Impulsionado pelas Olimpíadas, o mercado imobiliário da Barra da Tijuca, bairro que será o coração dos Jogos, com 15 instalações esportivas, experimentou um grande crescimento nos últimos anos. Agora, tem o desafio de continuar atraindo empresas e moradores após o evento. Uma das metas do setor é conquistar os investidores estrangeiros, já que o dólar em alta torna as aquisições mais vantajosas para eles. Outra estratégia é a concessão de abatimentos nos preços, de forma a movimentar os negócios.
Vice-presidente do Sindicato da Habitação (Secovi-Rio), Leonardo Schneider é um dos que acreditam no dólar valorizado como um fator que poderá ajudar o mercado. Segundo ele, as Olimpíadas servirão de vitrine para os investidores estrangeiros.
- A gente espera que o estrangeiro goste do Rio e queira vir para cá. Aqui está mais barato para quem vem de fora. De um modo geral, vivemos uma fase boa. Vemos uma onda de estrangeiros. E há boas condições, porque o mercado também deve continuar em baixa. Tivemos um período de euforia e agora há uma tendência de queda - afirma ele.
Nos últimos anos, os preços apenas subiram. Em fevereiro de 2013, por exemplo, segundo dados do Secovi-Rio, o metro quadrado de imóveis residenciais na Barra saía a R$ 8.753. No mês passado, já estava em R$ 10.311, um aumento de 17,8%.
Para Eduardo Schaeffer, CEO do Zap Imóveis, as imobiliárias e incorporadoras terão que oferecer descontos para conseguir vender os estoques e atrair novos compradores.
- Após o anúncio das Olimpíadas, os preços no Rio aceleraram mais rapidamente que nas outras regiões. Também exageraram um pouco nos lançamentos. Hoje, o Rio apresenta os maiores descontos do Brasil. Estão na faixa de 11%, enquanto São Paulo, por exemplo, oferece 7,3%. Não acho que seja um caos, não estamos nem perto de uma explosão de bolha. Mas teremos, no ano de 2016 inteiro, uma redução nos preços dos imóveis. Não é culpa das Olimpíadas - afirma o dirigente do Zap Imóveis.
PREÇOS BAIXOS POR ATÉ DOIS ANOS
Rubem Vasconcelos, vice-presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (ADEMI-RJ), prevê um período ainda maior de preços mais baixos. Para ele, essa tendência deve permanecer por até dois anos.
- O mercado imobiliário chegou a seu ápice, com uma cidade toda nova, cheia de transformações. Mas agora está difícil. Por outro lado, é um momento muito oportuno. O mercado, hoje, é do comprador - diz Vasconcelos. - Para quem quiser melhorar o padrão de moradia ou trocar de apartamento, a hora é agora.