terça-feira, 10 de setembro de 2019

Crédito imobiliário para construção avançou 62,3% até julho deste ano


Os empréstimos imobiliários voltados para construção somaram R$ 9,932 bilhões de janeiro a julho de 2019. O valor é 62,3% superior do que o visto nos sete primeiros meses de 2018 (R$ 6,119 bilhões) e o maior para o período desde 2015 (R$ 13,258 bilhões).

EMPRÉSTIMOS 

Só nos sete primeiros meses de 2019 esses financiamentos somaram R$ 9,932 bilhões, aumento de mais de R$ 3 bilhões ante o mesmo intervalo do ano passado, quando eram de R$ 6,119 bilhões.

Os empréstimos imobiliários voltados para construção somaram R$ 9,932 bilhões de janeiro a julho de 2019. O valor é 62,3% superior do que o visto nos sete primeiros meses de 2018 (R$ 6,119 bilhões) e o maior para o período desde 2015 (R$ 13,258 bilhões).

Os dados são da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). No que diz respeito aos financiamentos voltados para a aquisição de imóveis, o valor observado foi de R$ 30,489 bilhões de janeiro a julho deste ano, alta de 26,5% ante o mesmo intervalo de 2018 (R$ 24,095 bilhões) e também o maior registro para o período desde 2015 (R$ 37,482 bilhões).

De acordo com o diretor-técnico da construtora e incorporadora M. Bigucci, Milton Bigucci Junior, a melhora no segmento é impulsionada, principalmente, pelo ambiente de taxas de juros menores. "Há um maior ânimo das construtoras e também dos clientes. Só no primeiro semestre deste ano, por exemplo, nosso número de vendas aumentou 50% em relação ao mesmo período do ano passado. Há uma maior confiança e juros menores exercidos no mercado", comentou.

Segundo as últimas informações do Banco Central (BC), as taxas de juros nos recursos direcionados para financiamentos imobiliários ficaram em 10,3% em julho deste ano, queda de 0,8 ponto percentual (p.p.) ante o mesmo mês de 2018 (11,1%). Já para pessoas físicas, o recuo foi de 0,2 p.p., de 8% para 7,8% na mesma base de comparação. Além do ambiente mais competitivo de crédito, parte das expectativas também está calcada na nova linha ofertada pela Caixa Econômica Federal, cujos recursos estão indexados ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Para os especialistas, apesar de o movimento ser positivo no curto e médio prazo, onde a inflação se mostra mais controlada, ainda há ressalvas quanto a modalidade, principalmente considerando-se o tempo médio dos empréstimos, de cerca de 30 anos. "A princípio, a nova linha da Caixa parece ser boa, já que começa com prestações e juros bem menores. Mas no longo prazo pode acabar prejudicando o tomador, uma vez que é ele que arcará com o risco de o IPCA subir e aumentar as parcelas. E é impossível que a inflação se mantenha no mesmo patamar por três décadas", avaliou a sócia da consultoria Akamines Negócios Imobiliários, Daniele Akamine.

Liberação do FGTS Apesar das previsões de crescente melhora, no entanto, alguns especialistas enxergam a liberação do FGTS por parte do governo para estímulo do consumo e da economia como um possível percalço.

O que tem movimentado o mercado são os juros baixos e a tendência é de que uma melhora mais significativa seja vista em 2020. Mas a liberação do FGTS é uma coisa preocupante", pontua Akamine. Atualmente, 45% dos financiamentos imobiliários utilizam recursos do fundo de garantia. Fora a demissão por justa causa, aposentadoria e outros fatores empregatícios, a compra da casa própria é a única outra autorização para retirada de recursos do FGTS, em até R$ 1,5 milhão.

Ainda conforme o BC, as concessões com recursos direcionados para financiamentos imobiliários somou R$ 4,112 bilhões de nos sete primeiros meses deste ano, recuo de 3,8% ante igual intervalo de 2018 (R$ 4,275 bilhões) e o menor valor desde 2011, quando era R$ 2,178 bilhões. Segundo o professor do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec) Walter Franco, no entanto, o olhar para esse caso precisa ser "um pouco mais para frente".
 
"O impacto não deve ser negativo e a ideia é pensar nisso no médio prazo. Um incentivo à economia pode estimular emprego, renda e, lá na frente, melhorar o mercado. Mas a retomada ainda é algo que depende de sinalizações melhores da economia".



DCI, Isabela Bolzani, 10/set