sexta-feira, 20 de junho de 2014

Copa gerou um milhão de empregos


O presidente da Embratur, Vicente Neto, afirmou nesta quinta-feira que a Copa permitiu a geração de um milhão de empregos no país, ou cerca de 20% dos 4,8 milhões de vagas criadas durante o governo da presidente Dilma Rousseff, segundo dados do Cadastro Geral de Empregos (Caged), do Ministério do Trabalho.

- Houve a geração de um milhão de empregos no país só com a Copa. Desses, 710 mil são empregos permanentes - disse Neto, ao participar de coletiva de imprensa no Centro Aberto de Mídia, no Forte de Copacabana.

Neto destacou que um evento como a Copa do Mundo tem impacto positivo e que o governo tem trabalhado para garantir a manutenção do turismo conquistado com o evento.

A estimativa é que a Copa tenha um impacto de R$ 6,7 bilhões na economia do turismo do Brasil. Se considerar a economia como todo - incluindo serviços, investimentos e comércio exterior -, o impacto na economia como um todo será de R$ 30 bilhões, segundo estudo da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) encomendada pelo Ministério do Turismo. Esses valores não consideram investimentos em infraestrutura.

FIFA E COI SÃO CRITICADOS

Presentes ao encontro, o professor da Fundação Getulio Vargas Pedro Trengrouse e o professor da Uerj Lamartine da Costa fizeram críticas ao atual modelo de realização de megaeventos, como Copa e Olimpíadas, organizados por Fifa e pelo Comitê Olímpico Internacional (COI).

Para Costa, está ocorrendo uma mudança na forma de organizar grandes eventos esportivos e a Copa do Brasil deve ser uma das últimas a serem realizadas com a atual estrutura.

- Até agora, sete ou oito cidades abandonaram a candidatura aos Jogos de Inverno na Europa. Hanoi, no Vietnã, também desistiu de um megaevento. Os megaeventos são insustentáveis nesse ritmo - disse o professor da Uerj, atribuindo ao pesado custo que cabe às cidades e países organizadores uma das principais razões para o fenômeno.

Costa também condenou a interferência exagerada da Fifa nas questões internas do país e principalmente as declarações públicas sobre a condução dos projetos necessários para o Mundial.

Pedro Trengrouse concordou com a avaliação de que o modelo de organização de megaeventos está em risco, mas afirmou que os benefícios da Copa são maiores que os malefícios. Ele esclareceu, no entanto, que um megaevento não pode ser visto como a solução dos problemas. Na sua opinião, o governo perdeu a oportunidade de realizar eventos de exibição pública em todo o país, como uma forma de incluir a população em um evento como esse.

- Não ter ingresso para a Copa na Alemanha não dói, mas aqui dói. Teríamos que ter investido mais R$ 1 bilhão para eventos de exibição pública. A festa do Alzirão, por exemplo, custou R$ 2 milhões. Por que não fazer mais eventos como esse? - perguntou Trengrouse.



O Globo, 20/jun