O país criou, em agosto, 110 mil empregos com carteira assinada. Esse foi o melhor resultado para o mês nos últimos cinco anos. No mesmo período do ano passado, foram gerados 35.457 postos, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho. Entre janeiro e agosto, foram abertas 500 mil vagas.
Segundo especialistas, os resultados do mês passado mostram que o país começa a recuperar a trajetória que seguia antes da greve dos caminhoneiros. O levantamento é feito com base em informações enviadas à pasta mensalmente pelos empregadores sobre admissões e demissões.
O resultado do emprego formal em agosto foi antecipado ontem pelo presidente Michel Temer em sua conta no Twitter. Os detalhes sobre o mercado de trabalho no mês, no entanto, só devem ser divulgados pelo Ministério hoje. Isso inclui o comportamento do emprego em cada setor e em quais estados o desempenho foi melhor. Segundo técnicos da pasta, os segmentos de comércio e serviços foram os que puxaram o emprego em agosto.
"Fui informado que o País criou mais de 100 mil empregos com carteira assinada em agosto. Isto é prova que o Brasil está no rumo certo. Em plena recuperação", escreveu Temer.
RIO TERIA VOLTADO A CONTRATAR
Ainda segundo técnicos, o Rio, que tem apresentado sucessivos saldos negativos no mercado de trabalho, voltou a contratar em agosto.
Com a greve dos caminhoneiros, que provocou uma grave crise de abastecimento e praticamente paralisou o país em maio, o nível do emprego formal virou o mês de junho com resultado negativo de 661 postos. Já no mês seguinte, houve uma recuperação, com saldo positivo de 47.319. O dado de agosto surpreendeu analistas, que esperavam um saldo positivo menor, de, no máximo, 80 mil postos de trabalho.
- Foi um bom resultado, o segundo melhor do ano. Estamos recuperando a trajetória de antes da greve dos caminhoneiros, no fim de maio. Com emprego formal, você começa a reforçar toda a cadeia produtiva - afirmou o especialista Rodolfo Torelly, do site Trabalho Hoje.
De acordo com os técnicos responsáveis pelo Caged, agosto costuma ser um mês positivo para as contratações, sobretudo nos setores de indústria de transformação, puxado pelas entregas de fim de ano, e construção civil. O melhor desempenho para o período foi registrado em 2010, quando foram criados 299.415 postos, e o pior, em agosto de 1995, que apresentou saldo negativo de 116.856 empregos.
Segundo especialistas, a trajetória positiva do mercado formal de trabalho deve se manter até novembro, diante dos sinais de retomada da atividade econômica. Dezembro é um mês tradicionalmente negativo devido às rescisões das contratações temporárias para o Natal.
Parte dos economistas avalia que a recuperação do mercado de trabalho se dá primeiro com a criação de vagas informais, de pior qualidade, para só depois se refletir no mercado formal. O grande contingente de desempregados no país, de 13 milhões de pessoas, é considerado um dos principais entraves à recuperação da atividade econômica.