Os cortes nas taxas de juros realizados pelo governo federal no ano passado são de extrema importância para quem quer comprar um imóvel, já que atinge diretamente as opções de crédito e de financiamento disponíveis para a transação. A principal influência vem por meio da taxa Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia), que estabelece parâmetros para cobranças de juros de instituições bancárias de todo o país.
A Selic é estabelecida pelo Banco Central como uma taxa de juros simples, que tem por finalidade evitar a desvalorização do dinheiro. No entanto, a sua influência faz com que ela seja uma importante ferramenta de controle de políticas econômicas - em momentos de alta, por exemplo, seu aumento encarece empréstimos e restringe a quantidade de crédito aprovada para cada consumidor.
No caso do mercado imobiliário, o corte da taxa Selic aumenta o acesso dos consumidores a linhas de crédito e, com isso, permite uma alta no segmento. De acordo com o Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo (Secovi-SP), a redução feita em 2017 gerou um aumento de 25,5% nas vendas de imóveis durante o primeiro semestre de 2017 em relação ao ano anterior.
Para os consumidores que desejam adquirir um imóvel, o momento é ideal. A queda da Selic facilitou a liberação de crédito e os preços encontram-se atrativos baixos devido ao cenário ainda em recuperação, segundo Wingrid Xavier, Diretora Comercial e Marketing da Promoval Incorporadora (www.promoval.com.br). Para a especialista, os potenciais consumidores podem explorar as múltiplas oportunidades disponíveis de crédito para ver aquela que mais atende ao seu orçamento.
Basicamente, a compra de um imóvel requer um valor de entrada e a liberação de um financiamento para cobrir o restante. Instituições bancárias tradicionais costumam exigir um montante inicial maior, o que pode resultar na liberação de um valor total significativo. Em contrapartida, a negociação direta com uma incorporadora pode apresentar valores mais baixos de entrada e de parcela, sendo interessante para quem vai adquirir o primeiro imóvel ou não quer dispor de todo seu capital em mãos para o investimento.
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A redução da Selic afeta diretamente a taxa de juros cobrada sobre financiamentos, reduzindo o valor agregado ao montante solicitado. Essa redução significa, assim, que as parcelas e o tempo de financiamento ficam menores, facilitando o pagamento por parte dos consumidores. "Idealmente, o valor gasto com o pagamento de um financiamento de imóvel próprio não deve superar 30% da renda mensal de uma família ou consumidor individual. Com menos gastos com juros, mais pessoas conseguem bancar um financiamento sem comprometer seu orçamento", explica Xavier.
Mas não é só com isso com os consumidores têm a ganhar. A queda da Selic também influencia diretamente a própria liberação do crédito, porque ela determina também a taxa de crédito com base na renda consumidor. De acordo com a empresária, estima-se que a redução de um ponto percentual na Selic pode representar a uma queda na renda mínima exigida para conseguir o financiamento que gira entre 6% e 8%.
Isso significa que uma grande parcela da população brasileira torna-se elegível a um financiamento a cada corte realizado na Selic. O valor creditado também se altera e, com isso, aumentam as opções dos consumidores. Uma pesquisa realizada pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e do Senai Nacional mostra um aumento de 9,4% no volume de vendas realizadas em 2017 em comparação a 2016.
Além disso, a redução coloca ainda o consumidor em posição mais confortável de negociação de taxas e condições de financiamento. Como a renda permite um financiamento, a dica é para que o consumidor consulte mais de uma opção e assim encontre a mais favorável antes de efetivamente fechar o contrato.