terça-feira, 10 de junho de 2014

Construtoras apostam no design


Como o mercado de escritórios de alto padrão está passando pelo ciclo de entrega, e a concorrência pelo ocupante deve se manter acirrada, desenhos mais arrojados podem servir como desempate"

Na contramão do restante do mercado imobiliário do Rio de Janeiro, os empreendimentos de alto luxo ainda encontram compradores com facilidade. A principal razão é a falta de construções do tipo na cidade. O exemplo a ser seguido é São Paulo, onde edifícios residenciais e empresariais de alto padrão já fazem parte do skyline da cidade.

Como a disputa por esse mercado de luxo, principalmente em residências, é diferenciada, cresce o apelo do design e de nomes reconhecidos. Não por acaso, as construtores disputam. E essas empresas estão buscando profissionais e escritórios de arquitetura dentro e fora do país. É o caso da Mozak, que fará dois lançamentos simultâneos em Botafogo e no Humaitá, bairros da zona Sul do Rio.

O empreendimento de Botafogo é o primeiro projeto da Triptyque na cidade. Com apenas 16 unidades de dois quartos, o prédio terá ainda duas lojas térreas. O VGV estimado é de R$ 21 milhões. O escritório francês já tem diversos prédios em São Paulo, como o famoso edifício residencial na Rua Fidalga, na Vila Madalena.

"Como o design é um diferencial e as pessoas querem exclusividade quando compram imóveis como esses, não podemos repetir os arquitetos com frequência. Por isso, já temos uma lista de dez a quinze nomes para novos projetos", diz o presidente da Mozak, Isaac J. Elehep.

O mesmo movimento se repete em empreendimentos comerciais, multiuso e até hotéis. "Consideramos que essa tendência deve se manter e até aumentar. Como o mercado de escritórios de alto padrão está passando pelo ciclo de entrega, e a concorrência pelo interesse do ocupante deve se manter acirrada Roberto Patiño, Gerente de negócios da consultoria imobiliária Jones Lang LaSalle no curto e médio prazos, desenhos mais arrojados podem servir como fatores de desempate", afirma o gerente de negócios da consultoria imobiliária Jones Lang LaSalle, Roberto Patiño.

A própria Mozak anunciou que construirá um edifício comercial no Jardim Botânico, zona Sul do Rio. A novidade ficará por conta do projeto paisagístico, que contemplará diversas espécies de plantas na fachada e no interior. "Focamos na zona Sul, onde a grande dificuldade é encontrar terrenos. A opção, muitas vezes, é comprar edifícios antigos para demolir. Com isso, as negociações podem levar até quatro anos", afirma Elehep.

Outra construtora que está atenta a essa demanda é a Calper, que terá um hotel, com entrega prevista para 2015, no Recreio dos Bandeirantes. A empresa buscou inspirações internacionais - empreendimentos de Dubai e Abu Dhabi, além do arquiteto catalão Gaudí - para a construção do Hotel Premium Design Rio, que terá fachada simulando ondas do mar.

Já a construtora Calçada pretende trazer um estilista para assinar o projeto de seu complexo multiuso na Barra da Tijuca, que reunirá hotel, centro de convenções, shopping e salas comerciais.



Brasil Econômico, Gabriela Murno, 09/jun