Com mercado imobiliário desaquecido, o proprietário que oferece um imóvel para aluguel deve recalcular o valor de locação de acordo com a taxa do condomínio. Para especialistas, a cobrança excessiva dificulta ainda mais o negócio. Mesmo quando o prédio fica velho, e o valor de mercado do bem cai, o condomínio pode subir. A Associação Brasileira das Administradoras de Imóveis (Abadi) afirma que, em alguns prédios, podem ser encontradas falhas no rateio da taxa condominial, e alguns moradores estão pagando mais do que a cota devida.
- A contribuição correta para o rateio das despesas é pela fração ideal do terreno, que é o valor de referência para cada apartamento. Mas a norma, às vezes, é alterada por convenção coletiva, e o condômino deve estar atento à cobrança - afirmou Marcelo Borges, diretor jurídico da Abadi.
A folha de pagamento de funcionários representa de 60% a 70% do valor do condomínio, e é a principal responsável pelo aumento dos gastos do prédio. Mas outro vilão do orçamento é o consumo de água, em geral, porque os edifícios antigos não têm hidrômetros individuais.
- Para quem vai comprar um imóvel, a atenção deve ser redobrada. Sugiro que o interessado observe a taxa de inadimplência e o balancete do condomínio, para verificar, por exemplo, se há um histórico de problemas hidráulicos e gastos com obras - alertou Valnei Ribeiro, gerente de condomínios da administradora Apsa.
Um ponto positivo, que pode ajudar nas receitas do prédio, é o aluguel de antenas ou de lojas comerciais. Segundo um levantamento do Sindicato da Habitação do Rio (Secovi Rio), os custos com condomínio representam, em média, 20% das despesas totais com habitação no Méier. Na Barra da Tijuca e em Jacarepaguá, o gasto fica em torno de 19% do total. Em Ipanema e no Leblon, 12% e 13%.