Não serão mais do que algumas dezenas de passos para que um médico saia de seu consultório e chegue a uma sala de cirurgia robótica de última geração. No fim do dia, basta pegar um elevador e ele poderá jogar uma partida de tênis ou ir a uma academia de ginástica. Ter tudo num mesmo lugar é o que promete um novo complexo médico-hospitalar, que será aberto até o fim do mês que vem, na Barra da Tijuca: o Americas Medical City.
São cinco prédios, com área total de 72 mil metros quadrados, que contarão com dois hospitais: o Samaritano e o Vitória. Na semana que vem, após uma inauguração para convidados, a equipe do complexo deve receber pela segunda vez membros do Comitê Olímpico Internacional (COI), que estão avaliando a possibilidade de o espaço ser utilizado como referência durante os Jogos de 2016.
Diretor executivo do Americas Medical City
- O complexo traz para o Rio um conceito novo, em que o hospital não fica sendo apenas um ponto de passagem na rotina do médico. A ideia é que ele passe todo o dia aqui e acabe se transformando num grande promotor de melhorias. Será uma cidade voltada para a atenção integral da saúde - define o diretor executivo do Americas Medical City, Charles Souleyman Al Odeh.
R$ 600 MILHÕES INVESTIDOS
A ideia do empreendimento, que fica junto à Avenida Ayrton Senna, próximo da sede da Subprefeitura da Barra, é não só facilitar o trabalho dos médicos, concentrando hospitais, consultórios e até um centro de treinamento no mesmo lugar, como também fazer com que os pacientes possam, por exemplo, sair de uma consulta e realizar um exame sem a necessidade de deslocamento.
Foram investidos R$ 600 milhões na realização do projeto. Inicialmente, serão disponibilizados pouco mais de 120 leitos nos dois hospitais. Mas, quando estiverem operando em plena capacidade, o Vitória e o Samaritano oferecerão um total de 494 leitos. Há ainda um prédio de consultórios com 252 salas disponíveis. A direção do complexo está finalizando contatos, mas a expectativa é que o Americas Medical City esteja disponível para uma ampla gama de planos de saúde.
O Vitória e o Samaritano são prédios interligados e vão compartilhar as 16 salas de cirurgia que estarão disponíveis. Entre elas, está uma de última geração que permitirá aos profissionais realizarem procedimentos híbridos: será possível, por exemplo, fazer ao mesmo tempo uma cirurgia cardíaca aberta e uma angioplastia. Também há a chamada sala robótica, onde o médico comanda à distância a máquina que faz procedimentos delicados. Outra novidade é uma sala que possui ligação direta com um espaço onde há equipamento para ressonância magnética, permitindo que o exame seja feito durante uma cirurgia, importante para melhorar a precisão em casos como a retirada de um tumor no cérebro.
O complexo conta com o apoio de profissionais renomados, inclusive do exterior, como o professor da UCLA, na Califórnia, Fernando Viñuela, que será o coordenador do programa de neurorradiologia intervencionista da unidade. Como um dos prédios será destinado especificamente para funcionar como um centro de treinamento, o diretor Charles Al Odeh aposta no complexo como um espaço que atrairá profissionais de outros estados ou até de outros países para o aperfeiçoamento, principalmente na área de tecnologia aplicada à medicina.