso Ramos, em Santa Catarina.

Nas últimas semanas, com uma festinha aqui e outra ali, um grupo de empresários começou a vender a novidade do momento: o Green Harbour Fly-in Destiny, um complexo com dois condomínios no lago de Furnas, em Minas, que promete ao proprietário a possibilidade de "estacionar o avião de um lado da casa e o barco do outro". O projeto foi desenvolvido pela Marplan Empreendimentos, dos empresários Márcio Bissoli (CEO do Grupo Bauminas) e Alexandre Penido, cônsul do Chile em Minas Gerais. O planejamento e a construção da área devem demorar entre oito e dez anos. No total serão cinco "condomínios boutique", cercados por centro náutico, equestre e hotel design, cuja bandeira está em negociação.

"Ali você poderá ter o estilo de vida de John Travolta. Quer exclusividade maior?", diz Ricardo Kurtz, da Costum Solutions, sócio do projeto. O ator americano também vive num "fly-in", no norte da Flórida, onde estaciona seus dois aviões. Há poucos meses, quando esteve no Rio para gravar um comercial de bebidas, ele aterrissou no aeroporto do Galeão pilotando um deles, um Boeing 707.

Por enquanto, não se esperam Boeings em Furnas, apenas jatinhos. A pista de pouso (1.400 metros de extensão total) será usada por cem famílias e haverá parcerias com empresas de táxi aéreo para quem não tem avião particular. Antes de ser opção para quem quer um hangar privado, o lago de Furnas sempre foi destino turístico com infraestrutura de clubes, hotéis e restaurantes.

Conhecido como "Mar de Minas", tem uma natureza exuberante com cachoeiras, ilhas, enseadas e piscinas naturais, e é circundado por vários municípios. Há mais de 25 anos ali foi construído o primeiro condomínio. O acesso por estrada é demorado e chega a durar três horas e meia de Belo Horizonte.

O empresário Marcio Bissoli começou a frequentar a região com sua primeira mulher e se casou lá, onde a família tinha casa. Há quatro anos, ao decidir implantar o condomínio, passou a comprar terras. "Mesmo depois de ir lá tantos anos, a cada vez descubro áreas ainda inacessíveis. Como me locomovo de helicóptero - sem a menor pretensão - tenho o privilégio de ver do alto aquele santuário ecológico", diz. O investimento, fora a aquisição de terras, será da ordem de R$ 100 milhões, estima. E pretende atrair gente de São Paulo, Rio e Minas, por ser um "ponto equidistante das três capitais que concentram o PIB do país".

Um pouco distante desse triângulo, acaba de ser lançado outro empreendimento do tipo, na Bahia: o Kiaroa Fly-In Residence. Fica na Península de Maraú, na Costa do Dendê, ao lado do hotel de mesmo nome, que completou dez anos. Serão 30 lotes, entre 1.300 e 2.500 m2 com preço a partir de R$ 1 milhão cada um. A pista de pouso já é usada pelo hotel para o transporte de hóspedes em viagens que duram 40 minutos a partir do aeroporto de Salvador. A multiplicação desses condomínios por aqui promete e se fundamenta nos dados da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), que aponta um aumento de 32% no número de aviões privados nos últimos cinco anos, no Brasil.



Valor Econômico, Maria da Paz Trefaut, 18/dez

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Recreio receberá megaprojeto imobiliário


Um grupo de 15 incorporadoras se prepara para lançar, no início de 2014, megaprojeto imobiliário no Recreio dos Bandeirantes. O Reserva Américas City Life ocupará área de 1,4 milhão de metros quadrados. "A idéia é criar um novo sub-bairro na região. Terá o dobro do tamanho da Península (na Barra), com 16 projetos residenciais e comerciais" diz Eric Labes, diretor da Labes Melo e à frente da recém-criada Sociedade de Moradores e Amigos da Reserva Américas (Somar). Não se trata de condomínio, continua: "A área está pronta, com ruas definidas. Não será fechada. A idéia é fazer a ocupação organizada, oferecendo serviços para os futuros moradores". Calper, Calçada, Even e João Fortes estão entre as construtoras parceiras. A Labes Melo vai erguer um shopping (2014) e dois residenciais (2015 e 2016), totalizando R$ 2 bilhões em valor de vendas. 

O Reserva, por enquanto, terá acessos pela Avenida das Américas e pela Estrada Vereador Alceu de Carvalho. Com a expansão da área, as incorporadoras apostam na abertura das Vias 4 e 5, previstas no plano urbanístico da região, mas ainda sem previsão de sair do papel. 

A Prefeitura do Rio não se pronunciou.

30 mil pessoas

É a previsão do total de moradores que o Reserva Américas terá até 2016. Hoje, são seis mil em edifícios já construídos na área A Somar planeja oferecer serviços como limpeza e transporte.



O Globo, Negócios & Cia, 18/dez

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Crédito imobiliário está mais acessível


As condições de aquisição dos imóveis novos e prontos melhoraram nos últimos anos graças à ampliação do crédito imobiliário no País, na opinião de profissionais do mercado imobiliário.
 
Sem a oportunidade de financiar com os incorporadores, durante o período de construção do empreendimento, parte do valor da unidade adquirida, o comprador das unidades novatas devem quitar o imóvel de imediato ou, ao menos, apresentar os valores de entrada exigidos pelas instituições de crédito imobiliário.
 
Se a situação não é das mais fáceis historicamente, nos últimos anos os bancos flexibilizaram as exigências para os consumidores interessados nos novos prontos. O superintendente comercial da incorporadora Brookfield, Carlos Eduardo Fernandes, lembra que as instituições chegam a aceitar o financiamento de até 90% do valor de bens em alguns casos. Para a maior parte das unidades no mercado, no entanto, o porcentual da dívida passível de financiamento é de 70%. "Isso permite que o cliente tenha um fluxo de caixa bem mais tranquilo na entrada".



O Estado de São Paulo, 16/dez

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013


A Dominus Construtora lançou hotel na Barra, em parceria com o grupo Pestana, esta semana. Em um dia, comercializou 80% do empreendimento. Terá 311 quartos e deve bater R$ 230 milhões em vendas. A previsão é que fique pronto no semestre de 2016.



O Globo, Negócios & Cia, 13/dez

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Para facilitar o dia a dia


Construtoras investem cada vez mais em condomínios que oferecem serviços 'payper-use' (pague somente se usar), como arrumação, lavanderia, reparos, babá para crianças e passeador de cachorros domésticos. Empreendimentos desse modelo podem ser encontrados em todo o Estado do Rio.

Os serviços pay-per-use oferecem mais praticidade e comodidade, principalmente para quem mora sozinho e não tem tempo para delegar tarefas cotidianas, como limpeza e pequenos reparos. Além disso, os profissionais contratados pelo sistema já possuem uma referência, o que representa um ganho em segurança. 

A adoção do sistema também traz benefícios para o condomínio, na medida em que os serviços são pagos individualmente pelos moradores, de acordo com o uso, sem encarecer a taxa condominial", afirma Rodrigo Miozzo, diretor geral da Fernandez Mera Rio, que destaca que o diferencial pode valorizar o imóvel em mais de 30%.

O Neolink Stay, lançamento na Barra da Dominus, em parceria com a Helbor, é um exemplo de condomínio com serviços. No Recreio, a Brookfield oferece o Damai Residences. Em Jacarepaguá, o conceito está presente no Bourgogne Résidences Gourmet, da MDL. O Live Bandeirantes, da Living, e o Expert, da PDG, são as opções na Estrada dos Bandeirantes.

Em Niterói, o Pride, da Efer, teve todas as 100 unidades vendidas rapidamente por causa dos serviços 'pay-per-use' e pelo fato de serem todas de dois quartos. A João Fortes disponibiliza o modelo em vários empreendimentos, como o Prime Collection, em Niterói, o Quinta Verti Club Residenziale, em Nogueira, Petrópolis, e o Ocean Garden, em Cabo Frio.



Meia Hora, Imóveis, 12/dez

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Arquitetura, arte e poder


Na direção da Escola de Artes Aplicadas de Weimar desde 1919, Walter Gropius a mudou para Dessau e fundou a Bauhaus, escola que concebeu obras funcionais e não meramente estéticas ou decorativas. Buscou integrar a arte e a técnica; o funcional e o estético. No mesmo período o arquiteto Alfred Agache foi contratado para remodelar a cidade do Rio e a concebeu neoclássica. 

Trata-se do estilo do prédio da Assembleia Legislativa do Rio, inaugurado em 1926, e no qual por toda parte se vê o 'fascio', feixe de varas que expressa a unidade totalitária do fascismo italiano, servindo de cabo do martelo romano, símbolo do poder. 

Neoclássico foi o estilo adotado pelos Estados totalitários de direita. É, também, o estilo do prédio do Ministério da Fazenda no Rio. Agache foi o arquiteto da ditadura do Estado Novo de 1937 a 1945.

Na Alemanha, em 1933, os nazistas tomaram o poder e perseguiram a Bauhaus, que consideravam 'arte comunista e degenerada'. Gropius se exilou nos EUA. Em 1931 Lúcio Costa se demitiu da direção da Escola de Belas Artes, por ter aderido ao modernismo. Mas Vargas também precisava de um estilo diferente que o do governo que derrubara. Em 1936 iniciou a construção do prédio do MEC, no Rio, marco da arquitetura moderna brasileira. Projetado pelos jovens arquitetos Lúcio Costa, Affonso Reidy, Oscar Niemeyer e outros, sob a consultoria do francês Le Corbusier, o prédio é realmente do público. Não tem escadarias, muros, grades, sentinelas ou guaritas. O cidadão que passa pela rua entra nele, sem perceber qualquer limite. Tudo é público: a rua e o prédio.

A profusão de prédios do Tribunal de Justiça do Rio - um deles de costas para a rodoviária onde está o povo -, a censura à obra 'por uma cultura de paz', do cartunista Carlos Latuff, e a escolha do pedreiro Amarildo para patrono da turma dos formandos em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal Fluminense demonstram que arte, arquitetura, Justiça e poder podem estar relacionados e expressar concepções ideológicas.

João Batista Damasceno Doutor em Ciência Política pela UFF e juiz de Direito. Membro da Associação Juízes para a Democracia.



O Dia, Opinião, João Batista Damesceno

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

'Efeito UPP' na valorização de imóveis chega a 15%


Que os imóveis no Rio estão sofrendo uma disparada nos preços, não é novidade. Mas dois pesquisadores decidiram lançar um novo olhar sobre as cifras e isolar o "efeito UPP" por trás dessa escalada. Cláudio Frischtak, presidente da Inter.B Consultoria Internacional de Negócios, que está elaborando o estudo ao lado do americano Benjamin Mandel, apresentou parte dos resultados já obtidos nesta segunda-feira, no seminário "Cidadania e segurança - Os resultados e futuro da política de pacificação do Rio de Janeiro", organizado pela Fundação Getúlio Vargas. Os especialistas apontam que 15% de todo o crescimento verificado no preço médio dos imóveis da cidade, desde 2008, estão relacionados à instalação de UPPs e, consequentmente, à redução dos índices de criminalidade nas áreas.

- Calculamos que a queda de 10% na taxa de homicídios numa área resulta, em média, no aumento de 1,8% no preço do imóveis - revela Mandel.

No Vidigal, segundo o mapeamento, 26,75% do aumento dos preços dos imóveis num raio de um quilômetro são resultado da pacificação. Já no quilômetro seguinte, essa influência cai para 3,09%.

- Tomando o valor dos imóveis como medida da riqueza das famílias, a política de segurança funcionou como um poderoso instrumento de redução da concentração de riqueza - ressaltou Frischtak na apresentação.

Pesquisa de 2007 a 2011

Os especialistas apontam o vínculo entre a política de segurança e a dinâmica dos preços dos imóveis de janeiro de 2007 a agosto de 2011. Eles levaram em conta os dados de cada uma das áreas sob influência das 18 UPPs que entraram em operação a partir de dezembro de 2008. A pacificação do Dona Marta levou a uma valorização de 10,9% nos valores das propriedades em Botafogo e Humaitá. Já a instalação de UPPs nos morros de São Carlos, Coroa, Fallet e Fogueteiro elevou em 19,5% o preço das habitações no Estácio. A pacificação do Morro do Andaraí resultou na valorização de 17% nos imóveis do bairro e do Grajaú.

Os especialistas ressaltam que outras variáveis, como queda na taxa de juros, ampliação do crédito e elevação dos níveis de renda, também impulsionaram o aumento no valor dos imóveis. Para isolar o efeito da pacificação, eles compararam o incremento nos preços das propriedades nos bairros localizados no entorno das UPPs com o aumento no restante da cidade. Também relacionaram os índices de queda de criminalidade com essa variação no valor das habitações.



O Globo, 10/dez

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Aluguel por temporada exige atenção


Natal e Ano Novo chegando e há famílias que ainda não decidiram o que fazer no fim de ano. Ao mesmo tempo, outras já reservaram seus imóveis por temporada no Rio. A procura é grande por opções em toda a cidade, com destaque para Zona Sul, Barra da Tijuca e Centro. Segundo levantamento da Protel, os valores de locação vão de R$ 150 a R$ 300 por dia, variando de acordo com a região, época do ano, e tamanho do imóvel.
A empresa lembra ainda que os preços costumam ser reajustados em torno de 25% no período de alta temporada, entre dezembro e março. No Portal House in Rio, por exemplo, o Réveillon é a época mais procurada, com média de 450 aluguéis.
"Copacabana, Ipanema, Barra, Leblon e Leme são os bairros mais solicitados, com valor de diária em torno de R$ 120 por pessoa", afirma Eduardo Serrado, sócio da empresa.
Ele complementa que já há demanda para 2014, com 93 reservas para o Carnaval e 51 pedidos para a Copa do Mundo. "Acreditamos que chegaremos a 1.300 aluguéis para a Copa", prevê Serrado.
E, assim como na locação tradicional, na transação por temporada, o contrato é a garantia de segurança do cliente e do proprietário. O documento deve ter todas as cláusulas específicas do negócio, previstas na lei do inquilinato.
"Se o interessado puder contar com a assessoria de um advogado para verificar se está tudo em ordem, será melhor ainda", indica Carlos Samuel Freitas, diretor da Primar Administradora.
Para os proprietários, o vice-presidente comercial da Renascença Administradora, Edison Parente, recomenda pegar referências do inquilino em locações anteriores e fazer vistoria detalhada no imóvel antes e depois serve para evitar problemas.
Opções fora do Rio nas regiões dos Lagos e Serrana
Para as pessoas que pretendem passar o Natal e Ano Novo fora da cidade do Rio, o destino mais procurado é a Região dos Lagos. É o que mostra levantamento exclusivo do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis (Creci-RJ).

Quem procura por tranquilidade, as alternativas são Região Serrana e Costa Verde. Os valores médios das diárias variam de acordo com o perfil do imóvel e da localidade. O estudo indi c a, por exemplo, que uma casa de dois quartos em Angra dos Reis tem valores de diárias entre R$600 e R$ 1 mil. Em Petrópolis , a partamento com dois quartos no centro vai de R$ 170 a R$ 210. Já em Cabo Frio, as diárias de apartamentos ou casas com dois ou três quartos, próximos às praias do Forte ou do Peró, podem sair de R$ 350 a R$ 650.

"Uma dica para quem é de fora do estado é contar com a ajuda de amigo que possa visitar o imóvel, ver se está tudo em ordem. Vale ressaltar também a importância do documento, firmando a locação, especificando cada detalhe do imóvel", orienta o representante do Creci-RJ, Normando Martins.



O Dia, Cristiane Campos, 08/dez

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Blue Tree terá hotel no Recreio


A rede Blue Tree vai estrear na capital fluminense. O grupo fechou contrato com a Calper. Vai gerir o Premium Design Rio, hotel que a construtora já começou a erguer na orla do Recreio. Projeto de R$ 145 milhões em valor geral de vendas, terá 279 apartamentos e área de eventos com capacidade para 520 pessoas. Fica pronto em 2015, a tempo das Olimpíadas 2016, anuncia Chieko Aoki, presidente da Blue Tree Hotels. 

É a segunda parceria da empresária com a Calper. Os grupos são sócios no Blue Tree Premium Nexus Macaé, que abre as portas em 2016. A rede hoteleira já opera dois hotéis no Estado do Rio, em Macaé e Búzios. Ao todo, tem 23. Planeja chegar a 55 até o fim de 2017. Este ano, conta Chieko, fechou dez contratos, lá negocia outros. Ela não descarta novo projeto na capital.

RS 90 MILHÕES

É o valor geral de vendas do hotel Blue Tree em construção em Macaé. 0 empreendimento, com 336 apartamentos, é parte de um complexo com torre de escritórios e centro de convenções.



O Globo, Negócios & Cia, 06/dez

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Metro quadrado de imóvel no Rio vai a quase R$ 10 mil


O preço do metro quadrado dos imóveis na capital carioca já custa, em média, R$9,812 mil, uma diferença de R$ 1,152 mil para Brasília, a segunda colocada, e R$2.082 mil para São Paulo, terceira no ranking. Os dados fazem parte de levantamento divulgado ontem pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). 

Mais uma vez o Bairro do Leblon, na Zona Sul, aparece como o mais caro do país, mesmo com a terceira queda seguida no valor do metro quadrado, atualmente cotado a R$ 21,853 mil para imóveis de um quarto e R$ 24 mil para os de dois e três quartos. 

Coordenador da pesquisa, Eduardo Zylberstajn destacou que o levantamento da Fipe não mostra as regiões que mais se valorizaram, apenas as localidades com maior e menor valor do metro quadrado dos imóveis. Ipanema, cotada a R$19.546; Lagoa, com R$16.683; Gávea, em R$15.891; e Jardim Botânico, a R$15.426, estão também entre os metros quadrados mais mais caros do Rio. 

No outro extremo do levantamento aparecem os bairros que apresentaram o menor valor do metro quadrado, todos na Zona Norte. Vaz Lobo, atualmente cotado a R$2,843 mil; Marechal Hermes, sendo R$2,838 mil; Benfica, a R$2,775 mil; Guadalupe em R$2,556 mil; e Pavuna, a R$2,148 mil sofrem influência da infraestrutura precária e falta de segurança. 

Niterói custa R$ 6,9 mil 

A cidade vizinha de Niterói, que fica a menos de 15 quilômetros do Rio, ficou em quarto lugar no ranking nacional da Fundação Fipe. 

O preço do metro quadrado dos imóveis no município é de cerca de R$6, 9 mil. 

"O custo aumentou porque se tornou uma alternativa de moradia muito próxima ao Rio, com qualidade de vida e inúmeros atrativos", explicou o vice-presidente do sindicato da habitação (Secovi Rio), Leonardo Schneider. 

"Uma série de fatores caracteriza a valorização de imóveis, como lazer, comércio, distância, clima, segurança e outros atrativos", explicou.



O Dia, 05/dez

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Rio terá R$ 1,2 bilhão para investir no transporte


O Banco Mundial aprovou nesta terça-feira um empréstimo de US$ 500 milhões (cerca de R$ 1,2 bilhão) para o Estado do Rio desenvolver políticas para melhorar a integração dos diferentes meios de transporte da Região Metropolitana. Segundo nota da secretaria estadual de Fazenda, os recursos serão liberados em uma parcela e investidos em uma agenda de melhoria dos serviços públicos do Governo estadual, principalmente no setor de mobilidade urbana, "para o qual será desenvolvido um plano de integração regional voltado para ônibus, trens, metro, barcas e teleféricos". Ainda segundo a secretaria, a ação permitirá a ampliação do alcance desses modais e beneficiará mais de 11 milhões de pessoas.

O projeto prevê, ainda, a implantação de serviços de monitoramento on line da operação dos diferentes modais. Essas informações serão repassadas simultaneamente aos usuários, gerenciadores e gestores, permitindo o melhor controle e gestão da operação. Com a maior integração dos meios de transporte, como trens e ônibus, haverá ainda a possibilidade de abertura de novas frentes de emprego, tendo em vista que 55% das vagas abertas estão na capital, enquanto que a maioria das famílias de baixa renda se encontra na periferia.

De acordo com o Banco Mundial, o Programa de Aperfeiçoamento da Gestão Pública para Oferta de Serviços no Rio de Janeiro também apoiará a melhoria do planejamento e da supervisão dos gastos públicos, além de um programa especial para expandir o acesso das mulheres às oportunidades sociais e econômicas (a fim de reduzir a violência doméstica e de gênero, usando a infraestrutura de transporte para oferecer serviços sociais de apoio às mulheres). Outro objetivo é contribuir para o aumento do uso de bicicletas e melhorar a segurança nas vias dedicadas a esse meio de transporte.

O empréstimo tem vencimento final de 26 anos e dez anos de carência. Participaram da cerimônia a diretora do Banco Mundial Deborah Wetzel , o governador Sérgio Cabral, o secretário de Estado de Fazenda Renato Villela, a subsecretária de Finanças Rebeca Villagra.



O Globo online, 04/dez

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Miami vive boom imobiliário graças a estrangeiros


Miami, a cidade que personificou o colapso do mercado imobiliário americano, vive agora uma nova onda de construção de condomínios alimentada por estrangeiros querendo investir em imóveis nos Estados Unidos.

Durante vários anos depois do estouro da bolha imobiliária, muitos prédios de condomínio permaneceram praticamente vazios. O valor dos condomínios despencou quase 60% em relação ao seu pico, segundo a Associação dos Corretores de Miami. Financiamentos para compradores e construtoras secaram.

Agora, quase todas as outrora vazias unidades estão ocupadas e a demanda já está ultrapassando a oferta. Há 118 novos condomínios propostos para a área de Miami, incluindo 35 em construção, segundo a Condo Vultures LLC, uma consultoria do setor imobiliário.

Os 41 condomínios propostos para o centro da cidade vão adicionar 12.100 unidades - bem abaixo das 22.200 unidades construídas durante o boom de 2003 a 2008, mas ainda assim uma notável recuperação tendo em vista que as construções ficaram virtualmente paradas até 2011.

"Este boom é muito parecido com a situação de dez anos atrás", disse Peter Zalewski, diretor da Condo Vultures.

Apesar das semelhanças, os incorporadores ressaltam que uma demanda internacional robusta criou um novo modelo de financiamento que eles acreditam ser mais seguro que os generosos empréstimos bancários que alimentaram o último boom. As imobiliárias geralmente exigem o pagamento de no mínimo 50% do valor do imóvel antes de fechar a venda, o que significa que o comprador perderia dinheiro se desistisse da compra.

Com essas novas condições de pagamento, os incorporadores passaram a depender mais dos depósitos dos compradores e menos dos empréstimos para financiar as construções, o que, dizem, dá aos projetos uma base financeira mais sólida. E como os bancos se tornaram mais rigorosos na escolha dos projetos que financiam, construtoras com menos experiência acabaram ficando de fora, acrescentam.

O incorporador Carlos Melo usou o novo modelo de financiamento para construir, no ano passado, o edifício de 17 andares 23 Biscayne Bay, o primeiro projeto do novo ciclo. Ele diz que o edifício já foi inteiramente vendido e que cerca de 90% dos proprietários compraram os apartamentos como investimento, para alugá-los depois. "Eles querem colocar seu dinheiro num lugar seguro", diz Melo.

Miami é apenas um exemplo maior da tendência recente nos Estados Unidos de se construir imóveis com várias unidades em vez das casas que dominaram os anos pré-recessão. Embora a maioria dos imóveis residenciais sendo construídos no país ainda seja de uma unidade, essa recuperação recente do setor de construção vem se concentrando em edifícios de apartamentos.

Dados divulgados na semana passada pelo Departamento de Comércio dos EUA mostram que o número de alvarás para imóveis residenciais no país cresceu no ritmo mais rápido desde junho de 2008, um aumento puxado por um salto de 15% nos alvarás para imóveis de mais de uma unidade.

"À medida que o setor imobiliário se recupera e mais pessoas querem pagar aluguel, as construtoras responderam com mais edifícios de apartamentos", disse Kolko.

Os números são ainda mais impressionantes em Miami e arredores. Na região do sul da Flórida, composta pelos condados de Miami-Dade, Boward e Palm Beach, cerca de 70% dos alvarás de construção concedidos este ano até outubro foram para imóveis de mais de uma unidade.

O boom de condomínios na própria Miami vem se mostrando particularmente forte, impulsionado por investidores estrangeiros que geralmente pagam em dinheiro e planejam alugar os imóveis. Cerca de 85% a 90% dos compradores de novos imóveis são estrangeiros, a maioria da América Latina, estima Alicia Cervera Lamadrid, sócia-gerente da imobiliária Cervera Real Estate, que está vendendo apartamentos em 16 projetos de condomínios.

De fato, segundo pesquisa da Associação dos Corretores de Imóveis de Miami, divulgada em novembro, os venezuelanos representam a maior parte dos compradores estrangeiros de imóveis na cidade, com14% do total. Brasileiros e argentinos ocupam o segundo lugar, cada um com 11%. A Colômbia e o Canadá vêm em terceiro, com 8% cada.

Os compradores se dizem atraídos pela atmosfera cada vez mais cosmopolita e as crescentes opções culturais de Miami. Eles também consideram esses investimentos mais seguros do que deixar seu dinheiro em países de economia mais instável, como Argentina e Venezuela.

Mesmo assim, alguns recomendam cautela. Incorporadores começam às vezes a construir só com os depósitos dos compradores, sem garantir o financiamento necessário para completar o projeto, alerta John Sumberg, sócio-gerente do escritório de advocacia Bilzin Sumberg, que assessora incorporadoras. "Eles pensam: Pegarei [o financiamento] quando precisar", diz ele. Mas "num certo ponto do ciclo, os bancos talvez digam que já há ofertas demais e essa não é uma boa aposta."

Carlos Rosso, responsável pela área de condomínios da Related Group, uma incorporadora que foi duramente atingida no último ciclo, diz que dessa vez é muito improvável que haja uma bolha. "Enquanto o dinheiro vier dos compradores e os bancos forem disciplinados o suficiente para não cometer excessos, acredito que será um mercado duradouro porque há tão pouca oferta", disse ele, cuja empresa tem dez projetos em andamento.



Valor Econômico, 03/dez

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Recreio está em alta


O Recreio dos Bandeirantes é um dos bairros que mais recebem lançamentos imobiliários. Só no primeiro semestre, de acordo com dados da Ademi-RJ (Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário), foram 1.933 novas unidades, alta de 19% em relação ao primeiro período de 2012.
E para dar conta da demanda, as imobiliárias estão abrindo filiais. A Martinelli Imóveis, por exemplo, inaugurou recentemente uma loja na Avenida Gláucio Gil, ponto estratégico do bairro. Segundo Fabricio Martinelli, diretor da empresa, a previsão é comercializar entre dezembro e janeiro do ano que vem cerca de oito lançamentos na região. "Uma das metas para 2014 é abrir mais uma filial, desta vez na Zona Norte", adianta Martinelli.



O Dia, 01/dez

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Multiuso ganha espaço rio mercado


O Rio de Janeiro vive um boom de empreendimentos que apontam para algumas das principais tendências no mercado imobiliário: projetos de concepção multiuso, distritos corporativos e clubes condomínio. Os empreendimentos multiuso atendem a uma mudança de comportamento de moradores das grandes cidades, que consideram o fato de trabalhar próximo ao local de moradia como ganho na qualidade de vida.

Com essa forte tendência, os multiusos estão entre as melhores opções de investimento, pois têm como apelo justamente a possibilidade de evitar os transtornos cada vez mais comuns nos centros urbanos, como trânsito congestionado, que chega a consumir até 25% do tempo das pessoas.

Isso porque, nesses empreendimentos, o comprador precisará se deslocar menos pela cidade, já que centros de compras, restaurantes, consultórios, salas comerciais e torres corporativas farão parte do mesmo espaço em que ficam os prédios residenciais. 

A aposta das incorporadoras em complexos multiuso deve atrair investidores que veem nesses empreendimentos uma forma de conseguir renda com aluguel ou lucro com uma revenda. Além disso, a maior parte desses complexos multiuso está sendo construída em regiões com grande potencial de valorização.

Cláudio Tavares de Alencar, professor do departamento de Engenharia de Construção Civil da Escola Politécnica da USP e João da Rocha Lima Jr, professor titular de Real Estate da Poli USP - autores do livro "Real State: fundamentos para análise de investimentos" - alertam que o investidor deve levar em conta o potencial de cada edifício em que vai investir - entre os que são oferecidos nos multiuso - e se há sinergia entre eles, como, por exemplo, o shopping contar com lojas de alta conveniência e atender ao público que trabalha ou reside, e os hotéis poderem contar com salas de reuniões e eventos. Empreendimentos desse tipo espalham-se pela cidade, em áreas como o Porto e a Barra da Tijuca, acompanhando o ritmo de expansão e valorização dessas regiões.



O Globo, Especial Mercado Imobiliário, 28/nov

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Pesquisa aponta preferências do carioca


Pesquisa realizada pela Lopes Imobiliária entre mais de 46 mil clientes revela que o mercado imobiliário do Rio continua em alta. Apenas 5,2% dos compradores residentes no Rio adquirem imóveis fora do estado. Os outros 94,8% preferem permanecer na cidade, mesmo que tenham oportunidade de comprar um imóvel em outra região do estado. 

Luigi Gaino, diretor da Lopes Imobiliária - empresa que tem área de pesquisa sobre perfil e preferências dos compradores de imóveis - revela que a cidadê tem, hoje, vários vetores de crescimento.

Depois da consolidação da região de Jacarepaguá, principalmente dos bairros de Freguesia a Taquara, o Rio se expande para a Zona Norte e até para o subúrbio de Deodoro, onde será instalado um complexo desportivo destinado a formação, ensino e treinamento de atletas.

"A cidade não tem um único vetor de crescimento, em todos os lugares há lançamentos imobiliários. Só estão parados os bairros onde não é possível fazer mais nada", disse, acrescentando que a cidade começa a expandir seus horizontes, com a construção de imóveis multiusos e produtos hoteleiros, para Campo Grande, Santa Cruz, Macaé e Rio das Ostras.

Na avaliação do diretor da Lopes, a expansão na região metropolitana vem se dando pela confiança nos anúncios do novo modelo de transporte. O corredor expresso da Transolímpica, por exemplo, com seus 23 Km de extensão, está unindo a Barra da Tijuca a Deodoro. Já o economista Eduardo Moreira diz que a isso se soma ao aumento da percepção de segurança e ao fato de a demanda ser muito maior do que a oferta de moradia. 

BAIRROS COBIÇADOS 

O ranking da Ademi dos bairros campeões em vendas de imóveis comprova a tese dos especialistas da área de Inteligência da Lopes. Jacarepaguá ainda lide ra a lista dos bairros mais cobiçados da cidade, com 1.658 unidades vendidas no primeiro semestre deste ano. Mas, os bairros de Santo Cristo, Pilares, Penha, São Cristovão e Vila da Penha já ocupam lugar de destaque nos dez mais vendidos da cidade. Com 837 unidades vendidas, Santo Cristo ficou com o segundo lugar (837), seguido de perto pela Penha, bairro onde foram comprados 789 unidades residenciais. O sexto lugar foi de Campo Grande, com 522 imóveis vendidos, e o sétimo o bairro de Pilares, com 392. Pavuna, São Cristóvão e Vila da Penha completam a lista dos mais procurados, com 295, 284 e 268 unidades vendidas, respectivamente. 

Mas há muitos outros bairros do subúrbio carioca que estão renascendo, acompanhando a rota do metrô e dos corredores expressos (BRTs) que a Prefeitura começou a inaugurar, assim como a de melhorias nos contornos urbanos, caso do Parque Madureira.

Del Costilho, por exemplo, vendeu 182 imóveis no primeiro semestre de 2013; Tomás Coelho, 178; Cachambi, 148; Engenho da Rainha, 121; Rocha Miranda, 114; Madureira, 95; Engenho Novo, 56; e Vila Valqueire, 26.

No total de bairros que foram objeto da pesquisa, 73% da oferta foi de unidades residenciais; 23% comercia Ls e 4% hoteleiras. Entre as vendidas, 76% eram compostas por imóveis para moradia, 18% para atividades comerciais e 6% para hotelaria. A grande maioria das unidades residenciais vendidas foi de dois e três quartos. No primeiro semestre de 2013, foram comercializadas 1.289 salas comerciais e 112 lojas.



O Globo, Especial Mercado Imobiliário, 28/nov

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Com pré-sal, Rio recebe R$ 2 bilhões em investimentos


Uma das principais apostas do país, o pré-sal pode mudar o mapa da energia e inserir o Brasil entre os maiores do mundo. E, nesse contexto, o Rio de Janeiro está recebendo grande volume de investimentos: nos últimos três anos, pelo menos R$ 2 bilhões vieram para cá com a construção de 16 novas fábricas para o setor. De acordo com mapeamento feito pela Secretaria de Desenvolvimento do Estado a pedido do GLOBO, foram geradas, no mínimo, 3,3 mil vagas.
Das 16 novas unidades fabris, dez estão no Norte Fluminense, com destaque para São João da Barra, que concentra seis desses investimentos no Porto do Açu. Apesar dos desafios em torno do projeto - que passa por uma reestruturação, com a entrada da empresa de energia americana EIG, que comprou as ações do empresário Eike Batista -, o setor ainda investe no aumento da qualificação, que vai exigir profissionais mais especializados.
Segundo especialistas do setor, o Rio deve atrair novos investimentos ao longo dos próximos anos, quando começarem a ser sentidos os preparativos para a exploração da área de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos, que foi leiloado em outubro, e tem reservas estimadas entre oito bilhões e 12 bilhões de barris de petróleo. Em setembro, de acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), o pré-sal brasileiro já produzia cerca de 397 mil barris de petróleo equivalente (boe) por dia em 13 campos, a maior parte na de Santos.
- A área de Libra vai demandar de 12 a 18 plataformas de produção, além de 60 a 90 embarcações de apoio. E, com a política de conteúdo local, que, em média é de 55%, as empresas terão de se organizar, com unidades no Brasil e, sobretudo, no Rio, que hoje responde por 71% da produção de petróleo no Brasil - disse Carlos Eduardo Ribeiro, professor da Uerj, lembrando que a área de Libra fica na altura de Cabo Frio, no Estado do Rio
Caxias ganhará novo polo
Um dos mais importantes investimentos que estão sendo feitos para atender a novas empresas é a construção de um condomínio empresarial, em Duque de Caxias. O local, às margens da Baía de Guanabara, tem dois milhões de metros quadrados e deve receber investimentos de R$ 1,5 bilhão. O objetivo é abrigar empresas do setor de navipeças (setor naval) e de equipamentos submarinos (chamado de subsea). Segundo Alexandre Gurgel, diretor de Política Industrial da Companhia de Desenvolvimento Industrial do Estado do Rio (Codin), o local está prestes a receber a licença de instalação.
- O foco desse condomínio será a instalação de empresas do setor de óleo e gás. Esse é um empreendimento que tem potencial para gerar cinco milhões de empregos. Já temos hoje companhias com consultas para se instalarem no local. O setor de petróleo é muito importante e está impulsionando diferentes investimentos em todo o Estado. Hoje, metade das 300 consultas que o governo estadual recebe por ano é do setor de óleo e gás - diz Gurgel.
A Wärtsilä, por exemplo, está investindo R$ 75 milhões na construção de uma fábrica de propulsores para sondas de exploração em São João da Barra e um centro de serviços em Niterói. Robson Campos, presidente da empresa, diz que o aumento dos investimentos está ligado às novas oportunidades do setor. Campos lembra que a fábrica em São João da Barra, que vai ficar pronta em julho de 2014, vai construir os equipamentos de propulsão para dez das 29 sondas da Sete Brasil, empresa contratada pela Petrobras para construir as sondas para o pré-sal.
- Essa fábrica também vai produzir gerador de energia elétrica. Hoje, a companhia conta com 540 funcionários. Até 2014, a empresa terá 800 funcionários. Como nossa fábrica é no Porto do Açu, tomamos uma série de cuidados. Quando decidimos pelo investimento, em dezembro de 2012, optamos por uma área já habitada por outras companhias, devido ao momento de transição por que passava a LLX - afirma Campos.
Assim como a Wärtsilä, a GE Óleo & Gas também está investindo milhões na construção de uma nova base logística em Niterói para atender à Petrobras. Já a Schulz, que fabrica tubos e conexões em aço, investiu R$ 60 milhões para a construção de uma nova unidade em sua fábrica, em Campos, no Norte do Estado, que vai produzir tubos metálicos para o pré-sal. A meta é que em 2014 a empresa fabrique 70 quilômetros de tubos por ano.
A própria Petrobras vem investindo pesado no Rio. Na lista da estatal está a construção de sete grandes empreendimentos no Estado. São quatro gasodutos, para escoar o gás, sobretudo do pré-sal. Só a área de Libra tem potencial de 120 bilhões de metros cúbicos. Hoje, a reserva do país é de 434 bilhões de metros cúbicos.
Destaque ainda para a construção da Usina Termelétrica Baixada Fluminense, localizada no município de Seropédica, que entrará em operação comercial em março de 2014. Além disso, haverá a nova Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN) do Terminal de Cabiúnas, em Macaé, e outra UPGN que será instalada no Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí. Os investimentos fazem parte do Plano de Negócios da estatal 2013/2017, de US$ 236,7 bilhões.
Especialistas destacam os investimentos em Macaé. Na cidade está sendo criado um terminal portuário, hoje em fase de licenciamento ambiental e que deve receber recursos de R$ 600 milhões.
- Com isso, vamos pular de seis para 23 pontos de atracamento de navios na cidade. Há um grande desafio quando se fala de barcos de apoio hoje no país. Hoje, são mais de 200 embarcações. Até 2020, com o avanço do pré-sal, esse número vai mais que dobrar. Por isso, já começamos a ver importantes investimentos na área portuária - diz Gurgel.
Como o pré-sal vai demandar mais empregos qualificados, o Serviço Nacional de Aprendizado Industrial (Senai) corre contra o tempo para treinar mão de obra a tempo: está investindo R$ 3 bilhões para conseguir dobrar sua quantidade de alunos até 2014.
- O Senai conta com 580 centros de formação profissional no país. Estamos dobrando a capacidade de 251 dessas escolas e construindo mais 100 unidades. O pré-sal é uma fronteira tecnológica, que vai exigir mais conhecimento e rigor dos trabalhadores. A margem de erro tem de ser menor, pois os investimentos são maiores - disse Rafael Lucchesi, diretor-geral do Senai.



O Globo, Bruno Rosa, 27/nov