sexta-feira, 30 de outubro de 2015
O bonde do Paes
Será no dia 17 de dezembro (uma quinta-feira), uma semana antes do Natal, que o prefeito Eduardo Paes vai inaugurar o Museu do Amanhã, esse nobre espaço do Rio dedicado às ciências, na Praça Mauá. Ele chegará ao local a bordo - veja só - do bonde João do Rio (1881-1921), que fará parte do VLT. É isso mesmo. O autor de "A alma encantadora das ruas" será um dos 32 cariocas - de coração ou nascidos na cidade; veja a lista abaixo - que terão bondes batizados com seus nomes. Mas o VLT só será inaugurado no ano que vem: na data da entrega do museu, Paes viajará por um pequeno trecho já concluído na Região Portuária.
1. Tia Ciata 2. Donga 3. Pixinguinha 4. João da Baiana 5. Ismael Silva 6. Machado de Assis 7. Clementina de Jesus 8. Cartola 9. Mestre Valentim 10. Dona Zica 11. João Cândido 12. Silas de Oliveira 13. Ary Barroso 14. Dolores Duran 15. Noel Rosa 16. Dona Dodô 17. Chiquinha Gonzaga 18. Di Cavalcanti 19. Procópio Ferreira 20. Augusto Malta 21. Marc Ferrez 22. Nair de Teffé 23. Grande Othelo 24. Roberto Burle Marx 25. Lota de Macedo Soares 26. João do Rio 27. Tom Jobim 28. Vinicius de Moraes 29. Braguinha 30. Carlos Drummond de Andrade 31. Manuel Bandeira 32. Cazuza.
O Globo, Ancelmo Gois, 30/out
terça-feira, 27 de outubro de 2015
Venda antes de quitar o financiamento
A venda de um imóvel ainda financiado está cada dia mais comum. Quem comprou um apartamento ou uma casa há mais de cinco anos se beneficiou, e muito, com a valorização imobiliária ocorrida nos últimos tempos. Com isso, não é incomum os preços terem quintuplicado nesse período, como aponta o diretor do escritório de representação da Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABMH) no Rio de Janeiro, Sérgio Rodrigo Campos Monteiro.
Nesse cenário, ele destaca que as dívidas dos financiamentos imobiliários se tornaram percentualmente pequenas, se comparadas ao valor de mercado do bem. "O que tem encorajado muitas pessoas a vender (ou trocar) a unidade, antes mesmo do fim do prazo contratado, e sem quitar o empréstimo habitacional", acrescenta Monteiro.
O diretor da ABMH conta que, até o final da década de 1990, era comum que, nesse tipo de transação (compra e venda de imóvel financiado), o empréstimo fosse transferido ao comprador que, a partir daí, assumia o pagamento das prestações. "Como às vezes a transferência junto ao banco não era possível (por exemplo, por impossibilidade de comprovação de renda), as partes acabavam por recorrer ao chamado 'contrato de gaveta', pelo qual o comprador continuava a pagar prestações e acessórios (inclusive seguro por morte e invalidez permanente) em nome do vendedor, e só teria a escritura definitiva na quitação do financiamento".
De acordo com Monteiro, atualmente, essa alternativa é pouco utilizada. "Era (e ainda é) muito arriscada, tanto para o comprador como para o vendedor, podendo implicar, por exemplo, na negativação do nome do vendedor (quando existe atraso no pagamento das prestações) e até na perda do imóvel por parte do comprador, por eventuais dívidas do vendedor que vierem a ser cobradas judicialmente".
Hoje em dia, a venda de um imóvel objeto de financiamento não traz grandes complicações, e por isso mesmo tem caído no gosto dos proprietários. "O financiamento não impede que o bem seja vendido. A negociação é feita como se o bem estivesse livre e desembaraçado de quaisquer ônus. A única diferença é que o produto da venda será utilizado, primeiramente, para quitação do financiamento existente, e o restante será entregue ao vendedor", explica.
Ele acrescenta dizendo que o comprador tem a possibilidade de adquirir o imóvel como outro qualquer, ou seja, pode pagar o preço da compra e venda com recursos próprios, FGTS, financiamento ou consórcio imobiliário. "A lógica é a mesma: se o imóvel adquirido estiver financiado, e o comprador também pretende financiar uma parte do preço, o dinheiro disponibilizado pelo novo financiamento vai quitar o empréstimo anterior (do vendedor) e o restante é repassado ao vendedor".
O Fluminense, Habitação, 27/out
segunda-feira, 26 de outubro de 2015
Portal faz viagem no tempo até o Rio de 1565
Tecnologias hoje disponíveis na web permitem que qualquer um observe o panorama atual da cidade do Rio e até "sobrevoe" suas montanhas, lagoas, ilhas e mar. Difícil mesmo é voltar no tempo e imaginar, a partir desses mesmos ângulos, como era a paisagem carioca há mais de 400 anos: com ocas em vez de prédios, verde no lugar do cinza do concreto e alagadiços e morros que não existem mais. Ilustrações e mapas da época da fundação da cidade são coisa rara, e, nem sempre, foram produzidos por quem pisou por aqui, baseando-se em relatos de viajantes. Mas um economista (apaixonado por história) e um designer especialista em 3D resolveram encarar o que parecia impossível. E conseguiram recriar o Rio de 1565.
Foram dois anos de pesquisa, que incluiu iconografia do século XVI, cartografia e cartas antigas, estudos de pesquisadores, mapas topográficos e comparações com locais da costa brasileira que ainda preservam uma natureza semelhante com a encontrada no Rio por franceses e portugueses. A partir dessas informações, Paulo Bastos, economista, e Pedro van Erven, designer, foram "restaurando" por meio de programas de computador esse Rio selvagem. Essa reconstituição, em três dimensões, pode ser vista tanto por meio de um aplicativo - pelo qual é possível acessar o antes e o depois de marcos da ocupação da cidade - como de um filme. Ambos fazem parte da exposição "Rio de Janeiro 450, a fundação da cidade e seus marcos históricos", no Museu Histórico Nacional, que tem produção do Andrea Jakobsson Estúdio Editorial.
A partir de hoje, os internautas também poderão viajar nesse trabalho em 3D pelo site http:// rio450anosapp.net/.
A Aldeia dos Tamoios, localizada em meio à mata do Flamengo e entre dois braços do Rio Carioca, é um dos sítios que ganharam destaque na obra. A orla, obviamente, aparece com o seu contorno original, sem o aterro. Pedro precisou "desenhar" a restinga, engolida pela urbanização.
- Essa reconstituição é conjetural. Não há muita iconografia daquela época. Por isso, para fazer a textura da restinga, usamos como parâmetro praias de outros lugares parecidos com o Rio - afirma Paulo, curador da exposição e, há 30 anos, autor de livros sobre a história de logradouros cariocas.
- Minha referência para a restinga foi a Praia da Guarda do Embaú, em Santa Catarina - acrescenta Pedro, que, ao usar programas para criação de jogos virtuais, deu linguagem de game ao aplicativo.
Os visitantes ainda têm a chance de, pelo sistema, comparar o passado com fotos aéreas atuais. E, para a melhor compreensão da história por trás de cada ponto de interesse, as imagens são acompanhadas de uma série de informações.
No caso da aldeia, o aplicativo explica que ali viviam cerca de dois mil índios, distribuídos em três tabas, ou agrupamentos, com quatro grandes ocas cada, entre dois braços de rio. Próximo dali, fica a foz do Rio Carioca. No passeio aéreo pelos primórdios da cidade, há antigas lagoas, como a do Boqueirão, onde está o Passeio Público, e a da Sentinela, próximo ao que hoje é a Cinelândia. Já a Lagoa Rodrigo de Freitas, que foi diminuindo com o tempo, é mostrada em um tamanho 40% maior, com o seu contorno original.
Outra representação inusitada é a Ilha de Villegagnon, que hoje abriga a Escola Naval e quase não lembra mais uma ilha.
- Eu tinha uma imagem que ela era meio como as Cagarras - conta Pedro.
Para retratar a ilha, ocupada pelos franceses em 1555, no entanto, foi usada como referência uma ilustração do livro do frade franciscano André Thevet.
- A Ilha de Villegaignon tinha dois morros, era cercada de pedras, não tinha praias nem água potável - ressalta Paulo, que incluiu na imagem em 3D o forte e as casinhas habitadas pelos franceses.
O arraial dos portugueses, entre o Pão de Açúcar e o Morro Cara de Cão, na Urca, que marca a fundação da cidade, é outro ponto que foi explorado pela dupla. A pequena vila contava com um forte, casinhas de taipa de mão - feitas com madeira e lama, sendo algumas com cobertura de sapê (técnica copiada dos índios) e outras com telhas -, um muro de defesa de taipa de pilão - tijolos grandes feitos de barro -, e uma paliçada na linha de mar, perto de onde hoje está o Bar Urca, com um grande portão de acesso. Na região, numa parte alta, também ficava a primeira capelinha dedicada a São Sebastião. Todo o arraial foi refeito sem ajuda de qualquer representação:
- Não há nenhuma ilustração. Sobre o arraial, as únicas fontes são duas cartas escritas pelo padre José de Anchieta, presente no dia da fundação da cidade e cronista do acontecimento. Ele depois voltou ao Rio e fez uma segunda descrição - lembra o curador da mostra, revelando que a parte mais difícil de todo o trabalho com Pedro foi recuperar o extinto Morro do Castelo como ele era há mais de quatro séculos.
Uma cidade que saiu do mapa
O modelo em 3D, na verdade, começa com a chegada de Villegaignon, em 1555, e vai até a transferência da cidade para o Morro do Castelo, em 1567, quando os portugueses já haviam derrotado os franceses e os índios tamoios.
O filme e o aplicativo recuperam um Rio que desapareceu. Paulo e Pedro reconstituíram a topografia do Morro do Castelo e as construções dos primórdios do que foi o Centro.
- Recriamos as três edificações mais importantes: o Forte de São Januário, bem no alto, a Igreja Matriz de São Sebastião e o Colégio dos Jesuítas - conta Paulo, que, na falta de iconografia, refez o templo baseado em uma igrejinha do século XVI em Cabrália, na Bahia.
No caso do Colégio dos Jesuítas, a fonte foi um desenho do século XVIII a bico de pena - obviamente, foram retiradas na produção em 3D os acréscimos à construção. Para desenhar o traçado da Ladeira da Misericórdia e das três ruas que existiam no morro, ele se debruçou em pesquisas do geógrafo e historiador Mauricio de Almeida Abreu. A partir daí, foram colocadas casas de taipa de mão (algumas com cobertura de sapê e outras com telhas) e o muro que protegia a parte de trás do Castelo, oposta à Baía de Guanabara, conhecida como floresta e que podia servir para o avanço de inimigos.
Na viagem pela cidade que não consta mais no mapa, os visitantes e internautas podem fazer um voo sobre o Pão de Açúcar sem o bondinho, o Corcovado sem o Cristo e pela vegetação abundante. Aliás, as mudanças promovidas pelo homem na geografia do Rio são o que talvez mais chame a atenção do público ao manusear o aplicativo ou assistir ao vídeo:
- O Rio de Janeiro era paradisíaco, com florestas, campos, lagoas, rios e praias maravilhosas. Grande parte disso foi destruída para construir a cidade. Mas também sobrou muita coisa. O Rio ainda tem uma interferência forte da natureza, das montanhas. Espero que essa visão original do cenário natural da cidade ajude as pessoas a valorizar um pouco mais o que sobrou, a proteger o que temos - avalia o curador da exposição, inaugurada este mês e que permanece até o dia 6 de janeiro no Museu Histórico Nacional.
O Globo, Design Rio, 25/out
sexta-feira, 23 de outubro de 2015
quinta-feira, 22 de outubro de 2015
Milionários investem US$ 2,9 trilhões em imóveis no mundo
Por qualquer métrica, o edifício One Sixty, lançado pela incorporadora Cyrela no início de outubro, é um imóvel de luxo. Seus 55 apartamentos possuem de 270 a 340 metros quadrados, e cada um desses metros pode custar de R$ 25 mil a R$ 40 mil. O ponto alto (sem trocadilho) são as duas coberturas duplex, com seis suítes e seis vagas. No entanto, essas duas unidades não estão à venda. Segundo os especialistas do mercado imobiliário, elas foram comercializadas antes do lançamento
Esse fato demonstra bem que as coberturas estão acima da crise. "Os preços no mercado imobiliário vêm caindo, com algumas unidades sendo vendidas com desconto, mas nesse segmento em particular não se percebeu nenhuma diferença de valor", diz Elton Oliveira, diretor da corretora de imóveis RealtOn, que criou uma diretoria dedicada ao segmento. Segundo Oliveira, enquanto a escassez do crédito e a desaceleração da economia desaceleram o ritmo das vendas, um movimento inverso ocorre nas coberturas. "Há muitos executivos e investidores que estão aproveitando a alta do dólar para converter aplicações no exterior e trocar o imóvel por outro melhor", diz ele. "E os proprietários que colocam esses imóveis à venda não precisam nem querem conceder descontos."
A resiliência dos preços ã crise é um fenômeno mundial. A edição de 2015 do estudo do mercado imobiliário de luxo realizado anualmente pela empresa britânica de leilões e vendas Sotheby's mostra que, apesar dos solavancos da economia, a relação entre os bilionários e seus palacetes continua sólida. Na média, os 211 mil superricos, com patrimônios superiores a US$ 30 milhões (R$ 114 milhões), possuem US$ 2,9 trilhões em imóveis usados para moradia própria ou da família. Essa cifra apresentou um crescimento de 8% em relação ao ano anterior. Outra tendência é a da diversificação. Mais e mais indivíduos de alta renda estão comprando imóveis fora de seus países de origem. As motivações, nesses casos, são menos empresariais e mais emocionais, segundo o levantamento da Sotheby's.
O Brasil vem registrando um movimento semelhante. O segmento é muito sigiloso - a Sotheby's não comentou o assunto, nem ofereceu imagens dos imóveis à venda - mas quem conhece o mercado avalia que o interesse de investidores internacionais cresceu um pouco, apesar dos prognósticos ruins da economia. Tanto que a alta do dólar trouxe poucos benefícios para os compradores. Um bom exemplo é outro lançamento da Cyrela, o edifício Pininfarina, cujo projeto foi elaborado em conjunto com o famoso escritório de design italiano. Com mil metros quadrados, a cobertura custava R$ 40 mil o metro no lançamento, no início de setembro. Trinta dias, e 10% de valorização do dólar depois, o preço havia sido reajustado para R$ 44 mil, acompanhando a valorização do câmbio. Parte da estratégia da empresa fundada por Elie Horn está em se focar nesse nicho de mercado para combater a desaceleração do setor. Procurada, a Cyrela não falou com a DINHEIRO.
O perfil mais frequente das coberturas de altíssimo luxo à venda em São Paulo e no Rio é o de imóveis muito amplos, de pelo menos 600 metros quadrados e várias vagas de garagem - quatro, no mínimo. Além dos luxos de praxe, como piscina, sauna e adega, é comum que os imóveis tenham dependências para os empregados ou seguranças da família. Os preços começam a partir de R$ 30 milhões, mas as cifras podem dobrar sem muito esforço. "Há cerca de 30 unidades à venda em São Paulo neste momento", diz Oliveira, da RealtOn. "A maioria delas é usada, ou então foi comprada por investidores que agora estão querendo aproveitar a alta do dólar e realizar lucros."
Vale a pena comprar para investir? Vamos com calma. "O mercado de coberturas é bastante específico, são imóveis não apenas mais caros para comprar, como também mais custosos para manter", diz José Eduardo Cazarin, proprietário da imobiliária AxPE, especializada em imóveis especiais. "Uma cobertura é, basicamente, um apartamento padrão com um andar superior onde há em geral um terraço, uma piscina e uma sala para a convivência da família", diz ele. "Em geral, o proprietário paga caro para usufruir desses luxos, e, por isso, as coberturas são mais difíceis de vender." Assim, se a ideia não for desfrutar da vista, a recomendação é manter os pés mais perto do chão.
IstoÉ Dinheiro, Investidor, 21/out
quarta-feira, 21 de outubro de 2015
Hotel Trump
As obras do Hotel Trump, na Barra, não param. A empresa que está construindo o empreendimento drenou mais de 2 milhões de metros cúbicos de água do terreno, o que daria para abastecer 6.432 famílias por 9 meses.
O Dia, Barra em Dia, 21/out
terça-feira, 20 de outubro de 2015
Estudo aponta crescimento nas vendas
Um estudo pela Abrainc (Associação Brasileira das Incorporadoras) aponta aumento nos lançamentos (+3,2%), nas unidades vendidas (+2,6%) e nas entregas (+1,0%). No trimestre encerrado em agosto foram lançadas 13.710, vendidas 26.584 e entregues 29.724.
Se comparado ao trimestre de junho/julho/agosto de 2014, os lançamentos também acumularam alta de 11,9%, no entanto, houve queda nas vendas e entregas - de 8,5% e 6%, respectivamente. Em relação aos lançamentos, o total de unidades vendidas no trimestre foi 93,4% superior ao total de unidades lançadas no mesmo período.
"Não obstante às oscilações positivas observadas, o momento continua a refletir os ajustes dos lançamentos à demanda em um cenário de incerteza", afirma Renato Ventura, vice-presidente executivo da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias.
Para Eduardo Zylberstajn, economista da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), os dados de agosto continuam a mostrar um cenário difícil para a incorporação imobiliária. "Na comparação com 2014, a redução nas vendas ainda é visível, mas se levarmos em conta os últimos meses, já notamos alguma estabilidade nos principais indicadores", afirma Zylberstajn.
Os Indicadores que acompanham o mercado nacional de imóveis novos apontam ainda que as vendas sobre oferta (VSO) do trimestre tiveram nova alta (24,2%), o que mostra que nesse ritmo de venda a oferta de imóveis se esgotaria em 12,4 meses. No trimestre encerrado em julho, o tempo era de 12,8 meses.
O mercado contava com 95.417 mil unidades disponíveis para compra no fim de agosto. No trimestre analisado (junho-agosto) foi vendido o equivalente a 24,2% da oferta do período, alta de 0,8 ponto percentual frente ao observado no trimestre terminado em junho de 2015. Já a taxa de inadimplência potencial, no trimestre junho-agosto, se manteve estável (9,3%) frente aos últimos trimestres.
Os Indicadores são elaborados pela Fipe com informações de empresas Abrainc que atuam em todo o país. O estudo, lançado em agosto, vem sendo construído pela Fipe desde janeiro de 2014, e é o primeiro conjunto de indicadores do setor imobiliário obtido nacionalmente.
O Fluminense, Habitação, 19/out
sexta-feira, 16 de outubro de 2015
A London Eye carioca
O Rio View e o Instituto Lotta, que perpetua o trabalho da arquiteta Lotta de Macedo Soares (1910-1967), uma das responsáveis pela criação do Parque do Flamengo, tentam viabilizar a instalação, ali, de uma roda-gigante.
Se sair do papel, será maior que a London Eye, da capital inglesa, que tem 135 metros de altura. O arquiteto é o mesmo: o britânico David Marks.
Segue...
Os autores da proposta destacam que, no projeto original do aterro, estava previsto um local específico para a montagem de "um grande brinquedo ao ar livre".
O Globo, Ancelmo Gois, 16/out
quinta-feira, 15 de outubro de 2015
Vargens Maravilha
Depois de estabelecer uma parceria público-privada (PPP) para promover a expansão da Zona Portuária, a prefeitura pretende aplicar o mesmo modelo de operação para ordenar o crescimento e melhorar a infraesturura das Vargens. Desde agosto, um consórcio formado pelas construtoras Odebrecht Infraestrutura e Queiroz Galvão Construtora realiza estudos técnicos a fim de viabilizar um projeto de urbanização na região, que sofre com a precariedade dos serviços públicos. No dia 23 deste mês, a primeira fase do diagnóstico será avaliada por uma comissão interna da prefeitura. O trabalho será encerrado em dezembro, e a expectativa é que no primeiro semestre de 2016 comece o processo licitatório.
Em julho, o município publicou um Procedimento de Manifestação de Interesse, convocando empresas candidatas a participar do projeto a elaborar uma análise do que seria necessário fazer na região. No mês seguinte, a Secretaria Especial de Concessões e Parceiras Público- Privadas (Secpar) aprovou a proposta de Odebrecht e Queiroz Galvão. Quando o estudo estiver concluído, audiências públicas deverão ser realizadas. O projeto faz parte do programa Em Frente Rio, que reúne dez propostas de obras de mobilidade, infraestrutura, saneamento e logística na cidade, como o VLT da Zona Sul e o corredor expresso Transbrasil, que ligará Marechal Deodoro ao Centro do Rio.
Os estudos técnicos, com limite de gastos de R$ 12 milhões (que só serão ressarcidos pela prefeitura se o consórcio ganhar a licitação), servirão para avaliar a viabilidade de implementação ou melhoria de uma série de 31 itens, divididos em cinco temas: mobilidade, sustentabilidade, infraestrutura, segurança e espaços públicos. A intenção da prefeitura com a parceria é alcançar a universalização do saneamento básico, realizar a macrodrenagem de 40 quilômetros de canais e construir 2,4 quilômetros de rede elétrica subterrânea, além de investir em iluminação pública e na oferta de Wi- Fi gratuito nas áreas públicas. O consórcio ainda deverá analisar propostas mais arrojadas, como implantação de transporte aquaviário e BRT, criação de um circuito cicloviário e de parques ecológicos e instalação de câmeras de segurança.
O melhor modelo de concessão também será definido pelo estudo, mas o secretário executivo de Coordenação de Governo da prefeitura, Pedro Paulo Carvalho, afirma que o mais provável é que seja via Certificados de Potencial Adicional de Construção (Cepacs), como no Porto Maravilha. Nesse caso, uma lei municipal específica, que precisaria ser aprovada, autorizaria o aumento do potencial construtivo na região. Em contrapartida, as construtoras que adquirissem os Cepacs seriam obrigadas a executar investimentos em infraestrutura. As semelhanças entre os dois projetos, porém, restringem/se ao modelo escolhido, explica o secretário:
- A operação não será parecida com o Porto Maravilha do ponto de vista de ocupação. A necessidade das Vargens é de sustentar o crescimento, hoje desordenado; investir no saneamento básico; e racionalizar a densidade hoje prevista para o PEU. Ou seja, não é adensar mais uma área da cidade, como será na Zona Portuária, mas sim ordenar a região, que está em crescimento.
Desde a aprovação, pela Câmara dos Vereadores, do Projeto de Estruturação Urbana (PEU) das Vargens, em 2009, moradores aguardam a melhoria urbana da área, que abrange Vargem Grande, Vargem Pequena, Camorim e pequenos trechos da Barra e do Recreio. Mas o PEU jamais saiu do papel. Depois de o próprio prefeito admitir que havia falhas no plano de elevar o gabarito em vários pontos dos bairros, o que preocupava ambientalistas, a Secretaria municipal de Urbanismo propôs alterações, nunca votadas. Em 2013, o PEU foi suspenso, e continuará assim até o fim dos estudos do consórcio.
Segundo a prefeitura, a proteção ambiental é a prioridade, e por isso a operação consorciada terá parâmetros urbanísticos mais restritivos que o PEU. Para Pedro Paulo, conciliar esse viés com o aumento do potencial construtivo, a fim de atrair incorporadoras, é viável.
- Não estamos tratando de uma reserva ambiental. É um bairro que pode receber construções, mas vamos definir parâmetros moderados, para que o crescimento seja ordenado e não afete a natureza - diz o secretário, acrescentando que os estudos embasarão também mudanças no PEU. - Ano que vem vamos enviar um novo texto à Câmara. Uma das etapas do projeto do consórcio é justamente o estudo jurídico, que trata não só da mudança dos parâmetros urbanísticos, mas de toda a regularização fundiária. Agora tudo vai aguardar a conclusão dos estudos.
Entre a esperança e a cautela
O anúncio do projeto consorciado divide opiniões entre moradores das Vargens. Enquanto muitos reclamam da falta de divulgação, há quem já projete o futuro. Para o empresário Rogério Appelt, presidente da comissão de acompanhamento do PEU, a operação pode ser interessante, "se feita de maneira correta".
Sem água, Angela Ormond, presidente da associação de moradores, diz que o fornecimento é irregular
- Precisamos de investimento em infraestrutura. Hoje, os serviços públicos não funcionam. Aqui claramente será um bairro novo - diz Appelt, que, por outro lado, lança desconfiança sobre o processo de escolha do consórcio. - Em apenas 120 dias é praticamente impossível realizar um estudo dessa magnitude numa área tão grande. Acredito que o acordo já havia sido costurado antes, ainda mais com um investimento tão alto, que teoricamente seria de risco.
Procurado, o consórcio formado por Odebrecht e Queiroz Galvão respondeu que somente a prefeitura poderia falar sobre a parceria.
Para o arquiteta e urbanista Canagé Vilhena, morador de Vargem Grande, falta transparência por parte da prefeitura. Ele acredita que a operação deveria ser precedida de planejamento mais detalhado e profundo.
- Mais uma vez passam por cima das premissas do urbanismo e dos princípios da política urbana aprovados na Constituição. Nosso Plano Diretor de 2001 indica a necessidade de aprovar um plano de desenvolvimento urbano local, denominado Plano Regional, cuja finalidade é preparar urbanisticamente a região para receber novas construções. Depois é preciso definir o uso do solo. O código de obras, que é a parte do gabarito, deveria ser a última fase. Mas normalmente vemos o interesse imobiliário se sobrepondo ao social.
Vilhena define as Vargens como um retrato da expansão urbana sem planejamento, o que produziu "uma organização caótica em área rural degradada, onde ainda existem ruas e estradas sem registro no cadastro fiscal da prefeitura". De fato, um passeio por Vargem Grande e Vargem Pequena revela, além do clima bucólico, a carência de serviços públicos. O principal problema, diz Angela Ormond, presidente da associação de moradores, é o saneamento básico.
- Aqui não existem água e tratamento de esgoto. Nossa sede não tem fornecimento regular de água há três meses. Desde o ano passado utilizamos poço, mas só para lavar a casa. Para beber, precisamos comprar garrafas. E o prazo que a Cedae me deu para resolver a situação do bairro é dezembro de 2016. Estou sempre cobrando serviços dos órgãos públicos, mas o que eles fazem aqui é paliativo. A verdade é que não há verba para refazer ruas inteiras, como é preciso - lamenta Angela, que ainda não tem opinião formada a respeito do PPP das Vargens, por saber pouco sobre o projeto.
Questionada, a Cedae respondeu que "todos os moradores formais de Vargem Grande e Vargem Pequena recebem água" e que novos adutora, reservatório e troncos distribuidores estão em construção. Sobre esgoto, o órgão garante que a rede da região é direcionada para as estações de tratamento existentes nos dois bairros.
Para Appelt, os problemas resultam da falta de planejamento a longo prazo e de obras malfeitas. Ele cita os gastos com saneamento realizados no primeiro mandato do prefeito Cesar Maia.
- O bairro foi todo rasgado para a passagem de dutos de esgoto, elevatória etc. Mas, no final, ficamos sem ligações a essa rede, porque as obras não foram aceitas pela Cedae. Em consequência, vemos hoje o esgoto sendo despejado em valas e rios. É só observar a proliferação de gigogas no Rio Morto. Em relação à água, vários locais passam semanas sem uma única gota no verão; a rede é antiga e foi subdimensionada.
Vilhena também se lembra de projetos anteriores malfadados para apontar as falhas no saneamento da região. Para piorar, a formalização dos serviços básicos esbarra no fato de diversos loteamentos das Vargens serem irregulares:
- A Estrada do Morgado, por exemplo, simboliza a falta de desenvolvimento urbano. Ela não está no cadastro da prefeitura. Os moradores pagam imposto rural ao Incra. Isso quer dizer que a posse do terreno é regular, mas a casa, não, o que emperra a execução de serviços de água e esgoto.
A mobilidade, ao menos, recebeu um alento no mês passado. Depois de a prefeitura anunciar o novo sistema de ônibus e receber diversas reclamações, uma reunião foi marcada nas Vargens, com a presença do secretário municipal de Transportes, Rafael Picciani. Angela diz que várias reivindicações foram atendidas:
- Eles prometeram aumentar as rotas do 613 (Del CastilhoRiocentro), que passará a ir até a Estrada do Pontal; e do 810A ( Taquara- Curicica), alimentador que vira linha e também terá ponto final no Pontal. Outro alimentador, o 809 ( PontalCuricica), foi criado; o 316 e o 361 (ambos Recreio- Centro, via Linha Amarela) iam acabar mas continuaram; e a estação de BRT Praça do Bandolim ganhará serviço expresso.
O Globo, Barra, 15/out
quarta-feira, 14 de outubro de 2015
Lazer valorizado
Atentos à valorização da Barra da Tijuca, a incorporadora Calçada e a gestora Map Mall vão lançar, em março de 2016, o Vogue Square Mall. Com um Valor Geral de Vendas de R$ 400 milhões, o shopping contará com hotel e academia de tênis. "Será o primeiro shopping da região mais voltado para conveniência e entretenimento", afirma Márcio Malamud, presidente da Map Mall.
IstoÉ Dinheiro, Clayton Netz, 14/out
terça-feira, 13 de outubro de 2015
Os dez bairros mais fortes do que a crise
Na contramão da queda generalizada de preços, imóveis das zonas Norte e Oeste do Rio estão mais valorizados. É o que mostra uma pesquisa do site VivaReal. De acordo com o levantamento, dez bairros tiveram elevação de até 7,1% nos preços de venda no terceiro trimestre deste ano em comparação com o anterior.
Apenas um bairro da zona Sul do Rio, o Catete, integra a lista, em último lugar. Nos três primeiros lugares, estão Realengo, Brás de Pina e Moneró, na Ilha do Governador.
Especialistas do mercado apontam vários fatores para a valorização. O vice-presidente executivo do Viva Real, Lucas Vargas, explica que esses bairros vêm se destacando porque o "boom" que houve em outras regiões já não existe mais:
- De 2010 a 2012, a gente teve Barra da Tijuca, Recreio, essa região da Zona Oeste se valorizando. Também naquele período, parte da Zona Norte se valorizou, como São Cristóvão. Agora, é claro que esses bairros que já passaram por seu ciclo de desenvolvimento têm dificuldade de continuarem
se valorizando.
Segundo Alexandre Pelliccione, diretor da Local Negócios Imobiliários, a alta se deve ao aumento da procura por imóveis de até R$ 300 mil, comuns nesses locais:
- A dificuldade está na aprovação do crédito, mas a demanda existe.
Já Ariovaldo Rocha, vicepresidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Rio (ADEMI-RJ), destaca que os imóveis dos bairros mais valorizados se caracterizam por oferta limitada ao gabarito, ou seja, ao número máximo de pavimentos em edificações.
- Em função da dificuldade da oferta, automaticamente o preço tem um acréscimo - finaliza Rocha.
Ruas ao lado da Avenida Brasil mais cotadas
Os corretores de imóveis que atuam os bairros da zona Norte destacam que, apesar de os bairros terem se valorizado, nem sempre o cenário se comporta da mesma forma em todas as ruas que compõem cada um deles.
Em Realengo, por exemplo, os especialistas destacam que a parte mais próxima à Avenida Brasil é mais desvalorizada em relação aos imóveis que ficam em ruas próximas às avenidas Santa Cruz e Marechal Fontenelle.
Além disso, corretores das regiões disseram que, apesar da valorização dos últimos meses, os preços de agora em diante tendem a cair, devido à crise econômica.
Extra, Imóveis, 11/out
sexta-feira, 9 de outubro de 2015
High line carioca
Esse projeto de Paes de cobrir parte das linhas ferroviárias da Central do Brasil pode fazer uma revolução no subúrbio, acabando com a divisão ao meio de bairros como Madureira, Méier e Cascadura.
A ideia é fazer uma cobertura em forma de concha sobre os trilhos, formando embaixo um túnel pelo qual os trens circularão como os do metrô.
Por cima, haverá áreas de lazer como as do High Line de Nova York, um parque público construído sobre uma ferrovia desativada.
O Globo, Ancelmo Gois, 09/out
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